Lição 9
20 a 26 de maio
Uma cidade chamada confusão
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 14
Verso para memorizar: “Juntos, guerrearão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os derrotará, pois é Senhor dos senhores e Rei dos reis. E com ele estarão seus chamados, escolhidos e fiéis” (Ap 17:14, NVT).
Leituras da semana: Ap 17:1, 2, 15; 18:1-4; 17:4-6; Mt 16:18; Jr 50:33-38; Sl 115:4-8

O tema do grande conflito é resumido em Apocalipse com o simbolismo de duas mulheres: uma vestida do sol, em Apocalipse 12, e outra vestida de escarlate, em Apocalipse 17.

O símbolo marcante da mulher vestida do sol, na refulgente glória de Cristo, encontra-se em Apocalipse 12. Ela é fiel ao seu amor verdadeiro, Jesus. Ela não é contaminada com a corrupção de doutrinas falsas. Em toda a Bíblia, uma mulher pura simboliza a noiva de Jesus, ou a igreja verdadeira. Em Jeremias 6:2, o profeta diz: “a formosa e delicada filha de Sião”. O profeta usa a expressão “filha de Sião” ou uma mulher fiel para descrever o povo de Deus (veja também Ef 5:25-32 e Os 2:20).

Em contraposição, a Bíblia compara apostasia à infidelidade ou ao adultério (Tg 4:4). Ao falar da rebelião e da infidelidade de Israel, Ezequiel lamentou: “Você foi como a mulher adúltera, que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos” (Ez 16:32).

Na lição desta semana, estudaremos essas duas mulheres de Apocalipse e examinaremos, mais profundamente, o conflito entre a verdade e o engano.

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Domingo, 21 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 15
Dois sistemas opostos

1. Leia Apocalipse 12:17 e 17:14. Como a igreja de Deus é descrita, e qual é a reação de Satanás a ela?

Ao longo dos séculos, Deus sempre teve um povo fiel. Apocalipse 12:17 descreve sua fidelidade ao dizer que os remanescentes “guardam os mandamentos de Deus”. Eles também são retratados como “os chamados, eleitos e fiéis” (Ap 17:14).

2. Leia Apocalipse 14:8 e 17:1, 2. Que anúncio solene fez o anjo, e o que Babilônia fez para justificar esse pronunciamento?

João escreveu o Apocalipse no fim do primeiro século. Nessa época, a antiga cidade de Babilônia era um monte de poeira, pois tinha sido destruída séculos antes.

Em Apocalipse, a antiga cidade de Babilônia é considerada um tipo, ou símbolo, da Babilônia do tempo do fim. Nas profecias do Apocalipse, Babilônia representa um falso sistema religioso com características semelhantes à Babilônia do AT. Os princípios que guiavam a antiga Babilônia são a estrutura subjacente da Babilônia moderna e espiritual.

Em Apocalipse 17:1-6, uma mulher vestida de púrpura e de escarlate avança pela paisagem do tempo. Essa mulher cavalga em cima de uma besta escarlate. A Bíblia a chama de prostituta. Ela deixou seu verdadeiro amor, Jesus Cristo. O apóstolo João nos traz uma representação figurada de um sistema religioso apóstata que tem poderosa influência no mundo. Observe o enunciado: esse poder é aquele com o qual os reis da Terra se prostituíram, e os que habitam na Terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição (Ap 17:2). Embriagaram-se? Isso indica sempre algo negativo na Bíblia. E prostituíram-se? Isso é símbolo de falsos ensinamentos, falsas doutrinas e práticas falsas.

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Tanto os líderes quanto as pessoas comuns têm sido negativamente influenciados por esse poder. Qual é nossa única proteção? (Leia Ef 6:10-18.)


Segunda-feira, 22 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 16
O vinho da ira

3. Qual é a extensão da influência de Babilônia? Ap 17:1, 2, 15; 18:1-4

O sistema da igreja decaída tem alcance internacional e influencia as pessoas ao redor do mundo com seus enganos. Satanás está enfurecido com a proclamação do evangelho a cada “nação, tribo, língua e povo” e com o anúncio do “evangelho do Reino por todo o mundo”. Por isso, ele emprega todos os enganos possíveis para cativar a mente dos “que habitam na Terra” (Ap 14:6; Mt 24:14; Ap 17:2).

Apocalipse 17:2 continua a explicação do mistério de Babilônia, a grande, declarando que ela cometeu fornicação com os reis da Terra. O que é fornicação? É uma união ilícita. No sistema da igreja decaída, significa a união com o Estado. No sistema da igreja verdadeira, a igreja está unida com Jesus Cristo. A igreja decaída procura os líderes políticos da Terra em busca de poder e autoridade. Procura o Estado para impor seus decretos. Em vez de tirar sua força de Jesus como Seu verdadeiro líder, ela procura o Estado em busca de apoio.

Apocalipse 17:2 continua a descrição dramática: “e os que habitam na Terra se embebedaram com o vinho da sua fornicação” (ACF). O simbolismo do suco puro da uva é usado no NT para representar o sangue puro e imaculado de Cristo derramado na cruz para nossa salvação (Mt 26:27-29). Em Lucas 22:20, Jesus disse: “Este cálice é a nova aliança no Meu sangue”. Quando o vinho puro e novo do evangelho é distorcido, e os ensinamentos da Palavra de Deus são substituídos pelos ensinamentos dos líderes religiosos humanos, torna-se “vinho de Babilônia” (ver Mt 15:9).

Observe que Deus chama Seu povo para sair de Babilônia. O corrupto e maligno sistema de Babilônia tem um alcance tão amplo que abrange, pelo menos por certo tempo, fiéis de Deus, chamado por Ele de “povo Meu” (Ap 18:4). No entanto, está chegando a hora em que Deus os chamará para sair desse sistema que está prestes a cair por causa de sua natureza corrupta e maligna, sendo “morada de demônios” e “esconderijo de todo tipo de ave imunda e detestável” (Ap 18:2).

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Os que proclamam as três mensagens angélicas serão os instrumentos de Deus para chamar Seu povo a sair de Babilônia. Como podemos nos preparar para essa obra?


Terça-feira, 23 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 17
Mistério, Babilônia, a grande

4. Qual é a natureza do maligno sistema de Babilônia? Ap 17:4-6

Como vimos, Apocalipse 17 descreve um sistema religioso apóstata que introduz no cristianismo muitos dos ensinamentos da Babilônia do AT.

“Para buscar uma compreensão da natureza de Babilônia, precisamos voltar à sua primeira referência no registro bíblico, em Gênesis. Tudo começou numa planície na terra de Sinar, uma região na parte sul da Mesopotâmia, hoje sul do Iraque, chamada Babilônia. Ali foi construída a Torre de Babel, um símbolo da autossuficiência, autopreservação e independência humana em relação a Deus [Gn 11:1-4]” (Ángel Manuel Rodríguez, The Closing of the Cosmic Conflict: Role of the Three Angels’ Messages, manuscrito não publicado, p. 43).

A Torre de Babel, local da antiga Babilônia, foi construída em oposição à Palavra de Deus. Os construtores de Babel erigiram esse monumento para sua glória, e Deus confundiu a língua deles (Gn 11:9).

Babilônia é tão maligna que é descrita como “embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus” (Ap 17:6). Essas imagens horríveis mostram quão corrupta é Babilônia (ver também Is 49:26).

Basicamente, a Babilônia espiritual representa uma religião fundamentada em tradições, ensinos e conceitos humanos. É uma forma de religião feita por seres humanos, construída por influentes líderes religiosos, mas que se opõe ao poder do evangelho e à igreja que Jesus construiu com base no amor, não na violência.

O Apocalipse descreve dois sistemas religiosos. O primeiro revela confiança em Jesus e dependência de Sua Palavra. O segundo revela confiança na autoridade humana e dependência de mestres religiosos humanos. Um demonstra fé centrada em Cristo, com dependência de Sua graça, de Seu sacrifício e da Sua expiação para a salvação. O outro é uma abordagem humanista da fé que substitui a dependência de Cristo para se obter a salvação pela dependência das tradições da igreja.

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Como evitar as sutis influências de Babilônia, como a tendência de depender de nós mesmos e não de Deus?


Quarta-feira, 24 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 18
Um chamado ao compromisso

O apelo do Apocalipse é um chamado urgente à fidelidade, resumido no simbolismo das duas mulheres. Mesmo que pareça que o povo de Deus será derrotado no conflito cósmico entre verdade e engano, Deus promete que Sua igreja triunfará no final.

5. Que promessa Jesus fez sobre Sua igreja? Mt 16:18; Ap 17:14

Cristo é o sólido fundamento sobre o qual a igreja está construída. Sua igreja se fundamenta nos ensinos de Sua Palavra e é guiada por Seu Espírito. Babilônia, em contraste, apega-se a ensinos e tradições humanas. Qualquer líder religioso que coloque opiniões ou tradições humanas no lugar, ou acima, da vontade revelada por Deus nas Escrituras está simplesmente promovendo a confusão babilônica.

Nos tempos da antiga Babilônia, Igreja e Estado eram um e a mesma coisa. Quando Nabucodonosor se assentava no trono em seu templo, ele supostamente falava no lugar dos deuses. Em uma ocasião, como ato de desafio ao verdadeiro Deus, o rei babilônio aprovou um decreto universal que impôs a adoração e ordenou que os seus súditos se curvassem ao seu decreto, um poderoso símbolo do que o povo fiel de Deus, que se recuse a adorar a falsa imagem, enfrentará nos últimos dias (ver Dn 3).

Nos últimos dias da história da Terra, um sistema de união Igreja-Estado se levantará, Babilônia espiritual, com um líder espiritual afirmando falar como Deus. A palavra dele será declarada como a própria palavra de Deus, e suas ordens, as ordens de Deus. Ao longo dos séculos, os pontífices romanos declararam que estão no lugar do Criador na Terra. Em sua carta encíclica de 20 de junho de 1894, o Papa Leão XIII declarou: “Nós temos na Terra o lugar de Deus Todo-Poderoso”. O Dicionário Eclesiástico Ferraris diz: “O papa é de tão grande dignidade e tão exaltado que ele não é um homem, mas Deus, e Vigário de Deus”. Paulo disse que esse poder “se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus” (2Ts 2:4).

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Deus tem fiéis em “Babilônia”. Devemos condenar as pessoas que estão inseridas nesse sistema de engano? Por que devemos ter cuidado ao falar sobre isso?


Quinta-feira, 25 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 19
Babilônia: o centro da idolatria

Uma pista identifica o “mistério de Babilônia”: a idolatria estava no centro da adoração babilônica.

6. O que Jeremias fala sobre a adoração de imagens na antiga Babilônia, e qual é a resposta de Deus a isso? Jr 50:33-38; 51:17, 47

Os capítulos 50 e 51 de Jeremias previram a destruição de Babilônia pelos medos e persas. Uma das razões para isso foi a idolatria. Os babilônios acreditavam que as imagens eram representações das divindades. O ritual de cuidado das estátuas das divindades bem como sua adoração eram sagrados; os deuses viviam simultaneamente em suas estátuas em templos e nas forças naturais que incorporavam. Saquear ou destruir ídolos resultava na perda da proteção divina. Por exemplo, o príncipe caldeu Marduque-apla-iddina II fugiu para os pântanos do sul da Mesopotâmia com as estátuas dos deuses da Babilônia a fim de salvá-las dos exércitos de Senaqueribe da Assíria (Jane R. McIntosh, Ancient Mesopotamia: New Perspectives, ABC-CLIO, Inc., [Santa Barbara, CA, 2005], p. 203).

Não devemos adorar imagens mortas, mas ao Deus vivo (Jr 51:15, 16, 19).

7. O que a Bíblia ensina sobre idolatria? Êx 20:4-6; Sl 115:4-8

Embora a idolatria de Babilônia seja mais profunda do que se curvar diante de imagens de madeira e pedra, a Babilônia espiritual assemelha- se à antiga Babilônia com as imagens introduzidas em sua adoração. O uso de imagens na adoração, a chamada “veneração”, é uma transgressão do segundo mandamento, pois limita a capacidade do Espírito Santo para impressionar a mente com as coisas eternas e reduz a majestade de Deus a uma estátua sem vida. As imagens foram introduzidas no cristianismo no 4o século para torná-lo mais aceitável aos pagãos. São conferidas a essas imagens a homenagem que pertence a Deus, o que é espiritualmente degradante.

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Sexta-feira, 26 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 20
Estudo adicional

“A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, aplica- se às organizações religiosas que se corromperam. Visto que essa mensagem se segue à advertência sobre o Juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à igreja de Roma, pois essa igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 326).

A história dos três hebreus que receberam ordens para adorar “a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou” (Dn 3:5) na antiga Babilônia permanece como um símbolo, um modelo, do que acontecerá quando a Babilônia espiritual, nos últimos dias, impuser a adoração de uma falsa “imagem” (Ap 13:15; 14:9, 11; 16:2; 19:20; 20:4). É interessante que o segundo mandamento, que os três hebreus teriam violado (Êx 20:4, 5), foi um dos dois mandamentos que esse poder, retratado em outro lugar como buscando “mudar os tempos e a lei” (Dn 7:25), tinha alterado.

Qual foi o outro mandamento que esse poder alterou? O quarto, que está no centro da questão da adoração e será crucial na crise final, quando enfrentarmos a decisão de adorar Aquele que “fez os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou” (Êx 20:11; Ap 14:7) ou a besta e a sua imagem.

Perguntas para consideração

  1. Qual é a relação da Torre de Babel com a Babilônia espiritual moderna? Quais são as semelhanças entre elas?
  2. Jesus deu autoridade à igreja, mas é perigoso colocar nossa experiência religiosa nas mãos de líderes espirituais. Quais são os limites da autoridade da igreja?
  3. Como entender que a idolatria, um dos pecados de Babilônia, não se trata apenas de se curvar a estátuas? De que maneira até os protestantes podem cair na idolatria?
  4. Quais paralelos podemos encontrar entre Daniel 3 e a adoração forçada, e quanto às questões sobre as quais fomos advertidos no contexto dos últimos dias?

Respostas e atividades da semana: 1. Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé em Jesus; os chamados, eleitos e fiéis. Satanás guerreia contra eles e os persegue. 2. Anunciou a queda de Babilônia. Ela “fez com que todas as nações bebessem o vinho do furor da sua prostituição” (Ap 14:8). 3. Influencia reis, povos, nações, multidões e até mesmo o povo de Deus. 4. É um sistema religioso baseado nos ensinos humanos, que se opõe ao poder do evangelho e à igreja que Jesus construiu. É um sistema violento. 5. Ela triunfará. 6. A adoração de imagens era uma prática comum na antiga Babilônia. Deus reprova essa prática. Ele traria espada e castigo para punir esse pecado. 7. Deus condena a idolatria.

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Resumo da Lição 9
Uma cidade chamada confusão

PARTE I – VISÃO GERAL

A lição desta semana contrasta dois sistemas religiosos simbolizados pela mulher vestida de branco, em Apocalipse 12, e pela mulher vestida de escarlate, em Apocalipse 17. O contraste revela a diferença entre esses dois sistemas. O primeiro é fundamentado na Palavra de Deus, com Jesus Cristo no centro. O segundo sistema é baseado no raciocínio humano, com líderes religiosos em seu centro. O contraste é entre a verdade e o erro, entre salvação pela graça e salvação pelas obras e entre obediência aos mandamentos de Deus e submissão aos decretos humanos.

Além disso, identificaremos as características da Babilônia espiritual. No capítulo 17 do Apocalipse, ela é descrita como uma prostituta que deixou seu verdadeiro amor, Jesus Cristo. Ela monta em uma besta escarlate, representando o poder político que a sustenta. Em vez de obter sua autoridade e seu poder de Jesus e de Sua Palavra, Babilônia os recebe dos reinos deste mundo. Ela oferece uma taça de vinho cheia de doutrinas estranhas. Assim como o vinho literal afeta a consciência, a razão e o julgamento, a doutrina falsa afeta nossa forma de pensar, de modo que não podemos discernir claramente a verdade bíblica.

Em nossa exploração das características espirituais de Babilônia, focalizaremos especificamente duas. A primeira é a dependência que Babilônia tem da sabedoria humana e dos líderes humanos para comprovar a verdade divina. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6). Jesus é o originador de toda a verdade. Qualquer verdade que venha por meio de líderes religiosos humanos deve primeiro se originar na Palavra de Deus. A segunda característica que estudaremos nesta semana é que a Babilônia espiritual é o centro de toda idolatria. No Antigo Testamento, os ídolos eram comuns na adoração babilônica. Entretanto, Jesus nos chama para adorá-Lo diretamente, não por meio de um ídolo como Seu substituto. Nesta semana, descobriremos Jesus novamente como o líder supremo de Sua igreja.

PARTE II – COMENTÁRIO

O texto de Apocalipse 12:17, uma das principais passagens em nosso estudo desta semana, fala do remanescente, o “restante da descendência” (NAA) ou “resto da sua semente” (ARC). O conceito de remanescente é encontrado em toda a Escritura. É extraído especialmente do Antigo Testamento. Há três palavras hebraicas que são usadas para “remanescente”. Cada uma dessas palavras tem suas diferenças de sentido. Elas podem ser traduzidas literalmente como “o que escapa”, “aqueles que escapam”, “o que resta”, “o remanescente”, “sobrar” ou “permanecer”.

Vamos agora considerar brevemente alguns exemplos do uso dessa palavra no Antigo Testamento. A família de José, preservada sob os cuidados do próprio José no Egito, é chamada de “posteridade”, traduzida literalmente como “remanescente”. Elias clamou a Deus dizendo que ele era o único fiel que restava. Novamente, a palavra para “remanescente” é usada aqui. O Senhor prometeu deixar um remanescente fiel na Babilônia para se lembrar de Deus e honrar Seu nome após o cativeiro. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia descreve o conceito de remanescente no Antigo Testamento nas seguintes palavras: “O remanescente do AT é formado por gerações sucessivas de israelitas, o povo escolhido de Deus. Vez após vez, a maioria apostatava, mas sempre havia um remanescente fiel que se tornava herdeiro exclusivo das sagradas promessas, dos privilégios e das responsabilidades da aliança, feita a princípio com Abraão e confirmada no Sinai. Esse remanescente era o grupo formalmente escolhido para o qual Deus desejava enviar o Messias e por meio de quem Ele Se propôs a evangelizar os pagãos. Não era um grupo de indivíduos espalhados, por mais leais que eles fossem, mas era uma entidade corporativa, a organização divina visível e comissionada por Deus na Terra” (Nota Adicional a Apocalipse 12, em Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 814).

O remanescente dos últimos dias, mencionado no Apocalipse, escapa da apostasia espiritual deste mundo, permanece fiel a Deus, não compromete a verdade bíblica e se apega a Jesus na crise final da Terra. De acordo com Apocalipse 12:17, “o dragão [Satanás] ficou irado [com raiva] com a mulher [a igreja] e foi travar guerra com o restante da descendência dela, ou seja, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. João revela nessa passagem que o conflito final entre Cristo e Satanás gira em torno da lealdade a Cristo e da obediência à Sua lei. O capítulo 13 do Apocalipse descreve como esse conflito se intensifica, expondo a estratégia de Satanás. A besta que surge do mar e a besta que surge da terra unem forças com o dragão para destruir o povo de Deus. O texto de Apocalipse 14 revela a mensagem final de Deus nessa controvérsia cósmica entre o bem e o mal. Mais uma vez, essa mensagem termina com o povo remanescente cheio de fé em Deus, guardando Seus mandamentos (Ap 14:12).

Revelado o mistério de Babilônia

Em contraste com a mulher de branco de Apocalipse 12, símbolo da igreja verdadeira de Deus na Terra, João descreve, em Apocalipse 17, uma mulher vestida de púrpura e de escarlate, montada em uma besta escarlate. Essa mulher, símbolo de uma união entre igreja e Estado, tem um nome inscrito na testa: “Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra” (Ap 17:5, ARC). Ellen White escreveu: “No capítulo 14 do Apocalipse, o primeiro anjo é seguido por um segundo anjo que proclama: ‘Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição’ (Ap 14:8). O termo ‘Babilônia’ é derivado de ‘Babel’ e significa confusão. É empregado nas Escrituras para designar as várias formas de religião falsa ou apóstata. No Apocalipse, capítulo 17, Babilônia é representada por uma mulher, figura que a Bíblia usa como símbolo de igreja (a igreja pura é apresentada como uma mulher virtuosa, e a igreja apóstata como uma mulher depravada)” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 324).

Por toda a Bíblia, Babilônia representa o opressor do povo de Deus. Ela é a cidadela do erro, o centro da apostasia. Significa rebelião contra Deus e desobediência aos mandamentos divinos. Os juízos de Deus sobre a Babilônia do Antigo Testamento representam Seus juízos finais sobre o mundo. Para o povo do tempo do fim, a história da queda de Babilônia é elucidativa. Você deve se lembrar de que Babilônia atacou Jerusalém e forçou muitos dos principais jovens a ir para o cativeiro, incluindo Daniel. Posteriormente, Ciro, o rei do Oriente, atacou Babilônia, libertou os judeus cativos e permitiu que voltassem a Jerusalém e adorassem o Deus verdadeiro.

Mais uma vez, no tempo do fim, o povo de Deus será afligido e perseguido por um opressor religioso chamado “Babilônia, a Grande” (Ap 17:5). O livro do Apocalipse prediz que, em um momento de caos social, crise política, desastres naturais e colapso econômico, Jesus voltará para triunfar sobre os poderes opressores do mundo e libertar Seu povo. Ele reinará eternamente e estabelecerá firmemente Seu trono no Universo para sempre. Na batalha pelo trono, Ele será o vencedor. Seu povo viajará com Ele pelo espaço infinito para adorá-Lo na Nova Jerusalém.

Um contraste entre as duas mulheres de Apocalipse

  • A mulher pura, em Apocalipse 12, está vestida do sol. Ela está adornada com a glória da justiça de Cristo. A mulher impura, em Apocalipse 17, está vestida de púrpura e de escarlate. Ela está adornada com falsidade e tradições humanas.
  • A mulher pura tem uma coroa de estrelas na cabeça. Ela é guiada pelos ensinamentos dos apóstolos em sua missão. A mulher impura é adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela depende de sua imensa riqueza e adornos externos para impressionar e atrair seus seguidores.
  • A mulher pura está sobre a lua. Ela obtém seu poder da Palavra profética. A mulher impura está sentada em uma besta escarlate. Ela tira seu poder do Estado, ou dos poderes políticos da Terra.

Um líder humano ou um Príncipe divino?

Quando o rei Nabucodonosor se sentava em seu trono real no seu templo, ele falava como um deus. Suas ordens eram, supostamente, a voz de um deus. Mais uma vez, nos últimos dias, surgirá um sistema de igreja-Estado (chamado Babilônia espiritual), cujo líder espiritual alegará falar como Deus. Sua autoridade será declarada como sendo a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo desmascara esse poder nas seguintes palavras: “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2:4, ARC). O líder da Babilônia espiritual alegaria que sua palavra teria a autoridade do próprio Deus do Céu. O poder papal se encaixa nessa descrição.

Babilônia era o centro da idolatria

Babilônia era o centro da adoração de imagens. Cristo nos convida a ir diretamente a Ele. As imagens limitam a capacidade do Espírito Santo de imprimir em nossa mente assuntos da eternidade. As imagens geralmente recebem a santidade e a honra que pertencem somente a Deus. Não precisamos ir a Jesus por meio da imagem de um santo. Jesus é o nosso intercessor, nosso grande Sumo Sacerdote.

Além disso, o termo “Babilônia” também abrange todos os poderes religiosos apóstatas que se desviaram dos ensinos claros da Palavra de Deus.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

O estudo da lição desta semana é mais que um discurso teórico sobre a identidade da igreja verdadeira e a respeito da estratégia de Satanás para destruir o povo de Deus. Há pelo menos três lições muito práticas para os alunos refletirem:

  1. Jesus e Sua Palavra serão nossas únicas salvaguardas na crise vindoura. Devemos estar ancorados em Jesus e nas Escrituras. Cristo e Sua Palavra são nossa firme defesa, nosso refúgio inviolável e nossa segurança na crise que está por vir. Essa compreensão leva a questões de vital importância: Minha vida está totalmente ancorada em Cristo? Como posso ter certeza disso? Eu dependo de Deus nas minhas decisões diárias? Se não, por quê? Tenho colocado minhas afeições nas coisas do alto, não nas coisas da Terra (Cl 3:1, 2)? O que posso fazer para mudar minhas prioridades se elas não são o que deveriam ser ou não estão onde deveriam estar?
  2. Com certeza, nossa salvaguarda na crise futura é fartar nossa mente com a Palavra de Deus. Em relação à crise final, somos avisados de que “a contrafação se parecerá tanto com o verdadeiro que será impossível distingui-los sem o auxílio das Santas Escrituras. O testemunho da Bíblia deve servir de critério para testar toda declaração e todo ato sobrenatural” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 494). Devemos nos fazer a simples pergunta: “Estou diariamente abastecendo minha mente com a Palavra de Deus e buscando fervorosamente a orientação do Espírito Santo?” Pense em maneiras de passar mais tempo com a Palavra de Deus a cada dia. Compartilhar o que você aprende da Bíblia pode ajudá-lo a fortalecer tanto sua compreensão da vontade de Deus quanto seu compromisso de estudar mais profundamente a Sua Palavra, bem como divulgar a esperança que encontramos na Palavra de Deus?
  3. Em preparação para a crise vindoura, devemos reconhecer que Babilônia caiu e que a igreja de Cristo triunfará no fim. Ancorada em Cristo, com a mente cheia de Sua Palavra, por fim, a igreja remanescente certamente triunfará. Que esperança esse pensamento lhe dá, tendo em vista as provações que virão?

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De Los Angeles a Roma

Melanie

Itália | 20 de maio

Melanie era uma garota festeira depois de se formar em uma Universidade de Los Angeles. Ela adorava viajar e se divertir.

Melanie estava em Roma quando recebeu um telefonema dizendo que seu irmão mais novo, Randy, havia morrido aos 20 anos. Ele era o caçula de uma família de cinco, e ele e Melanie eram muito próximos. Seu corpo foi encontrado boiando em uma piscina às 5h da manhã. Os médicos legistas suspeitaram de ataque cardíaco. Não havia evidências de crime. Com o coração partido, Melanie voltou para casa em Los Angeles para buscar respostas. Por que Randy morreu? Ela questionou a morte e o que acontece com as pessoas depois que elas morrem. Ela questionou o significado da vida.

Melanie intensificou sua vida de festa, procurando fugir de sua dor. Então, uma de suas irmãs, que estava interessada em se tornar atriz, convidou-a para fazer aulas de teatro. “É uma boa maneira de extravasar e enfrentar sua dor”, disse ela.

Melanie fez aulas de teatro e começou a atuar.

Ela se apaixonou por um homem italiano e se mudou com ele para a Itália. Dois anos e meio depois, eles terminaram, e Melanie voltou para sua vida de festas enquanto seguia a carreira de atriz em Roma. Mas ela se sentia cada vez mais vazia em sua vida de festas. Ela acordava se sentindo triste todas as manhãs. O significado da vida parecia iludi-la. Ela questionava se as forças espirituais estavam trabalhando no mundo. Ela queria saber quem estava governando o mundo. Vendo tanta maldade, ela pesquisou sobre o ocultismo.

Um dia, ela se deparou com um sermão no YouTube sobre Daniel e as profecias bíblicas. Ela ficou intrigada e abriu sua Bíblia para ver se o apresentador estava falando a verdade. Ela pesquisou a história da Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e do Império Romano. Tudo correspondia ao que ela tinha ouvido no sermão.

“Isso tudo é verdade”, ela sussurrou para si mesma.

Ela caiu de joelhos, chorando. Sentiu como se não pertencesse a este mundo, mas a outro. Ela entregou sua vida a Jesus.

“Eu não estou mais satisfeita com festas, drogas e bebidas”, orou ela.

“Não posso mais viver assim. Prefiro morrer. O Senhor terá que mudar alguma coisa em minha vida e em mim. Eu não aguento mais.”

Ela continuou assistindo ao apresentador no YouTube, que ela descobriu ser um adventista do sétimo dia. Comparou seus sermões com a Bíblia, leu a Bíblia fielmente e começou a guardar o sábado do sétimo dia em casa.

Depois de dois anos, ela se sentiu impressionada a adorar na igreja aos sábados. Ao fazer uma pesquisa on-line, ela encontrou uma Igreja Adventista perto de sua casa. Foi à igreja no sábado e disse à primeira pessoa que viu lá, um idoso, que queria ser batizada.

“Oi”, disse ela. “Eu preciso ser batizada”.

O idoso ficou surpreso.

“O que você está dizendo?”, disse ele.

Ela explicou que esteva lendo a Bíblia por dois anos e seguindo seus ensinamentos.

“Estou pronta para ser batizada”, disse ela.

A vida não mudou da noite para o dia para Melanie após seu batismo. Ela ainda ia a festas mundanas e tentava encaixar sua nova vida na antiga. Mas as coisas que ela gostava de fazer ficaram chatas. As coisas que ela antes pensava serem chatas se tornaram interessantes. Ela estava experimentando o processo de santificação. O Espírito Santo estava crescendo dentro dela.

“Ele tem muito para fazer, mas está operando em mim”, disse Melanie. Hoje, Melanie sabe que a morte é o resultado do pecado (Romanos 6:23). Ela sabe que, quando as pessoas morrem, elas dormem na sepultura até a segunda vinda de Jesus (1 Tessalonicenses 4:15-17). Ela diz que encontrou o sentido da vida: compartilhar seu amor por Jesus e sua esperança em Seu breve retorno. Daniel 12:3 diz: “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que conduzirem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e eternamente” (NAA).

Melanie deixa folhetos e revistas da igreja sobre saúde em assentos de ônibus e restaurantes em Roma. Ela coloca cartões de divulgação da igreja e da rádio adventista em academias. Ela está ansiosa para ver Jesus e para se reunir com seu irmão mais novo, Randy. “Minha bendita esperança é ver Randy novamente”, diz ela.

Obrigado por sua oferta missionária da Escola Sabatina que ajuda a espalhar as boas-novas sobre a breve volta de Jesus na Itália e em toda a Divisão Intereuropeia, que receberá a oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023

Tema geral: As três mensagens do Apocalipse

Lição 9 – 20 a 27 de maio

Uma cidade chamada confusão

 

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Esther Fernandes

 

Introdução

Há uma linha tênue entre a verdade e a mentira em quase todos os setores da sociedade. Nessa confusão, inventaram e gourmetizaram a mentira, cunhando até uma expressão nova: “pós-verdade”. No cipoal de ideias e conceitos, muitos se perdem, não sabendo onde está a verdade e, com isso, perdem o caminho e a vida. Na religião, tal constatação tem se tornado comum. Alguns dizem, por exemplo: “Não sabemos qual é a igreja verdadeira, já que temos inúmeras religiões e todas falam em Deus”. Outros questionam até a existência de Deus, dizendo: “Deus é uma criação dos homens. Cada um cria um deus e não sabemos se existe um verdadeiro”.

Contudo, nós cristãos cremos que a verdade se revela através de Jesus Cristo (Jo 14:6), da Bíblia (Jo 17:17) e da lei de Deus, um reflexo de Seu caráter (Sl 119:142). E o Apocalipse distingue a verdade do erro, desenhando as figuras de duas mulheres e o contraste entre verdade e erro. Há uma diferenciação entre a cidade da confusão (Babilônia) e a cidade da paz (nova Jerusalém). Cada uma delas representa um lado nessa polarização entre o bem e o mal. Esse é o nosso estudo desta semana.

 I - Duas mulheres e dois diferentes simbolismos

Em Apocalipse 12:1, apresenta-se uma mulher pura que representa a igreja de Cristo. No decorrer da leitura, percebemos que essa igreja é identificada como obediente aos mandamentos e como tendo o testemunho de Jesus (Ap 12:17).

Por outro lado, quando vamos a Apocalipse 17:1-6, lemos sobre uma mulher vestida de púrpura e escarlate. Essa mulher cavalga em cima de uma besta escarlate. A Bíblia a chama de prostituta. Ela deixou seu verdadeiro amor, Jesus Cristo. Essa é a igreja apóstata. Ela comete fornicação com os reis da Terra. No sistema da igreja decaída, a fornicação é uma união ilícita; significa a união da Igreja com o poder do Estado e com o próprio Estado. Isso estabelece um contraste com o sistema da igreja verdadeira, que está unida com Jesus Cristo. A igreja decaída procura os líderes políticos da Terra em busca de poder e autoridade. Ela embriaga toda a Terra com o seu vinho de prostituição (doutrinas e ideologias antibíblicas), segundo Apocalipse 17:2. Ela também é retratada como Babilônia, uma união mística do mal no tempo do fim.

II – Qual é a origem de Babilônia?

Como todos sabemos, o mal surgiu com Lúcifer no Céu. Mas Satanás foi lançado para a Terra e sempre se utilizou de poderes que o representassem. Quem pode negar que indivíduos como Caim, Nabucodonosor, Nero e outros incorporaram uma representação de Satanás em seus intentos? Ligado à fundação de Babel, por exemplo, está Ninrode, um homem que estabeleceu um império e desafiou a Deus (Gn 10:10). O texto que o descreve diz que ele “foi valente caçador diante do Senhor” (Gn 10:9). A expressão “diante do Senhor” não quer dizer “em comunhão com Ele”, mas, ao contrário, significa desafio a Ele. A Septuaginta (LXX), versão grega do Antigo Testamento, traduz essa frase como “contra o Senhor”. Um caçador se satisfaz às custas de suas vítimas, mas um pastor se preocupa em proteger seus animais e cuidar deles. Ao contrário, o caçador pretende apenas exercer poder. Ninrode ampliou sua influência e poderio, tornando-se grande e atingindo até a Assíria, mais tarde fundando Nínive (Gn 10:11). Lançou assim as bases para um império que desafiaria a Deus e Sua lei e que sempre teria como marca a sua idolatria (Jr 50:33-38). Pode-se dizer então que ele, juntamente com Babilônia, é uma espécie embrionária do espírito do anticristo no Antigo Testamento.

Chegando ao fim dos tempos, o mal vem com o sistema denominado Babilônia mística, que se desenvolve em uma mistura entre política e religião. Sua maior incidência está no livro do Apocalipse (Ap 14:8; 16:19; 17:5; 18:2, 10, 21). Nele, temos a Babilônia como um símbolo dos poderes das trevas que perseguem o povo de Deus no tempo do fim. Como sugere William G. Johnsson, Babilônia “representa todas as tentativas humanas de oferecer o caminho da salvação, todos os planos e programas que, por serem construídos apenas na razão e dispositivos humanos, tentam frustrar o plano divino para o mundo” (William G. Johnsson, “The Saints’ End-Time Victory Over the Forces of Evil”, em Symposium on Revelation—livro 2, Daniel and Revelation Committee Series 7 [Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 1992], p. 35).

Há um contraste entre o sistema divino e o sistema babilônico. O primeiro revela confiança e entrega a Jesus e a Sua palavra. O segundo revela confiança em doutrinas e mestres humanos contrários à Bíblia; mudou os tempos e a lei (Daniel 7:25).

Por essa razão, a mensagem do anjo é: “Caiu! Caiu a grande Babilônia que fez com que todas as nações bebessem o vinho do furor da sua prostituição” (Ap 14:8). A justiça divina derruba Babilônia nos mesmos moldes do que ocorre com a queda da Babilônia literal em Daniel 5.

Diante dessa certeza de queda, há um apelo divino. Deus chama Seu povo sincero para sair de Babilônia (Ap 18:4). Tal convite deve ser feito pelos anjos neste tempo do fim, os quais representam a igreja de Deus. Eu e você, graciosamente, fazemos parte dela, mas há muitos que estão fora e precisam ouvir a verdade presente.

Conclusão

Ao observar o estrago feito pela Babilônia mística na história do cristianismo, percebe-se uma mudança na lei de Deus, particularmente nos Dez Mandamentos. Quando contrastamos os Dez Mandamentos de Êxodo 20 com os Dez Mandamentos do Catecismo Católico, notamos que dois mandamentos foram mudados: o segundo, que proíbe a adoração de imagens, e o quarto, que tem relação com o dia especial de adoração e reconhecimento do Criador, o sábado.

E o que se pergunta é: Por que foram esses dois? Seria uma mera coincidência? Creio que não. Estou convencido que há entre eles um elemento unificador. Os dois têm conexão com adoração: um combate a idolatria, proibindo representações ou figuras para adorar, e o outro identifica Deus como Criador, digno de adoração e serviço.

Pensemos nisso!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.