Lição 2
06 a 13 de janeiro
Vejo, quero, pego
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 20-22
Verso para memorizar: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mt 13:22).
Leituras da semana: 2Co 8:1-7; Mt 13:3-7, 22; Gn 3:1-6; Is 56:11; Mt 26:14-16; 2Pe 1:5-9

O amor ao dinheiro e aos bens materiais pode nos atingir de muitos ângulos diferentes. Ellen G. White descreveu a artimanha do diabo para nos atrair por meio das armadilhas do materialismo. “Vão, façam com que os donos de terras e de dinheiro se embriaguem com os cuidados desta vida. Apresentem o mundo diante deles em sua mais atraente luz, de modo que acumulem seu tesouro aqui, e fixem sua atenção sobre as coisas terrestres. Devemos fazer o máximo para evitar que os que trabalham na causa de Deus obtenham meios para usar contra nós. Conservem o dinheiro em nossas próprias fileiras. Quanto mais dinheiro obtiverem, tanto mais prejudicarão nosso reino tirando de nós os nossos súditos. Façam com que se preocupem mais com o dinheiro do que com a edificação do reino de Cristo e a disseminação das verdades que odiamos, e não precisamos temer-lhes a influência, pois sabemos que toda pessoa egoísta e cobiçosa cairá em nosso poder, e finalmente se separará do povo de Deus” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 154, 155).

Infelizmente, essa artimanha parece estar funcionando bem. Consideremos, então, esses perigos e o que a Palavra de Deus nos revela, a fim de que evitemos essa armadilha espiritual.


Deus tem grandes planos para Sua igreja em 2018. Você pode ser um instrumento do Senhor para a realização desses planos. Por isso, ande com Deus a cada dia.

Domingo, 07 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 23-25
O evangelho da prosperidade

Um pregador popular da televisão tem uma mensagem simples: Deus quer abençoá-lo, e a prova de Sua bênção é a abundância de bens materiais que você possui. Em outras palavras, se você for fiel, Deus o tornará rico.

Esse pensamento, ou variações dele, tem sido chamado de “evangelho da prosperidade”. Sua mensagem é: “Siga a Deus, e Ele o enriquecerá com bens materiais”. Essa ideia não é senão uma falsa justificativa teológica para o materialismo, pois o que ela realmente está dizendo é o seguinte: “Você quer ser materialista e se sentir bem com isso? Bem, temos o ‘evangelho’ para você!”

No entanto, relacionar o evangelho à riqueza garantida é uma ênfase equivocada. Essa crença cria uma dissonância em relação às Escrituras e reflete uma
teologia egocêntrica que não é nada mais do que uma meia-verdade revestida em linguagem bíblica. Na essência dessa mentira está a questão central de todo pecado, que é o ego e o desejo de agradar a si mesmo acima de todas as outras coisas.

A teologia do evangelho da prosperidade ensina que, ao dar a Deus, recebemos em troca uma garantia de prosperidade material. Mas isso torna Deus uma máquina de venda automática e transforma nosso relacionamento com Ele apenas um negócio: eu faço isso, e você promete fazer aquilo em troca. Damos, não porque seja a coisa certa a fazer, mas pelo que ganhamos em troca.

Esse é o evangelho da prosperidade.

1. Leia 2 Coríntios 8:1-7. Quais princípios, nesse texto, vão contra a ideia do evangelho da prosperidade? O que Paulo quis dizer quando falou do “privilégio de contribuir” (NVI)?

Embora estivessem vivendo em “extrema pobreza”, essas pessoas eram muito generosas, doando ainda mais do que podiam (2Co 8:2; NVI). Textos como esse, e muitos outros, refutam a falsa teologia do evangelho da prosperidade, segundo a qual, se estamos vivendo corretamente diante de Deus, teremos muitos bens materiais como demonstração disso.

Você tem exemplos de pessoas fiéis a Deus, mas que não são ricas em bens materiais? E as que não são fiéis, mas têm prosperidade financeira? O que isso revela sobre o uso da riqueza como indicador das bênçãos de Deus?

Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Segunda-feira, 08 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 26, 27
Visão espiritual obscurecida

Bíblia ensina uma verdade óbvia: os cuidados desta vida e as riquezas são temporários. Nada permanece, e as coisas do mundo não duram muito tempo. Como disse Paulo: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4:18). A visão dos cristãos torna-se míope quando seu foco está nos cuidados deste mundo, e não no caminho para o Céu. Poucas coisas podem cegar seus olhos mais do que o engano das riquezas. Helen Keller, que era cega, disse: “A pessoa mais patética do mundo é aquela que enxerga, mas não vê.” A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que podiam enxergar, mas eram, de fato, espiritualmente cegas.

“Alguns amam tanto este mundo que ele consome seu amor pela verdade. À medida que seus tesouros aumentam aqui na Terra, seu interesse no tesouro celestial diminui. Quanto mais possuem deste mundo, tanto mais eles o abraçam, como se temessem que seu cobiçado tesouro lhes fosse tirado. Quanto mais possuem, menos têm para dar aos outros, porque quanto mais eles têm, mais pobres se sentem. Oh! O engano das riquezas! Eles não verão nem sentirão as necessidades da causa de Deus” (Ellen G. White, Spiritual Gifts [Dons Espirituais], v. 2; p. 267).

A visão espiritual obscurecida coloca a salvação eterna em risco. Não basta manter Jesus à vista; devemos mantê-Lo em foco.

2. Leia Mateus 13:3-7 e 22. Sobre qual perigo Jesus nos advertiu? Assinale a alternativa correta e reflita sobre a razão pela qual é tão fácil cair nessa armadilha, sendo nós ricos ou pobres:

A.( ) Das preocupações desta vida e do engano das riquezas.

B.( ) Dos falsos mestres e profetas.

Primeiramente, Jesus nos advertiu quanto às “preocupações desta vida” (Mt 13:22, NVI). Ele sabe que temos inquietações, inclusive financeiras. Os pobres se preocupam se terão o suficiente; os ricos se preocupam com seus desejos. Precisamos apenas ter a certeza de que não deixaremos essas preocupações sufocarem a Palavra em nossa vida (Mt 13:22).

Em segundo lugar, Jesus nos advertiu sobre o “engano das riquezas” (Mt 13:22). Embora as riquezas em si não sejam más, elas ainda possuem o poder de nos enganar de tal maneira que podem levar à destruição final.

De que maneira você observa o “engano das riquezas” em sua vida? Quais escolhas práticas você pode fazer para se proteger desse engano?


Terça-feira, 09 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 28-30
Passos da cobiça

Como todos os pecados, a cobiça começa no coração. Ela tem início dentro de nós e, em seguida, desenvolve-se em nosso exterior. Foi o que aconteceu no Éden.

3. Leia Gênesis 3:1-6. O que Satanás fez para atrair Eva ao pecado? Através dos séculos, como ele tem usado os mesmos princípios para nos enganar também?

“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” (Gn 3:6).

É posssível pensar que a indústria publicitária obteve seu exemplo paradigmático de como vender seus produtos a partir da história do Éden. O diabo apresentou o fruto da árvore proibida de maneira a criar em Eva o desejo de querer mais do que ela já possuía, e fazê-la pensar que precisava de algo de que realmente não necessitava. Genial! A queda de Eva é uma demonstração dos três passos que cada um de nós toma quando cai na cobiça: Ver, querer e pegar.

A cobiça pode ser um pecado silencioso. Assim como a luxúria, ela se esconde por trás do véu do nosso corpo. Mas quando finalmente produz frutos, é devastadora! Ela pode prejudicar relacionamentos, deixar cicatrizes em nossos queridos, e nos esmagar com a culpa depois.

Deixe a cobiça emergir, e ela passará por cima de qualquer princípio. O rei Acabe viu a vinha de Nabote, desejou-a, e ficou aborrecido até que sua esposa, a rainha Jezabel, matou Nabote por causa da vinha (1Rs 21). Acã não pôde resistir quando viu uma capa, prata e ouro. Ele então os cobiçou e tomou-os para si (Js 7:20-22).
A cobiça é, por fim, apenas uma outra forma de egoísmo.

“Se o egoísmo é a forma predominante do pecado, a cobiça pode ser considerada a forma predominante do egoísmo. Isso é sugerido de maneira impressionante pelo apóstolo Paulo. Ao descrever os ‘tempos difíceis’ da apostasia final, ele retratou o egoísmo como a origem prolífica de todos os males que predominarão, e a cobiça como seu primeiro fruto. ‘Pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes’ [2Tm 3:2]” (John Harris, Mammon [Mamon], Nova York: Lane & Scott, 1849, p. 52).

Por que é importante reconhecer em nós todas as tendências para a cobiça?


Quarta-feira, 10 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 31-33
Ganância: fazendo as coisas do seu jeito

4. Leia Isaías 56:11. Sobre qual pecado esse texto nos adverte? Complete a lacuna:

“Tais cães são gulosos, nunca se fartam; são pastores que nada compreendem, e todos se tornam para o seu caminho, cada um para a sua __________, todos sem exceção” (Is 56:11).

Para nós, seres caídos, a ganância pode ser uma tendência tão fácil e natural quanto respirar. No entanto, é difícil imaginar no caráter humano algo que reflita menos o caráter de Cristo do que a ganância. Paulo declarou: “Conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por amor de vós, para que, pela Sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8:9).

Somente o Senhor sabe o dano que a ganância causou ao longo da História. A avareza provocou guerras; levou pessoas a cometer crimes que arruinaram a si mesmas e suas famílias. A ganância é um vírus que se prende ao seu hospedeiro e consome todas as suas virtudes, até que tudo o que resta é cada vez mais cobiça. Ela é um mal que deseja tudo: paixão, poder e bens. Novamente, vejo, quero, pego.

5. Leia Mateus 26:14-16. O que aprendemos sobre o poder da ganância nessa triste história? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) A ganância domina o coração, tirando todos os escrúpulos.

B.( ) É necessário ter ganância. Ela nos motiva a progredir na vida.

Observe as palavras de Judas: “O que me darão se eu O entregar a vocês?” (Mt 26:15, NVI). Ele deixou a ganância dominá-lo! Judas tinha sido privilegiado como pouquíssimas pessoas em toda a História: viveu com o Cristo encarnado, testemunhou Seus milagres e O ouviu pregar as palavras da vida. Não obstante, veja o que a ganância e a cobiça o levaram a fazer!

“Quão ternamente o Salvador tratou aquele que havia de ser Seu traidor! Em Seus ensinos, demorava-Se sobre os princípios de generosidade que feriam pela raiz a cobiça. Apresentava diante de Judas o odioso caráter da ganância, e muitas vezes o discípulo compreendeu que seu caráter fora descrito, apontado seu pecado; mas não quis confessar nem abandonar sua injustiça” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 295).

Se não formos cuidadosos, quem de nós não manifestará ganância? Por meio da graça de Deus, como podemos manter essa tendência natural sob controle?


Quinta-feira, 11 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 34-36
Domínio próprio

6. Leia os textos a seguir. Como as pessoas, ricas ou pobres, podem se proteger dos perigos envolvidos na ganância, cobiça e amor ao dinheiro e coisas materiais?

Atos 24:24-26 _______________________________________________________________________________________________________________

Gálatas 5:22-25 _____________________________________________________________________________________________________________

2 Pedro 1:5-9 _______________________________________________________________________________________________________________

Esses textos são muito ricos e estão repletos de ordens divinas sobre como devemos viver. Mas observe algo em comum em todos eles: o domínio próprio. Desenvolver esse traço pode ser especialmente difícil quando se trata de ganância, cobiça e desejo de possuir coisas. Somente por meio do domínio próprio, primeiro de nossos pensamentos e depois de nossas ações, podemos nos proteger dos perigos das coisas que mencionamos.

Podemos exercer esse domínio unicamente na medida em que nos entregamos ao poder do Senhor. Nenhum de nós pode, por si mesmo, vencer esses traços pecaminosos, especialmente se eles têm sido cultivados e alimentados há muito tempo. Realmente precisamos da obra sobrenatural do Espírito Santo em nossa vida, se quisermos obter a vitória sobre esses enganos poderosos. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10:13).

7. Leia novamente 2 Pedro 1:5-9. Para qual caminho Pedro apontou? Quais são os passos e como podemos segui-los, especialmente em nossa luta contra a ganância e a cobiça?



Sexta-feira, 12 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 37-39
Estudo adicional

O maior objetivo do homem é ser feliz e satisfeito. Porém, obter realizações pessoais por meio do materialismo não nos fará alcançar esse objetivo. As pessoas sabem que isso é verdade, mas continuam em sua obsessão por posses: vejo, quero, pego. Os adventistas do sétimo dia também são confrontados com a tentação de aderir aos valores do materialismo. No entanto, a aquisição contínua de bens não produz felicidade, satisfação nem contentamento. Em vez disso, produz problemas, como na história do jovem rico, o qual se afastou de Jesus infeliz, abatido e desanimado por não ouvir nem obter o que queria. “Os valores materialistas estão associados ao enfraquecimento generalizado do bem-estar das pessoas, desde a baixa satisfação e felicidade na vida, à depressão e à ansiedade, e também aos problemas físicos como dores de cabeça, transtornos de personalidade, narcisismo e comportamento antissocial” (Tim Kasser, The High Price of Materialism [O alto preço do materialismo]; Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2002, p. 22).

Cristãos materialistas, em outras palavras, orgulhosamente bebem do poço da riqueza, mas estão espiritualmente desidratados. Contudo, nunca teremos sede se bebermos da água que Cristo oferece (Jo 4:14).

Perguntas para discussão

1. Reflita sobre o evangelho da prosperidade. Quais textos as pessoas que acreditam nessa ideia utilizam para promovê-la? Quais exemplos bíblicos encontramos de pessoas fiéis cuja vida refuta esse falso ensino?

2. Alguém disse: “Aprendi duas verdades bíblicas com meu filho. A primeira é que nascemos pecadores. A segunda é que nascemos gananciosos.” Você conhece alguma história que mostra que até as crianças são gananciosas? O que isso revela sobre a nossa necessidade da graça divina?

3. Alguém escreveu: “Se procuramos a origem dos nossos problemas, não devemos submeter as pessoas a um teste de drogas, mas a um teste de estupidez, ignorância, ganância e amor pelo poder.” Você pode dar exemplos de situações em que a ganância causou danos aos envolvidos?

Respostas e atividades da semana: 1. Peça que um dos alunos leia o texto em voz alta. Enquanto isso, a classe deve refletir sobre as perguntas com base no texto bíblico. Em seguida, peça que os alunos compartilhem suas respostas. 2. A. 3. Escolha um aluno para responder à questão. Peça a ele que compartilhe sua resposta com a classe. 4. Ganância. 5. V; F. 6. Divida a classe em três grupos. Cada grupo deve ficar responsável por uma passagem bíblica. Após refletirem sobre a questão, peça aos alunos que compartilhem suas respostas com a classe. 7. Peça aos alunos que formem duplas e compartilhem uns com os outros os passos que devemos dar na luta contra a ganância e a cobiça. Depois, comente com toda a classe.


#PrimeiroDeus – Receba o 2º sábado do ano com a paz de Cristo. Leia com a família a Meditação Pôr do Sol na Janela 10/40.

Resumo da Lição 2
Vejo, quero, pego

TEXTO-CHAVE: Mateus 13:22

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Reconhecer o engano das riquezas e do consumismo, habilitando-o, assim, a escapar das garras de Satanás.

Sentir: O domínio próprio ou, melhor ainda, o controle de Deus nas áreas dos desejos e ambições.

Fazer: Desenvolver planos para ter um estilo de vida centrado no contentamento e gratidão pela generosa provisão de Deus.

ESBOÇO

I. Saber: Riquezas enganosas

A. Por que é tão fácil julgar os bens que outros acumulam, mas sermos cegos quando se trata da nossa própria condição espiritual?

B. Por que o evangelho da prosperidade pregado por muitos evangelistas na televisão tem sido tão bem-sucedido em desviar a atenção da igreja da missão de fazer discípulos para a busca de riquezas?

C. Quais são os três passos no processo da cobiça?

II. Sentir: Domínio próprio

A. Como podemos experimentar o domínio do Espírito Santo sobre nossas carências e desejos quando o descontentamento está em todo lugar?

B. Quais atitudes podem nutrir o espírito manso e gentil que naturalmente promove o contentamento?

III. Fazer: Planejando uma vida contente

A. Quais elementos essenciais de um plano de estilo de vida perpetuarão o contentamento?

B. Como podemos separar necessidades de desejos e preferências ou o básico do supérfluo?

C. Quais práticas diárias fundamentais devemos incorporar em nossa agenda para implementar com sucesso um estilo de vida piedoso?

RESUMO: A fim de substituir a ganância pelo contentamento, devemos fazer escolhas que permitam que Deus controle totalmente nossa vida.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Mateus 13:22

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O engano das riquezas inevitavelmente nos dominará se não nos rendermos diariamente à influência do Espírito Santo.

Para o professor: O estudo desta semana aprofunda os temas apresentados em nosso estudo anterior, concentrando-se agora no impacto emocional do materialismo: insatisfação, descontentamento, ganância, cobiça, fantasia e amor pelas coisas materiais. Que estudo poderia ser mais apropriado para a época em que vivemos? Em relação aos últimos dias, Jesus advertiu: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo” (Lc 21:34, ênfase nossa). Embora o adultério e o assassinato nunca tenham sido aceitáveis no estilo de vida cristão, outros pecados destrutivos assumiram formas mais aceitáveis, como a ganância e a cobiça. Somente a obra do Espírito Santo é capaz de nos livrar desse autoengano.

Discussão inicial: Compare as duas histórias a seguir. A primeira é sobre um homem relativamente saudável. Ele se exercitava regularmente, cuidava do que comia e parecia um pouco mais jovem para sua idade. Muitos o consideravam um exemplo de saúde. Ele dormia menos do que deveria, e comia doces com frequência, mas, em geral, parecia estar em boa forma. A esposa pedia que ele fizesse um exame médico completo periodicamente, mas ele não tinha tempo ou não via necessidade, e se recusava a fazer. Mal percebia que algo estava ocorrendo em seu corpo e que isso o mataria. Seu câncer já estava no estágio 4 quando foi detectado. Era tarde demais para salvá-lo!

Outro homem, cuja saúde não era tão boa, prestou atenção em suas dores e procurou um médico. Os testes revelaram o crescimento de um câncer no estágio 1. Foi aplicado um tratamento forte, embora doloroso, salvando a vida do homem. Por que é importante que as doenças pecaminosas do materialismo e da conformidade com o mundo sejam diagnosticadas cedo, antes de se tornarem fatais?

Compreensão

Para o professor: A cobiça e a ganância muitas vezes comprometem o testemunho do cristão e desviam recursos que, de outra maneira, poderiam ser investidos na causa de Deus. Quando o cristão permite que esses males floresçam às escondidas, a energia humana e os recursos financeiros são utilizados para fins egoístas. O mais triste é que esses pecados não são detectados. Os assassinos sabem que mataram. Os adúlteros conhecem seus pecados. Mas muitas vezes os cobiçosos e gananciosos vivem na “feliz ignorância” de sua pecaminosidade. Somente um exame cuidadoso de nossas motivações e práticas, sob a orientação do Espírito Santo, pode revelar nossa verdadeira condição. A igreja de Laodiceia se considerava rica e próspera quando, na realidade, era miserável, espiritualmente pobre e cega quanto à sua verdadeira condição.

Comentário bíblico

I. Teologia e práticas distorcidas

(Recapitule com a classe Mateus 13:3-7 e 22.)

Em Mateus 13:3 a 7, Jesus apresentou uma ilustração da vida espiritual que começa com uma tremenda promessa, mas termina com resultados decepcionantes. Não existe nenhuma chance para o primeiro grupo mencionado nessa passagem, pois não há receptividade espiritual (os pássaros comem a semente). O segundo grupo se sai melhor, mas lhe falta recursos adequados para cultivar a semente, de maneira que ela se torne maior do que um broto. O terceiro grupo possui receptividade espiritual e os recursos necessários para o crescimento; mas antes que a semente cresça, esses recursos são desviados para fins materialistas, e as coisas espirituais são sufocadas.

As melhores hortas são aquelas em que o agricultor toma tempo para retirar cuidadosamente as ervas daninhas. Do contrário, elas roubam os nutrientes destinados à planta, e esta morre de fome ou sufocada. Infelizmente, existe uma linha teológica popular que cultiva o egoísmo sob o pretexto de desenvolver a fé. Conhecida como teologia da prosperidade, essa falsa teologia, como qualquer falsificação eficaz, contém uma verdade misturada com o engano. Deus deseja que prosperemos (3Jo 2) e tem abençoado materialmente muitos cristãos ao longo da história (assim como fez com Abraão, Jó, Boás e outros). O problema é que essa teologia ensina que nossa doação de alguma forma obriga Deus a nos enriquecer. Quanto mais doamos, mais recebemos. O cristão é motivado a doar não pelo princípio espiritual, mas pelo desejo egoísta de obter mais dinheiro.

Pense nisto: Por que é mais difícil detectar o materialismo do que os outros pecados? De que maneira a teologia da prosperidade é potencialmente prejudicial à igreja?

II. Os passos da cobiça

(Recapitule com a classe Gênesis 3:1-6.)

A Lição identifica três diferentes passos que cada pessoa dá ao cair na tentação da cobiça.

Em primeiro lugar, contemplamos e nos fixamos em um objeto de desejo. Por exemplo,
Satanás atraiu Eva com a exibição do fruto proibido e a seduziu. Se Eva tivesse fechado os olhos e imediatamente se afastado, todo o curso da história humana teria sido redirecionado. Nossa primeira defesa é desviar o olhar. A paixão da mulher de Potifar por José começou quando ela “pôs os olhos em José” (Gn 39:7). A obsessão do cristão para com o materialismo também começa com o olhar. Tiago escreveu: “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado” (Tg 1:14, 15). O segredo para vencer a tentação material é desviar o olhar antes que ela se torne pecado. Jesus ressaltou vividamente a importância de dominar os olhos. Ele disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt 5:29).

O segundo passo é desejar. Os publicitários não ficam satisfeitos em lhe mostrar algo. A indústria publicitária gasta milhões pesquisando como fazer você desejar. Será que possuir esse item o faria se sentir mais valorizado e adorado? Será que ele satisfará algum desejo básico como alimentação, intimidade sexual ou conforto físico? Como os cristãos podem resistir a essa manipulação financiada por milhões, senão bilhões, de reais? Você encontra essas respostas em um pequeno livro que pode ser comprado em muitas livrarias por 50 centavos: a Bíblia. Tiago nos ordenou que nos sujeitássemos a Deus e a Ele nos achegássemos (Tg 4:7, 8). Esses fundamentos nos habilitam a agir de acordo com o que ele propôs em seguida: (1) resistir ao diabo, (2) purificar as mãos e (3) limpar o coração (Tg 4:7, 8).

No entanto, não é suficiente proteger nosso exterior. Jesus sugeriu que o interior deveria ser preenchido (Mt 12:43-45). O vazio que o materialismo tenta preencher deve ser ocupado com as realidades espirituais. “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da Terra” (Cl 3:2). Nosso desejo pelas realidades celestiais nos protege da obsessão pelas coisas materiais.

O passo final para cair na cobiça é a ação, o momento da compra: eu levo. Mesmo que tenhamos sido transigentes nos dois primeiros, ainda há esperança. “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fp 4:13). Em vez de levar, podemos concentrar nossas energias em dar, assim como Cristo deu, e na maneira em que Ele nos ordenou a doar. (Veja 1Jo 3:16, 17; Mt 25:31-46.)

Pense nisto: Por que é mais fácil nos afastar da ganância no primeiro passo do que no terceiro?

Aplicação

Para o professor: A prática da meditação bíblica, oração e serviço cristão forma barreiras contra nossas tendências naturais para a cobiça. Mediante o domínio próprio que, para o cristão, nada mais é que se entregar completamente ao controle divino: nossos pensamentos, paixões e energias podem ser direcionados para que utilizemos as bênçãos materiais de Deus conforme Sua vontade. Devemos lembrar que, ao criar as coisas materiais, Deus colocou sobre elas a Sua bênção. Elas não são inerentemente más. O problema surge quando adoramos as criaturas em lugar do Criador.

Perguntas para reflexão e aplicação

1. Visto que o domínio próprio é essencialmente a rendição ao controle divino, o que podemos fazer para eliminar os obstáculos para o Espírito Santo?

2. Cultivar os outros dons espirituais contribui para o desenvolvimento do domínio próprio, necessário para vencer a cobiça?

3. Quais métodos são úteis para aplicar o domínio próprio a cada um dos três passos que levam à cobiça?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Uma forma de pensar “nas coisas lá do alto” para preencher o espaço ocupado pelo materialismo é focalizar Jesus. Uma das maneiras de nos concentrarmos Nele é compartilhar as boas-novas e cuidar de cada um dos Seus “pequeninos” (Mt 25:40), pois ao fazê-lo estamos servindo ao próprio Jesus. Planeje atividades que nos ajudem a nos concentrar em Jesus por meio do serviço.

Atividades - Ministrando às pessoas da igreja:

A. Peça ao pastor uma lista de pessoas que não podem frequentar a igreja por causa de doenças físicas. Faça uma visita a essas pessoas.

B. Ofereça-se para organizar um passeio divertido para as crianças mais novas da igreja.

C. Auxilie os líderes dos desbravadores, limpando e organizando seus equipamentos.

Ministrando à comunidade:

A. Prepare e sirva comida em um abrigo para moradores de rua.

B. Organize uma atividade para angariar fundos para uma ONG (Organização Não Governamental, sem fins lucrativos) local.

C. Ajude uma família ou entidade local a reformar uma casa para necessitados.

D. Visite e encoraje os presidiários de sua cidade.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


O problema foi a calça jeans

Kermyt tem 39 anos e mora em Porto Rico. Seu pai cresceu em um lar adventista naquele país, mas abandonou a fé, quando alguns membros criticaram sua noiva por ter ido à igreja usando calça jeans. Na época, seu pai tinha 19 anos e apresentou a verdade do sábado à futura esposa, que pertencia a uma denominação que guardava o domingo. Mas, ficou furioso quando alguém disse que sua noiva não estava vestida adequadamente.

O pai de Kermyt era oficial da SWAT. Tendo o corpo atlético, achava que era uma espécie de Superman. Gostava de lutar, fumar, beber, e dizia aos filhos: “Somente os mais fortes sobrevivem na rua. Vocês precisam ser fortes para sobreviver.”

Os anos se passaram e os pais de Kermyt se separaram. Aos 45 anos, o pai foi hospitalizado em estado grave. O médico disse que o intestino dele estava inflamado e deteriorado, provavelmente como resultado do estilo de vida desregrado. Numa cirurgia, ele perdeu três metros do intestino.

Enquanto se recuperava, sofreu uma insuficiência respiratória. Em 45 segundos, sua vida passou diante de seus olhos como um filme. Deparou-se com seus pecados e as muitas vezes que rejeitou as tentativas de Jesus para alcançá-lo. Dominado pelo medo do futuro, sentiu duas mãos grandes o tocando e ouviu uma voz que lhe dizia: “Não se preocupe. Você está em Minhas mãos.” Imediatamente, começou a respirar.

O milagre da entrega

Depois de sair do hospital, o homem entregou a vida a Jesus e retornou à igreja. Então, preocupado com os dois filhos, orou: “O Senhor me salvou; e quanto aos meus filhos?”

Na época, Kermyt estava com 27 anos e trabalhava como caminhoneiro. Ele também fumava, bebia e era viciado em cocaína e heroína. O irmão adorava o diabo. Vestia roupas pretas, pintava os lábios, as unhas e os olhos de preto, e tinha 32 piercings (perfurações) no rosto. Também pintou as paredes e o teto do quarto de preto e ouvia música de heavy metal antes de dormir.

O pai tentou oferecer estudos bíblicos, mas os filhos não estavam interessados. Ele ficou cada vez mais frustrado com a rejeição dos filhos em suas tentativas de falar de Jesus. Entretanto, mudou sua abordagem após ler Isaías 49:25, onde o Senhor diz: “Brigarei com os que brigam com você, e seus filhos, eu os salvarei” (NVI).

O pai colocou os filhos nas mãos de Deus.

Kermyt não conhecia Deus nem sabia que o pai orava por ele. Mas, pouco tempo depois, aconteceu algo incomum. Certa sexta-feira, como sempre, reuniu-se com os amigos e passaram o fim de semana visitando boates e se divertindo.

De boêmio a pastor

Ao voltar para casa na segunda-feira, Kermyt sentiu certa aversão ao seu estilo de vida e desejou uma vida melhor. Às 11 horas daquela manhã, ele orou: “Senhor, Tu precisas fazer algo em minha vida porque posso morrer em uma dessas ruas aqui em Porto Rico ou contrair uma DST!”

Por algum motivo, na manhã seguinte, ele sentiu Jesus agir em sua vida. Perdeu todo o desejo pelo cigarro, pela bebida alcoólica e pelas drogas. Só pensava em servir a Cristo.

Hoje, passados dez anos, Kermyt Torres Castellano é pastor adventista do sétimo dia em Porto Rico. Casou-se com uma mulher maravilhosa e tem cinco filhos. O irmão dele serve a Deus em uma igreja adventista em Boston. Há cinco anos, Kermit teve o privilégio de batizar a mãe.

O pai, que se casou novamente, permanece como fiel membro da igreja adventista em Porto Rico.

“Há muito tempo, meu pai e eu costumávamos brincar dizendo que iríamos aos clubes e beberíamos juntos quando eu crescesse. Mas agora vamos à igreja. Se Jesus fez isso por nós, Ele pode fazer o mesmo por qualquer um”, diz.

Atualmente, Kermyt cursa um mestrado na área de teologia na Universidade Adventista das Antilhas em Mayaguez, Porto Rico. Parte da oferta deste trimestre ajudará a universidade a construir um Centro de Influência e Centro Evangelístico para alcançar a comunidade local.

Leia a história sobre a experiência de Kermyt na Universidade Adventista das Antilhas na página 6 do Informativo dos Menores no link: bit.ly/rice-and-beans

Resumo missionário

  • Arroz com gandules (arroz com ervilhas) é o prato principal de Porto Rico, que tem as ruas pavimentadas com pedras azuis.
  • Não há predadores nativos de Porto Rico. Então eles importam mangustos da Índia para controlar a população de répteis nas plantações de cana.
  • Em Porto Rico, ficar perto de uma pessoa durante a conversa e beijá-la nas bochechas é considerado sinal de respeito.
  • Porto Rico é o habitat do maior réptil vivo do mundo – a tartaruga marinha.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º trimestre de 2018

Tema geral: Mordomia cristã: motivos do coração

Lição 2: 6 a 13 de janeiro

Vejo, quero, pego

 

Autor: Heber Toth Armí

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

 

Sou parte da quarta geração de adventistas em minha família. Desde criança, com meus pais participei das atividades da igreja. Assisti aos cultos religiosamente aos sábados, domingos e quartas-feiras, além das semanas especiais no município de La Paloma, no Paraguai.

Sempre gostei de estudar e aprender assuntos espirituais. Eu pensava que já conhecia o tema da Lição deste trimestre, porém, ao examinar as treze Lições sobre mordomia cristã para preparar os comentários, notei quanto eu desconhecia esse assunto. Ao revisá-lo foram dissipadas, inclusive, preconceitos adquiridos na infância.

Se, de certa forma, você se identifica comigo quanto à mordomia cristã, saiba que somos desafiados a reconsiderar nossos conceitos. Esse tema abrange mais do que eu imaginava. Ele mostra que nenhum ser humano é dono de nada; contudo, administra tudo o que o Dono de todas as coisas deixa sob sua responsabilidade, inclusive a vida. Que privilégio!

Quando, porém, não entendemos isso, pretendemos usar as coisas de Deus como se fossem nossas.

Este estudo amplia a ideia de materialismo visto anteriormente, dando ênfase aos sentimentos que o motivam.

Tudo começa com o ato de “ver”, depois passa pelo sentimento de “querer”, até culminar na decisão de “pegar”. Isso caracteriza a “cobiça”. Eva viu, quis e pegou (Gn 3:1-6). Assim, a cobiça humana começou quando Eva desejou o fruto proibido porque quis ser como Deus.

Infelizmente, “o mundanismo e a cobiça estão destruindo a vitalidade do povo de Deus” (Ellen G. White. Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 405). Inclusive a interpretação do evangelho é afetada quando o leitor é dominado pela cobiça e pelo materialismo.

O evangelho da prosperidade se espalhou pelo mundo. Embora seja atraente, a teologia da prosperidade perverte o evangelho. Em essência é a cobiça pedindo a Deus para enriquecer-se materialmente. É a ambição usando as vestes da religião (Is 56:11). É o desejo desenfreado de obter com Deus coisas que, de outra forma, seria mais difícil ou impossível. É buscar tesouros do Céu para prosperar na Terra.

No evangelho da prosperidade, damos para ganhar, oferecemos para receber, ofertamos para obter o que queremos. Na Bíblia, Deus dá sem que mereçamos; Ele entrega sem que Lhe peçamos; Ele Se doa sem nossa súplica. Na verdade, se tudo é de Deus, nada temos para pagar por Seus serviços. É como tentar tomar emprestado Dele para pagar-Lhe por aquilo que queremos. É um cristianismo materialista, um evangelho pautado pela cobiça.

Devido à influência do materialismo, “muitos do povo de Deus estão em perigo de ser enredados pela mundanidade e a cobiça” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 15). Em Mateus 13:3-7 Jesus contou a parábola dos tipos de ouvintes (solos) de Suas palavras (sementes).

1. Os que ouvem, mas não interiorizam nenhum ensinamento têm coração duro e impenetrável (v. 4).

2. Os que recebem com empolgação o evangelho sem retirar os obstáculos (pedras); assim, com a mesma rapidez com que aceitam, desanimam e desistem sem criar raízes, voltando às próprias ideologias (v. 5-6).

3. Os que se preparam, são sedentos e receptivos, comprometem-se consciente e perseverantemente, permitindo que o evangelho crie raízes; porém, não se preocupam em vigiar, ignoram a possibilidade dos espinhos que podem nascer, crescer e sufocar os ensinamentos de Cristo (v. 7). Os espinhos representam duas coisas (Mt 13:22):

I. Os cuidados do mundo: Preocupações, ansiedade, medo do futuro, busca por poder, fama, reconhecimento, títulos, negócios, etc. (Lc 21:34).

II. A fascinação pelas riquezas: Ambições, ganância, materialismo, cobiça, etc.

A riqueza nos fascina, mas não nos salva. Ela nos sufoca. Iludimo-nos com ela como se fosse garantia da nossa existência insegura, incerta e frágil.

A cobiça enfraquece o domínio próprio, corrompe o raciocínio e destrói a inteligência espiritual. Quem cobiça pisa nos nobres princípios divinos, ignora a revelação de Deus e rebaixa a moral. Quando a ganância toma conta da alma, leva a pessoa a fazer coisas visando satisfazer os caprichos da cobiça:

*Jezabel mandou matar Nabote para tomar-lhe a vinha (1Rs 21).

*Acã roubou uma capa, prata e ouro porque primeiro os cobiçou (Js 7:20-22).

*Demas abandonou Paulo e Cristo por ter amado o presente século (Fl 24; Cl 4:14; 2Tm 4:10).

*Judas vendeu seu Senhor, o Filho de Deus, por trinta moedas de prata (Mt 26:14-16).

A cobiça é imperceptível, mas quando se revela as consequências são indesejáveis. Devemos cuidar com pecados sutis. Note que,

“O alcoólatra é desprezado e costuma-se dizer a ele que seu vício o deixará fora do Céu, enquanto o orgulho, o egoísmo e a cobiça não são muitas vezes condenados. No entanto, esses são pecados muito ofensivos a Deus, pois são contrários à bondade do caráter divino e ao amor desinteressado, que é o próprio ambiente de todo o Universo onde o pecado não entrou” (Ellen G. White. Caminho a Cristo, p. 30).

A cobiça é tão ofensiva que Deus concluiu os Dez Mandamentos proibindo-a (Êx 20:17). Loron Wade declarou que “a cobiça é o amor fora de proporção, fora de equilíbrio e fora de lugar” (Loron Wade. Os Dez Mandamentos, p. 93). Paul R. House percebeu que “o décimo mandamento denuncia a atitude específica que leva à quebra de todos os mandamentos” (Paul R. House. Teologia do Antigo Testamento, p. 144). E, Ellen G. White foi categórica: “O décimo mandamento fere a própria raiz de todos os pecados, proibindo o desejo egoístico, do qual nasce o ato pecaminoso” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 309).

A insatisfação é a raiz de ambições ilícitas, desejos perversos e ganância licenciosa. A insatisfação,

*fez de Lúcifer o diabo.

*fez de Eva uma pecadora e instrumento de Satanás para levar Adão a pecar.

*levou o filho pródigo a querer a herança para gastar como bem entendesse (Lc 15:11-30).

Portanto, precisamos cuidar para que os nossos olhos não sejam fixados nas seduções da cobiça e do pecado (Tg 1:14, 15). Para não cair em tentação, devemos resistir ao diabo, purificar as mãos e limpar o coração (Tg 4:7, 8). É necessário impedir que a cobiça entre em ação. Por isso, devemos deixar Cristo atuar em nós (Gl 2:20), para desenvolver em nosso coração a generosidade (2Co 8:1-7).

Precisamos entender que só seremos satisfeitos em Deus. Só através Dele teremos domínio próprio e não nos submeteremos ao poder da cobiça, ganância e ambição que nos levam à perdição.

Jesus é Aquele que satisfaz o cristão (Jo 4:14). Ele supre toda necessidade dos que colocam em primeiro lugar o que realmente é prioridade (Mt 6:25-34; Fl 4:19). Quando Deus e Seu reino forem nossas prioridades, seremos Seus mordomos de verdade. Então, buscaremos as coisas do alto, onde Cristo habita (Cl 3:1).

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pastor Heber Toth Armí graduou-se em Teologia pelo UNASP-EC, em 2005. Concluiu Mestrado em Teologia pelo UNASP-EC, em 2016. Atua como distrital em Fraiburgo, SC. É casado com Ketlin Mara Hasse Armí.