Lição 4
16 a 22 de julho
Vendo a face do Ourives
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Pv 25-27
Verso para memorizar: “E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18).
Leituras da semana: Mt 5:16; 1Co 4:9; Ef 3:10; Jó 23:1-10; Mt 25:1-12; Dn 12:1-10; Ef 4:11-16

Amy Carmichael levou um grupo de crianças para um ourives na Índia. No meio do fogo, estava uma telha curvada e nela havia uma mistura de sal, tamarindo e pó de tijolo. Incorporado a essa mistura havia ouro. À medida que o fogo devorava a mistura, o ouro se tornava mais puro. O ourives tirava o ouro com pinças e, se não estivesse puro o suficiente, o recolocava no fogo com uma nova mistura. Mas, cada vez que o ouro era recolocado, aumentava-se a temperatura. O grupo perguntou: “Como você sabe quando o ouro está purificado?” Ele respondeu: “quando posso ver meu rosto nele” (Amy Carmichael, Learning of God [Fort Washington, PA: Christian Literature Crusade, 1989], p. 50).

Deus procura nos purificar, nos refinar como ouro, para nos transformar à Sua imagem. Esse é um objetivo surpreendente, e parece ainda mais surpreendente o fato de que um caráter cristão só se desenvolve em nós à medida que passamos pelos crisóis da vida.

Resumo da semana: Que papel o sofrimento desempenha no processo de purificação? Como entender isso no contexto do grande conflito?

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Domingo, 17 de julho
Ano Bíblico: Pv 28-31
À Sua imagem

“Aqueles que Deus de antemão conheceu Ele também predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).

No princípio, Deus nos fez à Sua imagem (Gn 1:27), mas essa imagem foi corrompida pelo pecado.

1. De que maneira percebemos essa distorção da imagem divina na humanidade?

É óbvio: todos nós fomos corrompidos pelo pecado (Rm 3:10-19). Contudo, o desejo de Deus é nos restaurar ao que deveríamos ter sido originalmente. É aí que o verso de hoje se encaixa. Ele revela o plano divino: aqueles que submeterem a vida ao Espírito Santo serão feitos “conformes à imagem de Seu Filho” (Rm 8:29).

Mas há outra dimensão. “A própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo, acha-se envolvida no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 540 [671]).

2. Como você entende o que Ellen White disse na citação acima? Veja também Jó 1; Mateus 5:16; 1 Coríntios 4:9; Efésios 3:10.

Como cristãos, jamais devemos nos esquecer de que estamos no meio de um drama cósmico. O grande conflito entre Cristo e Satanás se desenrola ao nosso redor. A batalha assume muitas formas e se manifesta de diferentes maneiras, e, embora muita coisa esteja oculta, podemos entender que, como seguidores de Cristo, temos uma parte a desempenhar nesse drama e ainda podemos honrar a Jesus em nossa vida.

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Imagine estar no campo de um enorme estádio. Sentados de um lado das arquibancadas estão seres celestiais leais ao Senhor; do outro lado estão seres que caíram com Lúcifer. Se sua vida nas últimas 24 horas fosse o jogo nesse campo, que lado teria mais motivos para aplaudir? O que sua resposta lhe diz sobre si mesmo?


Segunda-feira, 18 de julho
Ano Bíblico: Ec 1-4
Fé em meio ao fogo refinador

Uma coisa é estar na batalha; outra é nem sequer ver as forças arregimentadas nessa batalha. Em certo sentido, é com isso que nós cristãos estamos lidando. Sabemos que as forças estão aí, podemos senti-las em nossa vida e, contudo, temos que avançar pela fé, confiando Naquele “que é invisível” (Hb 11:27).

3. Leia Jó 23:1-10. Qual era a essência da luta de Jó? O que ele não via? Ao mesmo tempo, o que ele fez pela fé, apesar de todas as provações?

Mesmo em meio a provações terríveis, Jó confiou no Senhor. Apesar de tudo, ele estava determinado a resistir. E uma das coisas que o mantiveram perseverante foi o ouro. Não uma medalha de ouro; em vez disso, ele olhava para o futuro e percebia que, caso se entregasse a Deus, sairia refinado como ouro. Não é dito quanto Jó sabia a respeito do que estava acontecendo por trás das cenas. Independentemente do quanto foi ocultado, ele resistiu ao fogo refinador.

Você tem medo do fogo? Você se preocupa com o calor que as circunstâncias geram? Talvez, como no caso de Jó, o calor parece inexplicável. Pode ser a dificuldade de se ajustar a um novo emprego ou a uma nova casa. Pode ser que você tenha suportado maus tratos no trabalho, ou mesmo dentro de sua própria família. Pode ser enfermidade ou prejuízo financeiro. Embora pareça difícil de entender, Deus pode usar essas provas para refiná-lo e purificá-lo e revelar Sua imagem em seu caráter.

Para Jó, ser provado para se tornar como ouro foi considerado um incentivo, algo em que ele devia fixar os olhos, e isso lhe ajudou a passar pelas dificuldades. Tudo foi um poderoso testemunho de seu caráter, visto que, em meio a toda dor e sofrimento, ele pôde perceber o processo de purificação. Além disso, embora não compreendesse muita coisa, sabia que essas provas o refinariam.

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Em sua vida, como as provas o refinaram e o purificaram? De que outras formas é possível ser refinado?


Terça-feira, 19 de julho
Ano Bíblico: Ec 5-8
As últimas palavras de Jesus

Jesus estava em Jerusalém, prestes a morrer. Segundo o evangelho de Mateus, o Mestre passou Seus últimos momentos antes da Páscoa contando parábolas a Seus discípulos, incluindo as parábolas sobre as dez virgens e sobre as ovelhas e os cabritos. Essas histórias se relacionam com a maneira pela qual devemos viver enquanto esperamos a volta de Cristo, daí sua relevância para o presente, com os sinais de Seu breve retorno ao nosso redor.

Na parábola das dez virgens (Mt 25:1-12), muitos comentaristas indicam que o óleo é um símbolo do Espírito Santo. Ellen G. White concordou com esse ponto de vista, mas também acrescentou que esse óleo simboliza o caráter, algo que ninguém pode adquirir por nós.

4. Leia a parábola. Em que aspectos o sentido da história muda, dependendo se você considera o óleo um símbolo do Espírito Santo ou símbolo do caráter? E quais são as implicações de cada percepção?

Espírito Santo:

Caráter:

5. Leia a parábola das ovelhas e dos cabritos em Mateus 25:31-46. Quais são os critérios utilizados na separação deles?

Observe que o rei separa as ovelhas e os cabritos com base em suas obras, seu caráter. Embora Jesus não ensinasse a salvação pelas obras, percebemos a importância do desenvolvimento do caráter no plano da salvação e como os salvos por Cristo refletirão essa salvação através de sua vida e de seu caráter.

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Afirma-se que “caráter é o que a pessoa faz quando ninguém a está observando”. Que tipo de pessoa é você quando ninguém lhe observa? O que essa resposta lhe diz sobre as mudanças que precisa fazer?


Quarta-feira, 20 de julho
Ano Bíblico: Ec 9-12
Os sábios

Ontem vimos a importância do caráter para os que esperam a segunda vinda de Jesus. Hoje verificaremos de maneira mais específica a importância do caráter para os que estiverem vivos por ocasião da volta de Jesus.

6. Leia Daniel 12:1-10. Qual é o contexto? A que momento da história a passagem se refere? O que podemos concluir a partir desses versos sobre o caráter do povo de Deus durante esse tempo? Quais características lhe são atribuídas, em contraste com os maus? Veja também Apocalipse 22:11.

Foi dito a Daniel que pouco antes da vinda de Jesus haverá um tempo de angústia como nunca houve em qualquer outra época da história. Em Daniel 12:3 e 10 há uma descrição dos justos e dos maus que viverão nesse tempo. Observe como os ímpios “continuarão na sua impiedade”, em contraste com os sábios que resplandecem, talvez porque tenham sido “purificados, limpos e provados” (Dn 12:3, 10) durante esse “tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem nações até aquele tempo” (Dn 12:1). Os ímpios não compreendem esse momento, mas os justos são “sábios” e o compreendem.

Compreender o quê? Matemática, ciência, método histórico-crítico de interpretação da Bíblia? Provérbios diz que “O temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1:7). Talvez, nesse contexto, os “sábios” sejam sábios porque têm uma compreensão dos acontecimentos finais, do tempo de angústia, na medida em que ele se desdobra. Eles não são pegos de surpresa, visto que estudam a Palavra. E, o mais importante, sabem o suficiente para permitir que esse período de dificuldades os purifique e refine; os maus, por outro lado, tornam-se mais obstinados em sua rebelião e continuam em sua impiedade.

O ponto crucial é que nessa passagem é descrito um povo que passa por um processo de refinação e purificação.

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Embora Daniel 12 esteja no contexto dos últimos dias, que princípios contidos no texto nos ajudam a entender o processo de purificação e refinação para nós no presente?


Quinta-feira, 21 de julho
Ano Bíblico: Ct 1-4
Caráter e comunidade

Diz uma canção: “Eu sou uma rocha, eu sou uma ilha”. Você já se sentiu assim, desejando ficar sozinho? Pode até ser que você tenha ouvido pessoas dizerem: “Bem, meu caminhar com Deus é um assunto particular. Não é algo de que eu queira falar.”

7. Leia Efésios 4:11-16. Para o que Paulo chamou atenção? Que papel ele atribuiu à comunidade?

Quando Paulo escreveu aos efésios, descreveu a igreja como um corpo. Jesus é a Cabeça, e Seu povo compõe o restante. Em Efésios 4:13, podemos observar o objetivo final de se viver nessa comunidade – experimentar a “medida da estatura da plenitude de Cristo”. Para isso, precisamos uns dos outros!

Certamente é possível ser cristão mesmo estando sozinho. Para muitos que foram ridicularizados ou perseguidos, isso não foi possível. Homens e mulheres que não se curvam sob as pressões que os cercam dão um poderoso testemunho do poder de Deus. No entanto, Paulo desejou destacar uma verdade fundamental: Em última análise, experimentamos e revelamos a plenitude de Cristo quando trabalhamos juntos em comunidade.

8. Em Efésios 4:11-16, o que Paulo disse que deveria acontecer antes que a plenitude de Cristo fosse revelada em nossa comunidade cristã?

De que forma o testemunho de uma comunidade que revela a plenitude de Cristo difere do exemplo de um indivíduo que também revela essa plenitude? Quais são as implicações disso no contexto do grande conflito? Leia Efésios 3:10.

Às vezes, é mais fácil ser gentil quando se está sozinho ou com estranhos, mas é muito mais difícil ser bom com pessoas que você conhece ou com aqueles de quem não gosta. No entanto, quando mostramos a essas pessoas graça e bondade, testemunhamos de Deus.

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Sexta-feira, 22 de julho
Ano Bíblico: Ct 5-8
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus, p. 100 (“Coração novo”); Parábolas de Jesus, p. 405-421 (“A recompensa merecida”); O Grande Conflito, p. 510-526 [613-634] (“O tempo de angústia”).

“A formação do caráter é a obra mais importante que já foi confiada a seres humanos; nunca seu cuidadoso estudo foi tão importante como hoje. Jamais qualquer geração prévia teve de enfrentar aflições tão intensas; nunca antes jovens foram defrontados por perigos tão grandes como hoje” (Ellen G. White, Educação, p. 159 [225]).

“As virgens imprudentes” simbolizam os “que não se prepararam mediante o desenvolvimento do caráter, de modo a subsistir em tempo de crise. É como se fossem a seus vizinhos e dissessem: Deem-nos do seu caráter, ou nos perderemos! [...] O Senhor concedeu a toda pessoa a oportunidade de obter um caráter justo, através das horas de graça; não proveu, porém, um meio pelo qual o agente humano pudesse comunicar a outro o caráter que ele desenvolveu passando por experiências difíceis, aprendendo lições do grande Mestre, de modo que possa manifestar paciência sob provações e exercitar fé de modo que possa remover montanhas de impossibilidade” (Ellen G. White, Para Conhecê-lo, p. 347).

Perguntas para consideração

  1. A formação do caráter é prioridade na sua vida e na sua comunidade da igreja?

  2. Sua igreja funciona bem como corpo de Cristo ao representá-Lo na comunidade?

  3. Por que o caráter é importante, mesmo que sejamos salvos pela fé em Jesus? Se Sua justiça e Seu caráter perfeito nos salvam, por que precisamos desenvolver o nosso caráter?

  4. Helen Keller, que era surda e cega desde a infância, escreveu: “O caráter não pode ser desenvolvido na tranquilidade. Somente através de sofrimentos a alma é fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado” (Leadership, v. 17, no 4). Qual é a relação entre caráter, sofrimento e o conflito?

Respostas e atividades da semana: 1. Quando vemos o egoísmo, violência e ganância. 2. Assim como Jó, podemos honrar a Jesus mesmo em meio às dificuldades. 3. Satanás desafiou a Deus testando o caráter e a fidelidade do patriarca, que confiou no Senhor. 4. O azeite do Espírito é a fonte da luz. O azeite do caráter é a manifestação dos frutos que o Espírito produz em nós. 5. Suas obras e seu caráter. 6. Os momentos que antecedem a volta de Cristo. Os justos serão sábios e resplandecerão, serão purificados, limpos e provados, mas os ímpios continuarão na impiedade. 7. Para a importância do trabalho em conjunto. Experimentamos e revelamos a plenitude de Cristo quando trabalhamos juntos em comunidade. 8. Cada um deveria desempenhar sua função, segundo seu dom, auxiliando uns aos outros.

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Resumo da Lição 4
Vendo a face do Ourives

TEXTO-CHAVE: 1Pe 1:6

FOCO DO ESTUDO: Êx 14; 15:22-27; 17:1-7; Pv 3; Lc 4:1-13; 1Pe 1:6-9

ESBOÇO

A lição desta semana concentra-se no crisol de purificação, que requer um padrão. Em nosso caso, o padrão é a imagem de Deus expressa na Pessoa de Jesus Cristo, que é o reflexo perfeito da imagem de Deus (Hb 1:3). Essa imagem é reproduzida em nós pelo Espírito Santo. A purificação também requer um agente purificador, o qual a Bíblia frequentemente apresenta como fogo (1Pe 1:7; Ap 3:18). O resultado da purificação é o nosso caráter, representado pelo óleo nas lamparinas das dez virgens na parábola de Jesus (Mt 25:1-13). O livro de Daniel descreve o caráter dos purificados como “sábios” nas coisas de Deus (Dn 1:19, 20; 2:47, 48; 3:26-30).

Temas da lição

A lição desta semana destaca quatro temas principais:

  1. O papel essencial do sofrimento no processo de formação e purificação do caráter.

  2. A formação do caráter como restauração da imagem de Deus nos seres humanos, conforme criados pelo Criador no início, bem como a formação do caráter de acordo com a imagem de Cristo.
  3. A formação do caráter envolve o tema do conflito cósmico. É nesse conflito entre o bem e o mal, entre Deus e Satanás, que experimentamos o crisol de maturidade.
  4. A purificação e a maturidade nunca são alcançadas por indivíduos isolados; em vez disso, são alcançadas por indivíduos em comunidade.

COMENTÁRIO

Pensamento de Ellen G. White sobre as provações

O tema da relação entre crisóis e purificação é muito importante. Os comentários de Ellen G. White sobre esse assunto são reveladores e relevantes. Em um de seus principais livros, ela citou a carta de John Huss a uma amiga, na qual Huss relacionou o sofrimento de Jesus ao nosso. Nessa mesma carta, Huss também relacionou o sofrimento com a purificação: “Jesus Cristo sofreu por Seus queridos; deveríamos, pois, estranhar que Ele nos tenha deixado Seu exemplo para que nós mesmos possamos suportar com paciência todas as coisas para nossa própria salvação? Ele é Deus, e nós, Suas criaturas; Ele é o Senhor, e nós, Seus servos; Ele é o Dono do mundo, e nós somos desprezíveis mortais; no entanto, Ele sofreu! Por que não deveríamos nós também sofrer, particularmente quando o sofrimento é para nossa purificação? Portanto, amados, se minha morte deve contribuir para Sua glória, orem para que ela venha rapidamente, e para que Ele possa me habilitar a suportar com perseverança todas as minhas calamidades” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 88 [105]).

Em outro lugar, a própria Ellen escreveu em tom semelhante: “Não se queixem amargamente da provação que lhes sobrevém, mas dirijam os olhos a Cristo, o qual revestiu Sua divindade com a humanidade, para que pudéssemos compreender a grandeza do Seu interesse em nós, por ter Se identificado com a humanidade sofredora. Ele provou o cálice da angústia humana, foi afligido em todas as nossas aflições, foi aperfeiçoado pelo sofrimento e foi tentado em todas as coisas como os seres humanos para que pudesse socorrer os que são tentados. Ele diz: ‘Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir’ (Is 13:12). Tornará um homem precioso ao habitar com ele, ao conceder-lhe o Espírito Santo. Ele declarou: ‘Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai celeste dará o Espírito Santo aos que Lhe pedirem!’” (Lc 11:13; Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 131).

Para um membro da igreja controlado pelo apetite, ela escreveu: “Agora ele deve apreciar o eterno galardão, o tesouro nos Céus, a imortal herança, ‘a imarcescível coroa da glória’ (1Pe 5:4), para que possa de bom grado sacrificar a condescendência com o apetite pervertido, sejam as consequências ou sofrimentos quais forem, e fazer a obra de purificação da carne e do espírito” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 86 [99]).

Ao irmão G., Ellen White escreveu uma carta explicando a relação entre sofrimento e purificação com respeito ao povo do advento que se prepara para a segunda vinda de Jesus: “A purificação do povo de Deus não pode ser efetuada sem que ele sofra. Deus permite que o fogo da aflição lhe consuma a escória, para separar o imprestável do que é valioso, a fim de que o metal puro possa brilhar. Passa-nos de uma a outra fornalha, provando nosso verdadeiro valor. Se não podemos suportar essas provas, que faremos no tempo de angústia? Se a prosperidade ou a adversidade descobre falsidade, orgulho ou egoísmo em nosso coração, que faremos nós quando Deus provar a obra de todo homem como pelo fogo e puser a descoberto os segredos de todos os corações?

“A graça genuína está disposta a ser provada; se relutamos em ser esquadrinhados pelo Senhor, nossa condição é realmente séria. Deus é o Refinador e Purificador dos corações; no calor da fornalha separa-se para sempre a escória da prata e do ouro verdadeiros do caráter cristão. Jesus observa a prova. Sabe o que é preciso para purificar o precioso metal a fim de que Lhe reflita a glória do divino amor” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 77 [85, 86]). Ela continuou nesse tema com a mesma profundidade: “Deus leva Seu povo para perto de Si através de dolorosas experiências, mostrando-lhe suas próprias fraquezas e incapacidade e ensinando-lhe a confiar Nele como seu único auxílio e salvaguarda. Então se cumpre Seu desígnio. Seus fiéis são preparados para ser usados em qualquer emergência, para ocupar importantes posições de confiança e realizar os grandes desígnios para que lhes foram dadas as suas faculdades. Deus aceita os homens depois de proválos; prova-os à direita e à esquerda, e assim são educados, exercitados e disciplinados. Jesus, nosso Redentor, Representante e cabeça do homem, suportou esse difícil processo.

Sofreu mais do que podemos ser chamados a suportar. Levou sobre Si nossas enfermidades e foi em tudo tentado, como nós o somos. Não sofreu isso por Sua própria causa, mas por nossos pecados; e agora, confiantes nos méritos de nosso Vencedor, podemos tornarnos vitoriosos em Seu nome”.

“A divina obra de refinar e purificar precisa ir avante até que Seus servos estejam tão humilhados, tão mortos para o próprio eu que, ao serem chamados para serviço ativo, tenham em vista unicamente a glória de Deus. Então Ele lhes aceitará os esforços; eles não agirão imprudentemente, por impulso; não se precipitarão, pondo em risco a causa do Senhor, sendo escravos de tentações e paixões, seguindo a própria mente carnal incendiada por Satanás. Quão terrível é ser a causa de Deus manchada pela vontade perversa do homem e seu temperamento não subjugado! Quanto sofrimento traz ele sobre si por seguir as obstinadas paixões que o dominam! Deus muitas vezes abate o ser humano até o pó, aumentando a pressão até que a perfeita humildade e a transformação do caráter o ponham em harmonia com Cristo e o espírito do Céu e tenha a vitória sobre si mesmo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 77, 78 [86]).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

  1. Aprendemos que somos purificados de nossos pecados pelo sacrifício substitutivo de Jesus, mas também entendemos que somos purificados pelo sofrimento. Existe uma contradição entre essas duas ideias? De jeito nenhum! Somos justificados pela graça de Deus e recebemos Seu perdão dos pecados pela fé; assim, somos separados para Ele e vivemos para Ele. A justificação e o perdão são declarações e experiências espirituais profundas. Então, continuamos na experiência da graça no contexto do grande conflito, no qual somos provados e nos mostramos fiéis e amorosos ao Senhor. Nessa experiência, descobrimos que muitas vezes podemos falhar. Também descobrimos características ocultas que devem ser abandonadas. Somos purificados pela graça de Deus. A purificação é uma experiência real que acontece a pessoas reais em uma história real. Como essa compreensão o ajuda em sua experiência de purificação? De que maneira você já percebeu que o Espírito Santo está purificando seu caráter?
  2. Como tem sido sua experiência de contemplar continuamente a imagem de Cristo em sua vida? Como tem experimentado uma transformação de seu caráter e personalidade de acordo com a imagem Dele?
  3. De que maneiras você já sentiu o desenvolvimento da sua maturidade na fé? Como você poderia descrever esse processo?
  4. Como sua comunidade de fé tem amadurecido espiritualmente? De que forma outras pessoas, dentro e fora da sua comunidade de fé, notaram o mesmo desenvolvimento? Descreva o que você e outros membros de sua comunidade religiosa têm observado.

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Deus está no controle

Gabriela

Bolívia | 16 de julho

Alguns cantores famosos se apaixonaram por música na infância, mas este não foi o caso de Gabriela. Ela cresceu em La Paz, Bolívia, com uma paixão por Jesus.

Quando tinha nove anos, ela entregou seu coração a Jesus no batismo. Mas com o passar dos anos, ela começou a conhecer as tentações do mundo, e a porta para essas tentações era a música.

Gabriela gostava de cantar para se divertir nas férias escolares. Então, ela foi convidada para se juntar a um grupo musical e aceitou de bom grado, pensando que poderia começar uma carreira musical e se tornar famosa. Aos 19 anos, ela tinha certeza de que cantar era sua vida.

Enquanto estudava em uma universidade, Gabriela cantou com vários grupos musicais. Às vezes, ela se perguntava se não estaria cometendo um erro, como na vez em que se envolveu em um terrível acidente de trânsito e foi a única pessoa ferida. Ela terminou seus estudos de graduação em psicologia.

Então, ela e vários amigos criaram um novo grupo musical que obteve sucesso instantâneo. O grupo se apresentou em inúmeros eventos, e Gabriela gostava de ir a festas e gastar dinheiro com itens luxuosos.

Ela gostava de cantar e de gastar dinheiro. Mas, quando não estava cantando ou gastando dinheiro, ela se sentia vazia por dentro. A vida parecia não ter sentido.

Gabriela não parou de frequentar a Igreja Adventista completamente. Ela era cristã em algumas manhãs de sábado, mas voltava para sua outra vida após os cultos de adoração.

Em um sábado de manhã, ela ouviu a música especial na igreja e sentiu um desejo em seu coração de cantar para Deus. "Eu gostaria de cantar na igreja", pensou ela. "Minha mãe ficaria muito orgulhosa de sua filha cantando na igreja."

Logo Gabriela estava frequentando a igreja regularmente, não apenas no culto matinal, mas também no programa vespertino. Ela começou a ouvir cantores adventistas e percebeu que queria deixar a música do mundo, mas lutou contra o desejo de se tornar famosa. Ela orou a Deus pedindo ajuda.

Então, a pandemia de COVID-19 fechou tudo. Gabriela não podia mais se apresentar no palco. Em vez de desespero, ela sentiu uma enorme sensação de alívio. Agora seria mais fácil cortar todos os laços com a parte vazia e sem sentido de sua vida.

Ela se tornou amiga do pastor da igreja, e ele a convidou para fazer es- tudos bíblicos. Ela aceitou alegremente. Quando terminou, decidiu de- dicar seu coração novamente a Deus por meio do rebatismo. Ela sentiu que Deus estava lhe dando uma nova oportunidade de viver para Ele. Gabriela entrou nas águas batismais com menos de um ano de pande- mia. Em uma oração em seu batismo, ela declarou que tudo o que ela tinha pertencia a Deus: “Eu dou minha vida, dons e talentos a Seu serviço”. Após seu rebatismo, ela trocou o palco pelo Zoom, onde cantou para glória e honra de Deus. A pedido dos líderes da igreja, ela também co- meçou a conduzir seminários on-line de psicologia e estudos bíblicos. Por influência dela, quatro pessoas foram batizadas durante a pandemia.

Gabriela tem uma mensagem especial para os jovens que podem, como ela, ser tentados a se desviar do caminho que leva a Cristo. “Não perca seu tempo no mundo”, diz ela. “Cada pessoa tem dons e talentos, e você precisa encontrá-los e usá-los para a glória de Deus.”

Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a abrir uma nova igreja em La Paz, cidade natal de Gabriela, na Bolívia. Obrigado por planejar uma oferta generosa para o dia 24 de setembro.

Dicas para a história

  • Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
  • Baixe publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Sul-Americana: bit.ly/sad-2022.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º trimestre de 2022

Tema geral: Provados pelo fogo

Lição 4 – 16 a 22 de julho de 2022

Vendo a face do Ourives

 

Autor: Célio Barcellos

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

 

Antes do processo da purificação do ouro pelo ourives, é preciso garimpar bastante à procura desse precioso mineral. Para um garimpeiro, não é fácil encontrar essa riqueza. Além do trabalho duro exigido, existem perigos de acidentes e a presença de animais ferozes, pois quem se aventura no garimpo precisa migrar para ambientes densos e perigosos. Além disso, há a concorrência dos demais garimpeiros e dos muitos atravessadores e aproveitadores nesse mercado bilionário.

Quando eu era aluno de Teologia no Seminário Adventista da Bahia, em uma das aulas, o Professor Demóstenes Neves relatou uma linda história de fidelidade do garimpeiro Joaquim Jeremias (nome fictício). Ao tomar conhecimento da chegada do novo pastor do Distrito, o irmão Joaquim foi à sua residência, na cidade de Teixeira de Freitas, Bahia. Na época, o território era imenso e Demóstenes era um jovem pastor iniciando seu ministério.

Quando o irmão Joaquim Jeremias bateu à porta, Marlice, esposa do pastor, foi atendê-lo. Ao observar de uma pequena abertura da porta, notou que a pessoa que chamava seu esposo era alguém alto, bronzeado, musculoso, de olhar estranho e com um embrulho enorme nas mãos. Um tanto receosa pelo fato de nunca antes ter visto aquele homem, correu em desespero para chamar o marido. O jovem pastor Demóstenes foi ao encontro daquele homem de olhar estrábico, forte, simples, porém muito educado. O pastor perguntou o que o ele desejava.

Utilizando a tática de Jesus, aquele simples garimpeiro, zeloso com as coisas de Deus, respondeu com uma pergunta:

– Aqui mora o pastor adventista?

Demóstenes respondeu: 

– Sim.

Então, o irmão Joaquim pegou um embrulho amarrado com barbante e disse o seguinte:

– Aqui estão os dízimos e ofertas para serem entregues à Associação.

Em seguida, ele enfatizou:

– É para entregar na Associação, viu pastor?

O pastor Demóstenes entendeu o que aquele irmão estava dizendo. Até porque, na mente daquele simples garimpeiro, havia a compreensão da mordomia cristã. Ele entendeu que existia na igreja uma unidade teológica e administrativa. Por isso, guardou os dízimos e as ofertas de longa data para serem entregues na Casa do Tesouro no momento oportuno. Aquele homem, que havia ficado sem assistência pastoral por quase três anos, permaneceu firme no propósito do evangelho.

Daquela visita, ficou agendada a ida do pastor à localidade Serra do Centenário, onde o irmão Joaquim residia como único adventista entre um punhado de garimpeiros. Aquele simples irmão era o remanescente de uma quantidade de adventistas que foi tentar a vida no garimpo. Ele cuidava com total dedicação da igreja construída no auge da extração do ouro naquela localidade.

Ele mantinha a igreja sempre limpa. Quando o pastor Demóstenes chegou àquela localidade de difícil acesso, ficou muito impressionado com o zelo daquele servo de Deus. Além de deixar a igreja limpa de modo espetacular, também se encarregou de convidar todos os garimpeiros que ainda residiam por ali. No relato do pastor Demóstenes, deu para perceber a vibração e o entusiasmo com que aquelas pessoas o receberam.

Imagino quantos Joaquins estão espalhados pelo mundo! Homens e mulheres fiéis que, ao se depararem com o Ourives Jesus, refletem o brilho do Seu rosto. Sabem que muitas vezes são o próprio ouro provado no fogo das dificuldade da vida, mas que se mantêm fiéis. São pessoas que não dependem de motivação externa para prosseguir. Que não dependem de uma igreja bonita, de um coral ou de um pastor presente para perseverar na fé. Essas pessoas refletem o brilho de Cristo e compreendem o seu papel na história da fé. Não importa o que aconteça, elas serão sempre fiéis em tudo.

Garimpeiros fiéis à semelhança de Joaquim não perdem tempo com o vale-tudo da selva. Eles sabem que as feras são perigosas e que correm o risco de ser dilacerados por animais famintos, e que podem ser prejudicados por homens inescrupulosos e gananciosos. Garimpeiros do quilate de Joaquim reconhecem a soberania de Deus e a importância de Sua igreja. Os garimpeiros Joaquins fazem de tudo para preservar a imagem da denominação, pois sabem que a qualquer momento ela poderá receber garimpeiros sedentos do pão da vida e da água da vida.

Eles jamais entrariam num ringue cibernético para exigir direitos; para difamar alguém; para jogar a igreja contra a opinião pública a fim de moldar o mundo a seu modo; para lutar por justiça social contaminada por exploradores à semelhança dos gananciosos pelo ouro; jamais reteriam recursos ou os desviariam para outra finalidade, por não concordar com a instituição da qual fazem parte; não! Pessoas à semelhança de Joaquim, por valorizar o ministério, certificam-se de que o pastor é o representante local, contam com sua ajuda no desenvolvimento da fidelidade e convidam o pastor para auxiliar na missão. Para os Joaquins, nenhum ouro é mais importante do que conduzir garimpeiros a conhecer o verdadeiro Ourives capaz de purificar suas impurezas.

Mesmo em meio a crises como uma pandemia, com igrejas fechadas e pessoas afastadas, pessoas como Joaquim não veem dificuldades em fazer do seu lar uma igreja, em estudar a Bíblia e a Lição e também em separar o que pertence ao Senhor. E o mais interessante: fiéis à semelhança de Joaquim reservam o que pertence a Deus e não ousam mexer nesses recursos. Além disso, eles estão dispostos a se congregar, tão logo surja a oportunidade. Pessoas à semelhança de Joaquim não exigem direitos, mas adoram a Deus.

O apóstolo Paulo fala que somos tesouros “em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4:7). Antes de ser ouro, é preciso ser barro. E o barro nas mãos do oleiro se torna algo extraordinário. Se um oleiro é capaz de transformar o barro, imagine o que o Senhor pode fazer conosco (Jr 18:1-6)! Deus pega um recipiente frágil como nós e o prova no fogo. Homens como Paulo, Jeremias e tantos outros sabiam que o poder sobre eles vinha de Deus. Sem esse poder, eles não passavam de “torrões” que se esfarelam com o tempo.

Quando Deus, de forma artesanal, criou Adão, Ele fez um boneco perfeito, mas que ainda não tinha vida. Ao soprar em suas narinas, o homem “tornou-se alma vivente” (Gn 2:7). Ao abrir os olhos, Adão viu a face do seu Criador. A simbiose ocorreu de forma imediata, pois o ser humano foi criado para adorar seu Senhor e refletir Sua imagem. É bem provável que Adão, ao olhar para si no reflexo das águas, se lembrasse do Deus que o criou. Ellen White menciona que todos os dias eles se encontravam na viração do dia (A Ciência do Bom Viver, p. 261).

Enquanto Deus nos vê em nossas lutas diárias, nós perdemos a capacidade de enxergá-Lo. Infelizmente, os muitos conceitos existentes dificultam ainda mais a capacidade humana de perceber o Criador. Se não discernimos Sua presença, com as Suas digitais espalhadas pela natureza, imagine perceber Sua face pessoalmente!

O pecado custou muito caro ao ser humano. As palavras de Deus alertando os seres humanos para o perigo de morrer eternamente (Gn 2:16,17) não os impediram de cair na mentira da serpente de que eles seriam eternos como Deus e conhecedores do bem e do mal (Gn 3:1-6). A partir desse engano do diabo, à semelhança de um animal faminto, o ser humano aceitou o alimento impróprio sem perceber a armadilha ou o anzol que o fisgou. Em vez de enxergar a face do Criador, o ser humano passou a enxergar o medo, a miséria e a tristeza.

Adão e Eva desprezaram um ambiente de total equilíbrio e de contemplação da face de Deus para vagar numa escuridão que gerou o distanciamento de Deus. Se antes, o Deus transcendente Se achegava de forma imanente, não no entendimento místico produzido pelo pecado, mas de maneira real e pessoal, com o passar do tempo, a imagem de Deus foi deslustrada, a ponto de O escantearem para uma atemporalidade sem fim.

Por isso, as várias cosmovisões existentes aprisionaram o ser humano. Platão, por exemplo, com sua teoria dos dois mundos, inundou o Ocidente com a ideia da atemporalidade do mundo celestial incriado, em detrimento do mundo criado e passageiro. Essa cosmovisão que desencadeou tantas outras cosmovisões, cega ainda mais as pessoas e anula a possibilidade de enxergar a pessoalidade de Deus. O pecado reduziu a grandiosidade de Deus na mente humana e fez o ser humano perder sua dignidade.

O escritor Fernando Canale propõe um entendimento hermenêutico que exalta a eternidade de Deus, o Seu poder e a Sua historicidade temporal (Fernando Canale, O Princípio Cognitivo da Teologia Cristã: um estudo hermenêutico sobre revelação e inspiração. Unaspress, 2011, p. 305-383). Por mais estranho que pareça na mente dos que inserem Deus numa atemporalidade incomunicável, o pensamento de Canale busca trazer de volta o que nunca deveria ter se perdido no ser humano: o contato direto com a Divindade. Na atual conjuntura de uma humanidade pecadora, torna-se impossível o contato direto com Deus. Mas, louvado seja o Senhor pela presença de Jesus que intercede por nós.

Jesus é a maior revelação do Pai. Foi Ele mesmo que nos apontou o caminho para que pudéssemos novamente olhar Sua face (Jo 3:16). Sendo pecadores, não conseguimos vê-Lo totalmente. Porém, sendo santo e poderoso, Ele Se insere na História com a finalidade de nos conduzir de volta ao Deus Eterno. Podemos até ser um barro que esfarela facilmente. No entanto, nas mãos do Oleiro esse barro se torna uma preciosidade. No que se refere ao Ourives, somos o ouro garimpado pelo próprio Cristo que, ao tomá-lo em Suas mãos, nos vê não cheios de torrões, mas à imagem que Ele próprio criou.

Estimado irmão e irmã, aquele garimpeiro pareceu estranho para a esposa do jovem pastor Demóstenes, como iria parecer para todos os que o encontrassem pela primeira vez. No entanto, para Deus, aquele homem era um servo fiel que refletia Sua imagem. Ele levou tão a sério o evangelho que foi capaz de separar os dízimos de longos meses, sem jamais mexer em nenhum valor, pois compreendeu que aquele recurso já não lhe pertencia mais, uma vez que era propriedade exclusiva de Deus (Ml 3:6-12). Joaquim era o ouro e o Ourives estava vendo nele Seu reflexo.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Célio Barcellos é pastor no distrito de Pirassununga, na Associação Paulista Central. Atualmente cursa jornalismo e possui MBA em Liderança Missional. Contribui com artigos em veículos denominacionais e seculares, além de transcrever palestras e pregações para auxiliar a igreja. É natural de Itaúnas/Conceição da Barra, ES. Casado com Salomé Barcellos, tem dois filhos, Kairos Álef, de 18 anos, ilustrador e estudante de Arquitetura, e Krícis Barcellos, de apenas 10 anos.