Lição 10
01 a 07 de dezembro
Unidade e relacionamentos rompidos
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gl 4–6
Verso para memorizar: “Se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida” (Rm 5:10).
Leituras da semana: 2Tm 4:11; Fm 1-25; 2Co 10:12-15; Rm 5:8-11; Ef 4:26; Mt 18:15-17

Como vimos, mesmo depois do Pentecostes, a relação entre os cristãos foi tensa em alguns momentos. O Novo Testamento registra vários exemplos de como os líderes da igreja e os membros lidaram com esses desafios. Esses relatos são extremamente valiosos para a igreja hoje. Eles revelam os resultados positivos de utilizarmos princípios bíblicos para lidar com os conflitos e preservar nossa unidade em Cristo.

Na lição desta semana examinaremos relacionamentos restaurados e como as relações humanas influenciam a unidade em Cristo. O ministério do Espírito Santo envolve aproximar as pessoas de Deus e umas das outras, além de derrubar as barreiras no relacionamento com o Senhor e de uns com os outros. Em suma, a maior demonstração do poder do evangelho não é necessariamente o que a igreja diz, mas como ela vive.

“Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35). Sem esse amor, todo o nosso discurso sobre a unidade da igreja não levará a nada.



Domingo, 02 de dezembro
Ano Bíblico: Ef 1–3
Amizade restaurada

Paulo e Barnabé trabalhavam juntos testemunhando de Jesus. Porém, eles tiveram um desentendimento sobre a confiabilidade de alguém tão medroso como João Marcos (At 15:36-39). Os potenciais perigos da pregação do evangelho fizeram com que João Marcos, em certo ponto, abandonasse Paulo e Barnabé e voltasse para casa (At 13:13).

“Essa deserção fez com que Paulo julgasse Marcos por algum tempo desfavorável; e até mesmo com severidade. Por outro lado, Barnabé se inclinava a desculpá-lo devido à sua inexperiência. Estava ansioso para que Marcos não abandonasse o ministério, pois via nele qualidades que o habilitariam para ser útil obreiro de Cristo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 170).

Embora Deus tenha usado todos esses homens, os problemas entre eles precisavam ser resolvidos. O apóstolo que pregava a graça devia estendê-la a um jovem pregador que o havia desapontado. O apóstolo do perdão necessitava perdoar. João Marcos se desenvolveu por meio da encorajadora orientação de Barnabé (At 15:39) e, por fim, o coração de Paulo parece ter sido tocado pelas mudanças.

1. O que as cartas de Paulo a Timóteo e aos colossenses revelam sobre seu relacionamento renovado com João Marcos e a nova confiança nesse jovem pregador? Cl 4:10, 11; 2Tm 4:11

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Embora os detalhes da reconciliação de Paulo com João Marcos estejam incompletos, o registro bíblico é claro. João Marcos se tornou um dos companheiros de confiança do apóstolo. Paulo o recomendou como seu “cooperador” à igreja de Colossos. No fim de sua vida, Paulo encorajou fortemente Timóteo a trazer João Marcos com ele para Roma, pois ele lhe era “útil para o ministério” (2Tm 4:11). O ministério de Paulo foi enriquecido pelo jovem pregador, a quem ele evidentemente havia perdoado. A barreira entre eles havia sido derrubada, e eles puderam trabalhar juntos na causa do evangelho. Quaisquer que fossem os problemas entre eles, e por mais justificado que Paulo julgasse estar em relação à sua atitude anterior para com João Marcos, tudo havia ficado para trás.

Como podemos perdoar os que nos machucaram ou nos decepcionaram? Ao mesmo tempo, por que o perdão nem sempre inclui uma restauração completa de um relacionamento anterior?


Segunda-feira, 03 de dezembro
Ano Bíblico: Ef 4–6
De escravo a filho

Enquanto estava preso em Roma, Paulo encontrou um escravo chamado Onésimo, que tinha fugido de Colossos para Roma. O apóstolo percebeu que conhecia pessoalmente o senhor de Onésimo. A epístola de Filemom é o apelo pessoal de Paulo a seu amigo, referente a um relacionamento restaurado com o escravo fugitivo.

Os relacionamentos eram importantes para Paulo. O apóstolo sabia que as relações rompidas prejudicam o crescimento espiritual e a unidade da igreja. Filemom era um líder da igreja de Colossos. Se ele nutrisse amargura para com Onésimo, isso afetaria negativamente seu testemunho cristão e o testemunho da igreja aos incrédulos da comunidade.

2. Quais princípios importantes sobre restauração de relacionamentos encontramos em Filemom 1-25?

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À primeira vista, é um tanto surpreendente que Paulo não tenha falado mais vigorosamente contra os males da escravidão. Mas a estratégia do apóstolo foi muito mais eficaz. O evangelho deve derrubar todas as distinções de classe (Gl 3:28; Cl 3:10, 11). O apóstolo enviou Onésimo de volta a Filemom, não como escravo, mas como seu filho em Jesus e como “irmão amado” de Filemom no Senhor (Fm 16, NVI).

Paulo sabia que os escravos que fugiam tinham um futuro desolador. Eles podiam ser apreendidos a qualquer momento. Estavam condenados a uma vida de miséria e pobreza. Mas agora, como irmão de Filemom, em Cristo, e obreiro voluntário, Onésimo poderia ter um futuro melhor. Sua comida, hospedagem e trabalho poderiam ser assegurados sob o domínio de Filemom. A restauração de uma relação rompida poderia fazer uma diferença dramática em sua vida. Onésimo se tornou um “fiel e amado irmão” (Cl 4:9) e um colaborador do evangelho juntamente com Paulo.
O apóstolo foi tão fervoroso e inflexível em seu desejo de reconciliação entre Onésimo e Filemom, que estava disposto a pagar do próprio bolso qualquer despesa resultante do acontecimento entre os dois cristãos.

Como você pode lidar com qualquer estresse, tensão ou até mesmo rompimento em seu relacionamento com outras pessoas? Como os princípios descritos na carta a Filemom podem impedir uma ruptura na unidade da igreja?


Terça-feira, 04 de dezembro
Ano Bíblico: Filipenses
Dons espirituais para a unidade

3. Leia 1 Coríntios 3:5-11; 12:1-11; 2 Coríntios 10:12-15. Diante dos graves problemas que surgiram na igreja de Corinto, quais são os princípios para a cura e a restauração, tão vitais à unidade da igreja? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Devemos agir por impulso e ir contra as decisões dos outros.
B.(  ) Ninguém é melhor que ninguém. Cada um foi escolhido por Deus e dotado de dons a fim de desempenhar uma obra especial em favor do evangelho.

Nessas passagens, o apóstolo descreveu princípios cruciais à unidade da igreja. Ele ressaltou que Jesus usa diferentes obreiros para realizar diferentes ministérios em Sua igreja, embora cada um trabalhe em conjunto para a edificação do reino de Deus (1Co 3:9).

Deus nos chama à cooperação, não à competição. Todo cristão é dotado por Deus para cooperar no ministério ao corpo de Cristo e no serviço à comunidade (1Co 12:11). Não há dons superiores nem inferiores. Todos são necessários na igreja de Cristo (1Co 12:18-23). Os dons que Deus nos concedeu não são para exibição egoísta, mas para ajudar na pregação do evangelho.

Toda comparação com outras pessoas é imprudente, pois nos trará desânimo ou arrogância. Se pensarmos que os outros são muito “superiores” a nós, ficaremos desencorajados e facilmente podemos desanimar em nosso ministério. Por outro lado, se pensarmos que nossas obras por Cristo são mais eficazes do que as de outros, sentiremos orgulho, que é o pior sentimento que o cristão poderia nutrir.

Ambas as atitudes nos tornam ineficientes para Cristo e enfraquecem a comunhão que temos uns com os outros. Quando atuamos dentro da nossa esfera de influência, encontramos alegria e contentamento ao testemunhar de Jesus. Nossas obras complementarão os esforços de outros membros, e a igreja de Cristo avançará a passos largos em favor do reino.

Você já teve ciúmes dos dons espirituais de alguém? Ao mesmo tempo, quantas vezes você já sentiu orgulho de seus dons ao compará-los com os dos outros? A questão é que as preocupações de Paulo são uma realidade sempre presente no ser humano caído. Independentemente do lado em que caímos, como podemos ter atitudes altruístas, tão necessárias para manter nossa unidade em Cristo?


Quarta-feira, 05 de dezembro
Ano Bíblico: Colossenses
Perdão

O que é o perdão? Ele justifica o comportamento de alguém que nos prejudicou terrivelmente? Meu perdão depende do arrependimento do transgressor? E se a pessoa com quem estou magoado não merece meu perdão?

4. Leia Romanos 5:8-11, Lucas 23:31-34, 2 Coríntios 5:20, 21 e Efésios 4:26. Qual é a natureza do perdão bíblico? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(  ) Ele só serve para quem está arrependido.
B.(  ) Ele serve para quem não merece.

Cristo tomou a iniciativa de nos reconciliar com Ele. “A bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento” (Rm 2:4). Em Cristo fomos reconciliados com Deus enquanto ainda éramos pecadores. Nosso arrependimento e confissão não criam reconciliação. A morte de Cristo na cruz a criou. Nossa parte é aceitar o que foi feito por nós. Certamente não podemos receber as bênçãos do perdão até confessarmos os nossos pecados. Mas isso não significa que nossa confissão faça surgir o perdão no coração de Deus. O perdão está em Seu coração o tempo todo. Em vez disso, a confissão nos habilita a recebê-­lo (1Jo 1:9). A confissão é de vital importância, não porque muda a atitude de Deus em relação a nós, mas porque muda nossa atitude em relação a Ele. Somos transformados quando nos submetemos ao poder do Espírito Santo, que nos convence, leva ao arrependimento e à confissão do nosso pecado.

O perdão também é fundamental para nosso bem-estar espiritual. Deixar de perdoar alguém que nos prejudicou, mesmo que essa pessoa não mereça nosso perdão, dói mais em nós do que na pessoa. Se um indivíduo lhe fez mal e a dor corrói seu coração por sua falta de perdão, você está permitindo que ela o machuque ainda mais. Quantas vezes esses sentimentos e mágoas são a causa de divisões e tensões na igreja! A mágoa não resolvida entre os membros da igreja prejudica a unidade do corpo de Cristo.

Perdoar é livrar o outro da nossa condenação porque Cristo nos livrou de Sua condenação. O perdão não justifica o comportamento da pessoa para conosco. Podemos nos reconciliar com alguém que nos prejudicou, pois Cristo nos reconciliou com Ele quando pecamos. Podemos perdoar porque somos perdoados. Podemos amar porque somos amados. O perdão é uma escolha. Escolhemos perdoar apesar das ações ou atitudes da outra pessoa. Esse é o verdadeiro espírito de Jesus.

Como o perdão que temos em Cristo nos ajuda a perdoar os outros? Por que esse perdão é um aspecto tão essencial da nossa experiência cristã?


Quinta-feira, 06 de dezembro
Ano Bíblico: 1 Tessalonicenses
Restauração e unidade

5. De acordo com Mateus 18:15-17, quais são os três passos indicados por Jesus para resolver conflitos quando somos prejudicados por outro membro da igreja? Como aplicar essas palavras em nosso contexto contemporâneo?

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Quando deu o conselho de Mateus 18, Jesus desejava manter o conflito interpessoal dentro da igreja entre o menor número possível de pessoas. Sua intenção era de que as duas pessoas envolvidas solucionassem o problema. Por isso Ele declarou: “Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18:15). Quanto maior é o número de pessoas envolvidas em um conflito entre dois indivíduos, mais discórdia é criada, e mais ela pode afetar a comunhão de outros cristãos. As pessoas tomam partido, e linhas de combate são traçadas. Mas quando os cristãos tentam resolver suas diferenças de maneira reservada, no espírito do amor cristão e da compreensão mútua, cria-se um clima de reconciliação. É a atmosfera certa para o Espírito Santo trabalhar com essas pessoas, enquanto elas se esforçam para resolver suas diferenças.

Às vezes, apelos pessoais à resolução de conflitos são ineficazes. Nesses casos, Jesus nos convida a levar conosco uma ou duas pessoas. Essa segunda etapa no processo de reconciliação deve sempre ocorrer após o primeiro passo. O objetivo é unir as pessoas, e não as distanciar ainda mais. A pessoa que se junta à parte ofendida não vai para provar seu argumento nem para culpar o outro. Ela vai no amor e compaixão de Cristo, como conselheira e parceira de oração a fim de participar do processo de união de duas pessoas separadas.

Há ocasiões em que todas as tentativas de resolver o problema não funcionam. Nesse caso, Jesus nos instruiu a levar a questão diante da igreja. Ele certamente não estava Se referindo a interromper o culto do sábado de manhã com uma questão de conflito pessoal. Se os dois primeiros passos não ajudaram a reconciliar as duas partes, a ocasião apropriada para trazer o problema é a comissão da igreja. O propósito de Cristo é a reconciliação. Não é culpar uma parte e livrar a outra.

“Não permita que seu ressentimento se torne maldade. Não deixe que a ferida inflame e contamine o que está ao redor com palavras venenosas, que manchem a mente daqueles que as ouvem. Não permita que persistam em você e neles pensamentos de rancor. Vai ter com seu irmão e em humildade e sinceridade resolva com ele o problema” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 499).



Sexta-feira, 07 de dezembro
Ano Bíblico: 2 Tessalonicenses
Estudo adicional

Leia o artigo “Forgiveness” [Perdão], p. 825, 826, em Ellen G. White Encyclopedia.

“Quando os obreiros tiverem a presença permanente de Cristo em sua vida, quando estiver morto todo o egoísmo, quando não houver nenhuma rivalidade, nenhuma contenda pela supremacia, quando existir unidade, quando eles se santificarem de maneira que o amor de uns pelos outros seja visto e sentido, então os chuveiros da graça do Espírito Santo hão de vir tão seguramente sobre eles como é certo que a promessa de Deus não falhará em um jota ou um til” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 175).

“Para subsistirmos no grande dia do Senhor, com Cristo como nosso refúgio, nossa torre forte, temos que deixar de lado toda inveja, toda luta pela supremacia. Temos que destruir completamente as raízes dessas coisas profanas, para que não tornem a brotar na vida. Precisamos colocar-nos inteiramente ao lado do Senhor” (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 190).

Perguntas para discussão

1. Leia Colossenses 3:12-17. O apóstolo Paulo encorajou os colossenses a buscar qualidades cristãs. Por que essas qualidades são o fundamento para a resolução de conflitos? Como elas nos guiam no cumprimento dos princípios apresentados por Jesus (Mt 18:15-18)?

2. O que nos impede de ter a unidade necessária para alcançar o mundo? Seriam os nossos ensinos e doutrinas? Certamente, não! Deus os concedeu a nós para que os proclamemos. Talvez o problema exista em nós, em nossos relacionamentos, no ciúme, nas brigas, no egoísmo, no desejo de supremacia e em outras coisas. Por que devemos suplicar o poder do Espírito Santo para que sejamos transformados antes que vejamos unidade em toda a igreja?

Resumo: A essência do evangelho de Jesus Cristo é cura e transformação. E quando essas duas coisas ocorrem, certamente impactam nosso relacionamento com os outros. A Bíblia apresenta princípios e exemplos poderosos de como podemos ter relacionamentos bons e próximos com outras pessoas, mesmo neste mundo de pecado.

Respostas e atividades da semana: 1. Marcos voltou a trabalhar com Paulo e trouxe conforto ao apóstolo. Peça aos alunos que contem experiências em que tiveram seus relacionamentos restaurados. 2. Enumere os princípios citados em Filemom 1-25. Dica: Deus e a oração devem estar no centro da reconciliação; a amizade e a autoridade espiritual dos líderes facilitam o processo de reconciliação; sem o amor de Deus no coração, não há verdadeira reconciliação; humildade; diplomacia; reconhecimento das falhas e indicação da recuperação do culpado; e consciência da própria dívida de gratidão do ofendido para com Deus e as pessoas. Quais princípios são mais difíceis de praticar?
3. B. 4. F; V. 5. Conversar com o culpado; levar umas ou duas pessoas para conversar com o culpado; levar o assunto à igreja. Incentive os alunos a perdoar as pessoas que os ofenderam.



Resumo da Lição 10
Unidade e relacionamentos rompidos

TEXTO-CHAVE: Efésios 4:26

O ALUNO DEVERÁ

Conhecer: As atitudes necessárias para manter e curar relacionamentos.
Sentir: O impacto que relacionamentos desfeitos exercem sobre o crescimento espiritual e a unidade da igreja.
Fazer: Comprometer-se a oferecer graça e perdão aos outros.

ESBOÇO

I. Conhecer: A necessidade de atitudes saudáveis

A. O que aprendemos da história de Paulo, Barnabé e João Marcos sobre a importância das atitudes na saúde dos relacionamentos?
B. Que outras histórias bíblicas demonstram princípios importantes sobre a saúde dos relacionamentos?
C. De acordo com Paulo, como os dons espirituais contribuem para a saúde e a unidade dos relacionamentos na igreja?

II. Sentir: O impacto de relacionamentos rompidos

A. Que mensagens os conflitos e a hostilidade entre cristãos transmitem para o mundo que nos observa? O que refletem sobre a natureza e o poder de Deus?
B. Que impacto os relacionamentos hostis exercem sobre a igreja local?
C. De que forma relacionamentos desfeitos ou hostis influenciam seu desenvolvimento espiritual?

III. Fazer: Escolher a graça e o perdão

A. Por que é difícil oferecer graça e perdão quando já fomos feridos muitas vezes?
B. Que fatores podem nos ajudar a perdoar?

RESUMO: A história do evangelho demonstra a graça divina e o Seu perdão extraordinário, que reconciliam e curam o relacionamento rompido entre Deus e os seres humanos. Essa história também nos motiva a buscar a reconciliação e a cura nos relacionamentos humanos, e ilustra as atitudes necessárias para que isso ocorra.

CICLO DO APRENDIZADO

Motivação

Focalizando as Escrituras: Romanos 5:10

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A cura e a transformação dos relacionamentos são essenciais para a mensagem do evangelho e cruciais para a unidade em Cristo.

Para o professor: Nossas atitudes são a chave para a saúde dos relacionamentos. Ao considerar a história a seguir, enfatize as atitudes-chave demonstradas e os resultados na vida dos que escolheram adotá-las.

Discussão inicial: Em 1961, ativistas dos direitos civis nos Estados Unidos deram início a um movimento que foi chamado de Viajantes da Liberdade. Eles viajavam em ônibus interestaduais até estados segregados no sul dos Estados Unidos e tentavam usar os banheiros, as áreas de espera, lanchonetes e bebedouros nos terminais de ônibus segregados. Dentre esses viajantes da liberdade estava um estudante seminarista americano afrodescendente de 21 anos chamado John Lewis. Ao tentar entrar na área de espera segregada de um terminal de ônibus na Carolina do Sul, foi espancado por Elwin Wilson, que abrigava sentimentos de preconceito contra aqueles que tinham origens étnicas diferentes da sua.

Quarenta e oito anos depois, MSNBC noticiou que Wilson, arrependido, tinha se desculpado por seu antigo ódio e racismo. John Lewis, então um senador, de boa vontade aceitou o pedido de desculpas de Wilson e ofereceu seu perdão. Além disso, observou que a mudança de coração demostrava o verdadeiro poder da graça e do amor. Wilson, por sua vez, acreditava que precisava fazer mais do que simplesmente reconciliar-se com o homem que havia ferido. Devotou a vida a uma nova causa, tornou-se ativista da paz e da igualdade, lutando contra o preconceito e a intolerância que ainda existem na sociedade. (Veja http://www.goodnewsnetwork.org/lewis-and-beater-receive-award/)

As atitudes que adotamos podem resultar na destruição ou na cura de relacionamentos. A graça e o perdão são essenciais à cura dos relacionamentos e à unidade da igreja. Contudo, adotar essas atitudes não garante que outros reagirão conforme esperamos.

Perguntas para discussão

Que evidência na história sugere que Lewis já havia perdoado Wilson antes do pedido de perdão? Você acredita que era importante para Wilson fazer mais do que simplesmente pedir perdão? Quais são os benefícios do perdão?

Compreensão

Para o professor: A graça e o perdão são essenciais na cura de relacionamentos desfeitos. Ao trabalhar esta seção, ajude a classe a reconhecer que o evangelho provê tanto o exemplo quanto a motivação para expressarmos essas atitudes em nossos relacionamentos.

COMENTÁRIO BÍBLICO

I. Atitudes, relacionamentos e o evangelho

(Recapitule com a classe Fm 1-25.)

A lição desta semana traz duas ilustrações do impacto das atitudes sobre os relacionamentos. Faltam informações sobre ambas as histórias. Vimos que o relacionamento entre Paulo, Barnabé e João Marcos foi desfeito, e temos evidência de que foi curado, porém não temos explicações de como isso ocorreu. Por outro lado, há uma tentativa de reconciliação em Filemom, mas devemos usar pistas textuais para chegarmos à causa do desentendimento. Porém, ambas as histórias enfatizam a necessidade de amor, graça e perdão para se ter bons relacionamentos e, consequentemente, a unidade da igreja. Essa combinação de atitudes dirige nossa mente para a história do evangelho, em que o caráter divino está em exibição. Ao oferecer a salvação, Deus exemplificou as atitudes necessárias para se ter bons relacionamentos. É devido ao Seu amor, graça e perdão que temos experimentado a restauração do relacionamento com Ele. A falha de Paulo em demonstrar, na sua interação com João Marcos, a mesma graça e perdão que pregava, enfatiza a necessidade que todos temos de permitir que o evangelho transforme nossa vida. Mesmo os líderes mais produtivos e dedicados precisam permitir que o Espírito os ajude a viver o evangelho na prática. Contudo, a carta de Paulo a Filemom indica que ele aprendeu a lição, pois o impacto do evangelho é sentido em toda a carta por meio das tentativas de reconciliar Filemom e Onésimo. Paulo envolveu-se nas histórias de ambos os homens na tentativa de remodelar as percepções deles, comparando a vida de Filemom e Onésimo antes e depois de terem conhecido a mensagem do evangelho, e vendo o evangelho como a chave para a restauração.

Às vezes nossas atitudes e crenças nos cegam para a realidade mais abrangente das situações. É fácil ignorar informações que são incompatíveis com nossas atitudes e crenças e, por isso, distanciar-nos da objetividade. A crença de Paulo de que João Marcos era um desistente ofuscou qualquer traço positivo que poderia ter visto nele. No entanto, o envolvimento de Paulo com a história de Onésimo e Filemom fez com que visse que ambos haviam sido transformados pelo evangelho e que a reconciliação era de fato possível devido ao que tinham em comum.

Assim como Cristo Se envolveu na nossa história e entrou no nosso mundo para trazer salvação, somos chamados a nos envolver na história e na vida das pessoas. Devemos reconhecer a nós mesmos e as pessoas com as quais buscamos reconciliação como pessoas quebradas que estão sendo transformadas pelo evangelho. Também devemos reconhecer a graça que nos foi dada e oferecê-la gratuitamente a outros. Como Paulo, na carta a Filemom, devemos dirigir a atenção a Cristo e ao Seu evangelho que contém o modelo para os relacionamentos. Somente quando virmos nossa vida à sombra do Calvário poderemos demonstrar atitudes de amor, graça e perdão, pois um encontro com Jesus modifica a vida.

Pense nisto: Que atitudes demonstrou Paulo ao romper com Barnabé e João Marcos? Que diferenças há nas atitudes que ele demonstra a Filemom e dele requer? Que paralelos você vê entre as atitudes de Paulo no livro de Filemom e a história do evangelho, particularmente a obra de Jesus na cruz?

II. Compreendendo o perdão

(Recapitule com a classe Rm 5:8-11.)

O perdão envolve uma escolha consciente de abrir mão de ressentimentos em relação a outra pessoa e, como resultado, também elimina qualquer direito de buscar vingança pelo que a pessoa tenha feito. O perdão não requer que você seja a parte culpada, tampouco indica que o outro mereça perdão. Em vez disso, ele arranca pela raiz o ódio e a amargura de nossa vida, ajuda a curar feridas e constrói uma base para restaurar relacionamentos. Perdoar não significa desculpar um comportamento errado, nem retirar consequências resultantes dessa conduta. O verdadeiro perdão reconhece a seriedade da ofensa, mas escolhe um caminho de cura. Deus nos perdoou, embora fôssemos indignos. Contudo, o perdão divino não minimiza a gravidade do pecado, nem remove todos os seus resultados. De fato, Jesus assumiu a consequência máxima do pecado, sofrendo a morte em nosso lugar.

Pense nisto: Por que às vezes é difícil perdoar? Por que é importante entender que o perdão não remove necessariamente todas as consequências de nossas ações? A quem o perdão mais beneficia: ao ofensor ou a quem oferece perdão? Que evidência sustenta sua resposta?

Aplicação

Para o professor: Enfatize a importância de vermos a nós mesmos e aqueles que nos feriram pelas lentes do evangelho. Quando vemos nossas queixas sob esse aspecto, recordamos a importância de oferecer graça e perdão àqueles com quem nos relacionamos.

Perguntas para reflexão

1. Como devemos lidar com diferenças de opiniões e entendimento teológico? Com que frequência justificamos nosso comportamento porque estávamos defendendo a verdade ou algo em que acreditamos?

2. Reconhecer a própria pecaminosidade e necessidade de salvação nos ajuda à medida que buscamos restaurar relacionamentos desfeitos?

3. De que outras formas conhecer o evangelho impacta os relacionamentos? Como podemos moldar nossos relacionamentos a partir do exemplo deixado por Cristo?

4. Procurar entender o contexto e as motivações da outra pessoa num desentendimento muda a forma como buscamos solucioná-lo?

5. Que obstáculos dificultam o perdão?

6. Quais passos você pode dar nesta semana para iniciar o processo de cura e reconciliação nos seus relacionamentos?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Nestas atividades, os membros são encorajados a reconhecer o impacto do perdão em sua vida e a decidir ser mais perdoadores.

Atividades

1. Dê a todos os alunos papel e caneta e peça-lhes que escrevam sobre duas experiências. A primeira deve enfatizar um momento em que foram inesperadamente perdoados ou quando perdoaram alguém que os feriu. A reflexão deve incluir os sentimentos sobre perdão e o resultado que ele teve no relacionamento. A segunda deve reportar um momento em que acharam difícil perdoar. Terminada a tarefa, peça que cada um compartilhe suas experiências com outra pessoa do grupo. Juntos devem refletir sobre o que aprenderam a respeito do perdão e os obstáculos que dificultam sua prática.

2. Identifique alguém que você precisa perdoar ou para quem você precisa demonstrar graça, bem como uma pessoa a quem você precisa pedir perdão. Escreva uma carta a essa pessoa, pedindo ou oferecendo perdão.

3. Crie um estudo bíblico sobre graça e perdão.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


O livro transformador

Zelindo é de Timor Leste, gostava de beber, fumar, jogar e sempre se envolvia em confusão. Certa ocasião, fez uma tatuagem e começou a participar de gangues de rua. Aos domingos, frequentava a igreja, porém se sentia muito infeliz. Aos 21 anos, sentiu uma vontade muito grande de ler a Bíblia. Mas como não tinha um exemplar, enviou uma mensagem de texto para a irmã que morava em Surabaya, cidade indonésia localizada 1.400 km a oeste.

“Você poderia comprar uma Bílbia e enviá-la para mim?”, perguntou. Após duas semanas, ele recebeu a Bíblia, leu-a de Gênesis ao Apocalipse em um mês; porém, nada entendeu. Ele leu a Bíblia mais duas vezes, mas continuou sem compreender o que a Bíblia continha. Ajoelhou-se e orou: “Senhor, quero compreender Sua Palavra, mas não consigo. Por favor, envie Seu Espírito Santo para me guiar nesta leitura.”

Então, começou a ler a Bíblia pela quarta vez. Antes de cada estudo, pedia que o Espírito Santo o ajudasse a compreender o conteúdo bíblico. Para seu espanto, percebeu muitas coisas novas. Em Êxodo 20:4-5, parou no segundo mandamento, onde o Senhor diz: “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos.”

“Por que tem imagens na minha igreja?”, ele se perguntou. Durante três anos, continuou guardando o domingo e lendo a Bíblia diariamente. Finalmente, casou-se e abriu duas lojas.

Certo dia, Thomas Lopes, adventista do sétimo dia, entrou em uma de suas lojas e vendeu um livro chamado “The Almost Forgotten Day” [O Dia Quase Esquecido], do evangelista Mark Finley. Zelindo leu o livro e ficou impressionado ao descobrir que o sábado era o dia sagrado. Ele viu o número do telefone de Thomas na contracapa do livro, ligou e pediu que o visitasse na loja. Quando Thomas chegou, Zelindo já foi perguntando, “Porque este livro fala sobre o sábado e não sobre o domingo?” Thomas não respondeu diretamente. “Leia a Bíblia e permita que o Espírito Santo lhe responda”, ele disse.

Zelindo leu a Bíblia novamente. Quando chegou ao Novo Testamento, leu em Mateus 28:1: “Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.” Assim, ele obteve a resposta. A Bíblia descrevia o domingo como o primeiro dia da semana.

No sábado seguinte, ele fechou a loja e assistiu à missa pela manhã. Depois de algumas semanas, o padre o procurou após a missa do sábado. “Por que você frequenta as missas de sábado em vez de domingo?” perguntou. “Vejo sua esposa e filhos no domingo”. “Entendi que o sábado é o verdadeiro dia para guardar, não o domingo”, Zelindo respondeu. “Não! É o domingo!”, o padre respondeu. Cada vez mais ele se sentia desconfortável naquela igreja. Sempre que entrava, passava pelas imagens. Certo dia, ajoelhou-se e perguntou: “Deus, é certo ter imagens na igreja? O Senhor permite imagens?”

Ao continuar lendo a Bíblia, ele encontrou em Isaías 42:8: “Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor.” Essas palavras o encheram de medo. Ele percebeu que Deus proibia o culto a imagens e decidiu não mais se curvar ante elas. Telefonou para o padre, dizendo: “Preciso de sua ajuda. Se o senhor não puder me ajudar, deixarei a igreja.” Quando o padre chegou à sua casa, Zelindo fez muitas perguntas sobre as imagens e sobre o sábado. “Irmão, creia!”, o padre disse. “É suficiente.” Mas, ele não foi convencido.

Depois de ler a Bíblia muitas vezes, compreendeu que a fé é demonstrada em ações, batizando-se finalmente na Igreja Adventista. Quatro anos se passaram e hoje ele é membro ativo em Timor Leste e já conduziu muitas pessoas ao batismo. Em 2015, parte da oferta do trimestre ajudou a construir a primeira escola adventista da capital de Timor Leste, Dili. Agradecemos pelas ofertas.

Dicas

Assista ao testemunho de Zelindo no link: bit.ly/Zelindo-Bible.
- Encontre fotos desta história no link: bit.ly/fb-mq.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2018

Tema Geral: Unidade em Cristo

“Unidade e relacionamentos rompidos”

Lição 10: 1º – 8 de dezembro

Autor: Fernando Beier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Sábado

Visto que o cristianismo só funciona dentro de uma comunidade, a comunhão com Deus significa também comunhão com os filhos de Deus. Isso faz com que a existência da igreja seja uma necessidade real e evidente. Por outro lado, como toda comunidade significa um agrupamento de pessoas, a possibilidade de desgaste nos relacionamentos é tão real quanto o amadurecimento de uma fruta no verão. Se alguém grita por socorro dentro da igreja e não é ouvido, o problema muitas vezes se encontra na superficialidade da comunhão entre os crentes, agravado em certa medida por um medo de enfrentar desentendimentos (ou porque isso já aconteceu).

Contudo, aquilo que a natureza humana consegue muitas vezes destruir, o evangelho de Cristo consegue restaurar. Mesmo em meio aos relacionamentos rompidos, ou desentendimentos pontuais, a graça de Deus na experiência diária do cristão deve levá-lo ao desejo de reconciliação e restauração.

Domingo, 2 de dezembro

Ao longo dos últimos anos, testemunhei na igreja a ruptura de muitos relacionamentos. Em alguns casos, a ruptura foi total e, apesar da minha ajuda, infelizmente a restauração não aconteceu. Em outros casos, a reconciliação se deu pelo esforço de ambas as partes e pela ajuda divina.

Querer que os relacionamentos dentro da comunidade de Cristo nunca sofram estresse é algo utópico. Dada à nossa natureza, volta e meia os desgastes acontecem. O que não se espera é que o relacionamento fique estremecido para sempre; afinal, Jesus nos ensinou a perdoar e a tolerar.

Na verdade, perdoar alguém que nos magoa dentro da igreja sempre será mais que apenas uma escolha – trata-se de um teste de fé. Isso fica patente quando percebo que preciso confiar nas palavras de Jesus sobre a importância do perdão, mesmo sendo muito difícil. No fundo, não há reconciliação sem perdão. Como afirmou John McArthur: “O perdão é o cristianismo em seu mais elevado nível”.

Segunda-feira, 3 de dezembro

Certo dia visitei um jovem que não queria mais ir à igreja. Ele explicou que parou de frequentar os cultos simplesmente porque não aguentava mais as formalidades e a falta de união dos seus membros. Cansou-se e decidiu dali em diante fazer o culto em casa mesmo.

Perguntei se a distância da igreja tinha tornado as coisas melhores para sua espiritualidade. Sem pressa, ele disse furtivamente: “Não preciso ir à igreja!” De fato, mesmo depois de meu convite, ele nunca apareceu por lá. Depois, eu soube através da mãe dele que o problema era na verdade com uma única pessoa da igreja.

O apóstolo Paulo, por meio de sua carta a Filemom, nos ensina que não importa a situação nem os motivos de um desgaste no relacionamento, todos somos irmãos. De fato, estamos todos na mesma embarcação (igreja), e precisamos perdoar uns aos outros.

Por mais que essa verdade seja difícil de colocar em prática, somos chamados por Deus para viver o cristianismo, não apenas em seu ângulo prazeroso, mas principalmente em seus desafios.

Terça-feira, 4 de dezembro

É muito fácil perder de vista que a graça de Deus nasce no coração de cada cristão individualmente, e não de forma coletiva. Cada vez que penso na igreja como uma simples organização, sou tentado a me esquecer de que ela é composta de pessoas. Em certo sentido, a igreja sou eu. E se a igreja é cada um de nós, ela reflete inevitavelmente a condição mental, moral e espiritual de seus membros. A meu ver, a maneira pela qual o cristão encara sua função no corpo de Cristo tem muito mais relevância do que o modo com o qual o cristão deseja que a igreja o trate.

Como seria a igreja se os cristãos decidissem apenas receber afagos e palavras carinhosas o tempo todo? Certamente, ficaríamos olhando uns para os outros, e nada mais. Entretanto, o que aconteceria se todos recordassem e vivessem as palavras do próprio Senhor Jesus: “Mais bem-aventurado é dar que receber?” (At 20:35).

Relacionamentos podem se romper – sabemos disso. Mas Jesus ensinou aos primeiros discípulos o caminho para a restauração, e eles estão pavimentados com os blocos do amor e do perdão. Ensinou também que importa mais trabalhar pelo bem do outro do que esperar confortavelmente por atenção e respeito.

Quarta-feira, 5 de dezembro

Apresento aqui os 10 princípios sobre o perdão, segundo a autora Lourdes Gudmundsson em sua obra Eu perdoo, mas... (Casa Publicadora Brasileira). Vejamos:

  1. Serei perdoado da mesma forma que perdoo.
  2. Se eu não perdoar, meu culto será inaceitável a Deus.
  3. Perdão é para todos e não apenas para quem “merece”.
  4. É mais fácil perdoar quando há confissão.
  5. O perdão pode produzir arrependimento.
  6. O perdão traz liberdade.
  7. Devemos perdoar “setenta vezes sete” vezes.
  8. Não existe “vingança cristã”.
  9. A cura sempre acompanha o perdão.
  10. O perdão exige que você aceite mudanças.

Quinta-feira, 6 de dezembro

Se, de vez em quando, seja por negligência ou por um zelo exagerado, eu não me sentir bem dentro da igreja, é hora de lembrar que ela não é perfeita. E como poderia ser? A igreja é composta de seres humanos pecadores, que carecem da glória de Deus. Não nos esqueçamos de que o grande Pastor da igreja é Jesus Cristo. Ele, sim, é perfeito e pode aperfeiçoar Sua igreja. Ele pode aperfeiçoar a mim e a você. Osmar Ludovico afirmou que permanecer na igreja “é um exercício de humildade, abnegação e serviço. Perseverar na comunidade é continuar crendo que Jesus Cristo é o Senhor do Seu povo”.

No meio de um conflito interpessoal, nossa escolha sempre deverá ser a busca pela reconciliação. Jesus nos ensinou o segredo: “Vai ter com teu irmão”. Isso significa procurar as pessoas, e não esperar ser procurado. Significa perdoar antes de ser perdoado. Acima de tudo, amar antes de ser amado.

Sexta-feira, 7 de dezembro

Por mais desafiadores que sejam os relacionamentos humanos, eles não devem nos levar à desunião. Como cristãos, temos a missão de evangelizar o mundo com a mensagem da salvação. Para tanto, a unidade da igreja é imprescindível. Para que essa unidade seja visível e atrativa, não podemos nos esquecer dos seguintes detalhes:

• Somos pecadores e, diante de Deus, ninguém é melhor do que o outro, no sentido de que todos precisam da graça de Deus. Ele nos chama para a união, mesmo com temperamentos e cultura distintos.

• Quando os relacionamentos entre os cristãos sofrem rupturas, o perdão é o único caminho para a restauração.

• Dentro da comunidade de Deus, somos chamados a servir em vez de ser servidos.

Portanto, como igreja, nossa disposição para a reconciliação e união sempre será o caminho exigido para o cumprimento do ideal de Deus. Mesmo quando os desafios são muitos, a graça de Cristo ainda nos unirá, nos capacitará a caminhar para a frente e nos guiará para a vitória.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Fernando Beier é Mestre em Teologia, escritor e conferencista. Autor dos livros Crise Espiritual e Experimente um Recomeço, ambos da CPB. É pastor na Associação Paulista Sudoeste.