Lição 13
23 a 30 de dezembro
Vida cristã
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ap 4–6
Verso para memorizar: “Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus” (Rm 14:10).
Leituras da semana: Rm 14–16

Estamos agora na última parte do nosso estudo sobre Romanos, o livro a partir do qual nasceu a Reforma Protestante. Mais do que qualquer outro, ele nos revela por que somos protestantes e por que devemos permanecer assim. Como protestantes, e especialmente como adventistas do sétimo dia, apoiamo-nos no princípio de sola Scriptura, que defende unicamente a Bíblia como padrão de fé. Na Bíblia, aprendemos a mesma verdade que fez com que nosso antepassado espiritual, séculos atrás, rompesse com Roma – a grande verdade da salvação pela fé, expressada de maneira tão poderosa na Epístola de Paulo aos Romanos.

Talvez toda essa questão possa ser resumida pela pergunta do carcereiro pagão: “Que devo fazer para que seja salvo?” (At 16:30).

Em Romanos, temos a resposta para essa pergunta; porém, essa não era a resposta dada pela igreja na época de Lutero. Por isso, a Reforma começou, e aqui estamos hoje.

Nessa última seção, Paulo abordou outros assuntos, talvez não tão centrais ao seu tema principal, mas suficientemente importantes para serem incluídos na carta. Portanto, para nós, eles também fazem parte das Sagradas Escrituras.

Como Paulo terminou essa carta? O que ele escreveu? Quais verdades existem para nós, herdeiros não apenas de Paulo, mas também dos nossos antepassados protestantes?


Desafie os jovens de sua igreja a dedicar as férias ao projeto Calebe, à Escola Cristã de Férias e a outros projetos espirituais. Incentive-os a sentir alegria em salvar pessoas.

Domingo, 24 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 7–9
Fraco na fé

Em Romanos 14:1-3, Paulo tratou da questão relacionada ao consumo de carnes que poderiam ter sido sacrificadas aos ídolos. O Concílio de Jerusalém (At 15) decidiu que os gentios convertidos deveriam se abster de comer esses alimentos. No entanto, as pessoas sempre queriam saber se as carnes vendidas nos mercados públicos vinham de animais sacrificados aos ídolos (veja 1Co 10:25). Alguns cristãos não se importavam com isso de maneira nenhuma; outros, se houvesse a menor dúvida, optavam por comer legumes em vez de carne. A discussão não tinha nada a ver com a questão do vegetarianismo ou da vida saudável. Nem tampouco Paulo insinuou nessa passagem que a distinção entre carnes puras e imundas foi abolida. Esse não era o assunto em consideração. Se interpretarmos as palavras “de tudo se pode comer” (Rm 14:2, ARC) como se agora qualquer animal, limpo ou imundo, pudesse ser consumido, as aplicaremos erroneamente. A comparação com outras passagens do Novo Testamento vai contra essa aplicação.

Entretanto, “aceitar” o fraco na fé significava conceder a ele plena inclusão no corpo de Cristo e igualdade no status social. Não se devia discutir com a pessoa, mas dar a ela o direito à opinião.

1. Qual é o princípio de Romanos 14:1-3? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Aprovar quem deseja comer as carnes imundas.

B.( ) Respeitar a opinião de cada um quanto às carnes sacrificadas aos ídolos.

É igualmente importante perceber que, em Romanos 14:3, Paulo não falou negativamente do “fraco na fé” (Rm 14:1, NVI). Ele também não deu a essa pessoa conselhos sobre como se tornar forte. No que diz respeito a Deus, é aceito o cristão extremamente meticuloso (julgado assim, aparentemente, não por Deus, mas por seus companheiros cristãos). “Deus o acolheu” (Rm 14:3).

2. Em Romanos 14:4, como Paulo ampliou o que acabamos de ver?

 

Os princípios vistos na lição de hoje devem estar em nossa mente. Além disso, sabemos que não podemos julgar o coração das pessoas. No entanto, não existem momentos nos quais é preciso julgar suas ações e intervir nelas? Devemos nos esquivar e não fazer nem dizer nada em todas as situações? Isaías 56:10 descreve as sentinelas como “cães mudos, incapazes de latir” (NVI). Como podemos saber quando falar e quando ficar em silêncio? Como encontrar o equilíbrio?

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Segunda-feira, 25 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 10, 11
Diante do tribunal de Deus

3. Leia Romanos 14:10. Por que devemos ter cuidado ao julgar os outros? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Porque todos compareceremos diante do tribunal de Deus.

B.( ) Porque somente o Senhor tem a capacidade plena de julgar.

Às vezes julgamos os outros com dureza e, muitas vezes, pelas mesmas coisas que fazemos. Porém, o que fazemos não nos parece tão ruim como quando outras pessoas fazem a mesma coisa. Podemos enganar a nós mesmos, mas não enganamos a Deus, que nos advertiu: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” (Mt 7:1-4).

4. Leia Romanos 14:11. Qual é o sentido da declaração do Antigo Testamento introduzida por Paulo nessa passagem?

A citação de Isaías 45:23 defende a ideia de que todos deverão comparecer diante do tribunal. “Todo joelho” e “toda língua” individualizam a convocação. A implicação é que cada um terá que responder por sua vida e suas ações (Rm 14:12). Ninguém poderá responder por outra pessoa. Nesse sentido importante, não somos guardadores dos nossos irmãos.

5. Mantendo o contexto em mente, como você entende o que Paulo disse em Romanos 14:14?

O assunto ainda era os alimentos sacrificados aos ídolos. Claramente, a questão não era a distinção entre os alimentos considerados puros ou impuros. Paulo
declarou que não havia, necessariamente, nada de errado em comer alimentos que pudessem ter sido oferecidos aos ídolos. Afinal, o que é um ídolo? Não é nada (veja 1Co 8:4); então, quem se importa se algum pagão ofereceu o alimento à estátua de um sapo ou de um touro?

Uma pessoa não deveria ser forçada a violar sua consciência, mesmo sendo essa muito sensível. Os irmãos “fortes” aparentemente não entenderam isso. Eles desprezavam a meticulosidade dos irmãos “fracos” e colocavam obstáculos em seu caminho.

É possível que, em seu zelo pelo Senhor, você esteja em perigo quanto ao que Paulo advertiu nessa passagem? Por que não devemos procurar ser a consciência dos outros, não importando quanto sejam boas as nossas intenções?


Terça-feira, 26 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 12–14
Nenhuma ofensa

6. Leia Romanos 14:15-23 (veja também 1 Coríntios 8:12, 13). Resuma nas linhas abaixo a essência das palavras de Paulo. Qual princípio dessa passagem podemos aplicar em todas as áreas da vida?

Em Romanos 14:17-20, Paulo colocou vários aspectos do cristianismo em seu devido contexto e perspectiva. Embora a dieta seja importante, os cristãos não devem brigar com relação às escolhas de algumas pessoas em comer legumes em vez de carne que poderia ter sido sacrificada aos ídolos. Em vez disso, eles devem se concentrar na justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Como poderíamos aplicar essa ideia às discussões sobre dieta em nossa igreja hoje? Por mais que a mensagem de saúde e, especialmente, os ensinamentos sobre alimentação possam ser uma bênção para nós, nem todo mundo entende esse assunto da mesma forma,
e precisamos respeitar essas diferenças.

7. Em Romanos 14:22, em meio a essa discussão sobre deixar que as pessoas sigam a própria consciência, Paulo acrescentou uma ressalva: “Bem-aventurado
é aquele que não se condena naquilo que aprova”. Qual é a advertência de Paulo ali? Como isso equilibra o restante de suas palavras nesse contexto? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Devemos ser nós mesmos e fazer tudo que é lícito, sem nos preocupar com a opinião dos outros.

B.( ) Devemos lembrar que somos, de certa forma, “responsáveis” pela fé dos outros. Por isso, não devemos ser pedra de tropeço.

Você já ouviu alguém dizer: “Não é da conta de ninguém o que eu como, o que uso ou o tipo de entretenimento do qual participo”? Será que é assim mesmo? Nenhum de nós vive no vácuo. Nossas ações, palavras, atos e até nossa alimentação podem influenciar os outros para o bem ou para o mal. Não é difícil ver como isso ocorre. Se alguém que o admira vê você fazendo algo “errado”, ele pode ser influenciado, pelo seu exemplo, a fazer a mesma coisa. Enganamos a nós mesmos se pensamos o contrário. Não vem ao caso argumentar que você não forçou a pessoa. Como cristãos, temos responsabilidades uns para com os outros, e, se nosso exemplo levar alguém a se perder, seremos culpados.

Qual tipo de exemplo você apresenta? Você se sentiria confortável em ter outros, especialmente jovens ou novos cristãos, seguindo seu exemplo em todas as áreas? O que sua resposta revela?


Quarta-feira, 27 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 15–17
Observância de dias

Nessa discussão sobre não julgar os que entendem algumas coisas de maneira diferente da nossa e não ser pedra de tropeço para os que podem ser ofendidos pelas nossas ações, Paulo trouxe à tona a questão dos dias especiais que alguns desejavam observar e outros não.

8. Leia Romanos 14:4-10. Como devemos entender o que Paulo declarou nesses versos? Isso tem a ver com o quarto mandamento? Por quê?

Sobre quais dias Paulo estava falando? Havia um conflito na igreja primitiva a respeito da observância ou não observância de certos dias? Aparentemente, sim. Obtemos uma pista em Gálatas 4:9, 10, em que Paulo repreendeu os cristãos da Galácia por observarem “dias, e meses, e tempos, e anos”. Como observamos na lição 2, alguns membros da igreja haviam persuadido os cristãos da Galácia a ser circuncidados e a guardar outros preceitos da lei de Moisés. Paulo temia que essas ideias também prejudicassem a igreja romana. Contudo, talvez em Roma, particularmente os judeus cristãos tiveram dificuldade em se convencer de que não precisavam mais observar as festas judaicas. Paulo estava dizendo nesse texto: faça o que quiser com relação a esse assunto; o ponto importante é não julgar aqueles que entendem o assunto de maneira diferente da sua. Parece que alguns cristãos, para não correr riscos, decidiram observar uma ou mais festas judaicas. O conselho de Paulo é: deixe que o façam se estiverem convencidos de que devem fazê-lo.

Aplicar o sábado semanal ao texto de Romanos 14:5, como alguns argumentam, é infundado e ilegítimo. Dá para imaginar Paulo agindo de maneira tão descuidada em relação ao quarto mandamento? Como vimos durante o trimestre, o apóstolo enfatizou a obediência à lei; portanto, ele certamente não colocaria o mandamento do sábado na mesma categoria das pessoas que estavam confusas quanto a comer ou não alimentos que pudessem ter sido oferecidos aos ídolos. Por mais que esse texto seja comumente utilizado como exemplo de que o sábado (sétimo dia) não é mais válido, não é isso o que ele significa. Usar o texto dessa maneira é um perfeito exemplo do que as pessoas faziam com os escritos de Paulo, de acordo com a seguinte advertência de Pedro: “Ao [Paulo] falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (2Pe 3:16).

Qual tem sido sua experiência com o sábado? Tem sido a bênção que deveria ser? Quais mudanças você pode fazer para experimentar mais plenamente o que o Senhor lhe oferece no sábado?


Quinta-feira, 28 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 18, 19
Palavras finais

9. Leia Romanos 15:1-3. Qual importante verdade encontramos nessa passagem? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Não devemos agradar a nós mesmos, e sim aos outros.

B.( ) Não devemos agradar aos outros, e sim a nós mesmos.

10. Essa passagem capta o que significa ser seguidor de Jesus?

11. Quais outros versos ensinam a mesma ideia? Como você pode viver esse princípio?

12. Leia Romanos 15:5, 6, 13, 33. Quando Paulo terminou sua carta, ele pronunciou bênçãos diferentes. Quais foram elas?

Deus da paciência é Aquele que ajuda Seus filhos a perseverar firmemente. A palavra grega para “paciência”, hupomone, significa “fortaleza”, “resistência firme”. A palavra para “consolação” pode ser traduzida como “encorajamento”. O Deus do encorajamento nos encoraja. O Deus da esperança é Aquele que deu esperança à humanidade. Da mesma forma, o Deus da paz é a Pessoa que dá a paz e em quem se pode ter paz.

13. Leia Romanos 16:25-27. Depois de inúmeras saudações pessoais, como Paulo concluiu sua carta?

Paulo concluiu sua carta com uma gloriosa declaração de louvor a Deus. O Senhor é Aquele em quem os cristãos podem confiar seguramente a fim de confirmar sua posição como filhos redimidos de Deus, justificados pela fé e guiados por Seu Espírito.

Paulo foi inspirado pelo Senhor a escrever essa carta em resposta a uma situa­ção específica, em um momento específico. O que não sabemos são os detalhes sobre o que o Senhor tinha revelado a Paulo a respeito do futuro.

Paulo sabia sobre a “apostasia” (2Ts 2:3), embora o texto não revele quanto ele sabia. Em suma, não sabemos se Paulo tinha alguma noção do papel que ele e seus escritos teriam nos eventos finais. Em certo sentido, isso não importa. O que importa é que desses textos nasceu o Protestantismo, e neles os que buscam permanecer fiéis a Jesus tiveram e terão o fundamento escriturístico sobre o qual fundamentar sua fé e seu compromisso, mesmo quando o mundo se maravilhar, “seguindo a besta” (Ap 13:3).



Sexta-feira, 29 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 20–22
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, “Unidade e Amor na Igreja”, p. 477, 478; “Amor Pelos que Erram”, p. 604-606, em Testemunhos Para a Igreja, v. 5; “Auxílio aos Tentados”, p. 166, em A Ciência do Bom Viver; p. 719, no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6.

“Vi o perigo em que o povo de Deus incorre ao olhar para o irmão e a irmã White, pensando que deve ir a eles com suas preocupações e em busca de conselho. Isso não deve ser assim. Eles são convidados por seu compassivo e amoroso Salvador a ir a Ele quando cansados e sobrecarregados, e Ele os aliviará […]. Muitos vêm a nós com a pergunta: Devo fazer isto? Devo envolver-me nesta empreitada? Ou, com relação ao vestuário: Devo usar este ou aquele artigo? Respondo-lhes: Vocês professam ser discípulos de Cristo. Estudem suas Bíblias. Examinem cuidadosamente e com oração a vida de nosso querido Salvador quando habitava entre os homens na Terra. Imitem-na e não se desviarão do caminho estreito” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 118, 119).

“Os que decidem não fazer, em nenhum sentido, coisa alguma que desagrade a Deus, depois de Lhe apresentarem seu caso saberão a direção que deverão seguir” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 668).

“A independência de espírito é susceptível de levar o agente humano a ter demasiada confiança em si mesmo e em seu próprio discernimento, de preferência a respeitar o conselho e […] a maneira de julgar de seus irmãos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 163, 164).

Perguntas para discussão

Com base nos temas desta semana, qual é o equilíbrio nestas situações:

1. Como ser fiéis ao que cremos sem julgar os que entendem as coisas de maneira diferente da nossa?

2. Como ser fiéis à nossa consciência, não buscando ser a consciência dos outros, mas ajudar os que estão equivocados? Quando devemos falar e quando devemos ficar em silêncio? Em quais situações seremos culpados se guardarmos silêncio?

3. Como ser livres no Senhor e ao mesmo tempo perceber nossa responsabilidade de ser bons exemplos para aqueles que nos admiram?

Respostas e atividades da semana: 1. B. 2. Divida a classe em duplas e peça aos alunos que discutam como podemos explicar a um incrédulo por que nos abstemos das carnes imundas, sem citar Romanos 14, visto que essa passagem não se refere a esse assunto. 3. V; V. 4. Reflita com os alunos sobre o juízo. Peça a eles que escrevam os pecados pelos quais Deus os condenará, se não se arrependerem. Peça que levem esse papel para casa e orem para que Deus os ajude a abandonar esses pecados. 5. Resposta pessoal. 6. Resumo pessoal. Devemos deixar de fazer aquilo que escandaliza nosso irmão. 7. B. 8. Solicite que um aluno responda essa pergunta. 9. V; F. 10. Promova uma discussão a respeito do que significa renunciar a nós mesmos e levar a nossa cruz. 11. Peça aos alunos que conversem em grupos de dois ou três sobre maneiras práticas de agradar os outros. 12. Leia os textos sugeridos na pergunta e escolha a bênção com a qual você mais se identificou. 13. Peça que um aluno leia a passagem em voz alta e tire suas conclusões.



Resumo da Lição 13
Vida cristã

TEXTO-CHAVE: Romanos 14:10

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Que convicção pessoal, amor e harmonia promovem justiça no corpo de Cristo.

Sentir: Maior compreensão da responsabilidade pessoal de viver de acordo com as próprias convicções e demonstrar compaixão aos que o cercam.

Fazer: Examinar as coisas das quais Deus o convenceu e animar pessoas na caminhada de fé para que vivam de acordo com o que Deus as persuadiu a praticar.

ESBOÇO

I. Saber: Convicção pessoal e amor são essenciais

A. Quais convicções pessoais Deus tem colocado em sua mente?

B. Como você pode amar pessoas que não compartilham das suas convicções?

II. Sentir: Forte convicção pessoal e compaixão

A. O que você sente quando Deus o convence acerca de algo que Ele deseja que você faça?

B. Como a compaixão o ajuda a pôr de lado suas convicções pessoais para conseguir amar outra pessoa?

III. Fazer: Ampliar a conscientização da convicção pessoal e auxiliar outras pessoas a desenvolver suas convicções pessoais

A. Você consegue distinguir as coisas sobre as quais Deus está tentando convencê-lo?

B. Como você pode motivar e ajudar os membros da igreja em seu relacionamento com Cristo, mesmo que você tenha alguma divergência com eles?

RESUMO: A vida cristã é uma resposta às convicções que Deus coloca em nosso coração e, ao mesmo tempo, por causa do amor, da paz e da harmonia no Espírito, nossa experiência nos leva a motivar e erguer os irmãos em Cristo, aos quais Deus pode convencer de outra maneira.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Romanos 14:10

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Saber viver de acordo com as convicções que Deus coloca no meu coração, enquanto aceito o fato de que outras pessoas ao meu redor têm o direito de fazer o mesmo.

Para o professor: Esta lição é um paradoxo. Deus nos chama para viver de determinado modo. Somos convencidos de que esse é o caminho a seguir. No entanto, Ele também nos chama para amar nossos irmãos em Cristo e, às vezes, deixar de lado nossas convicções de estilo de vida para motivá-
los e erguê-los na caminhada cristã. Antes de iniciar a lição, ore por harmonia e compaixão.

Discussão inicial: Quando Cory estava na escola de campo evangelístico, no final do treinamento do seminário de teologia, ele trabalhou com um jovem que frequentou as reuniões evangelísticas. O jovem passou um domingo maravilhoso com Cory, sua esposa e alguns amigos num parque. Quando estavam saindo do parque, Cory sugeriu que fossem comer em algum lugar. O jovem respondeu que preferiria não sair até o pôr do sol porque o domingo era o seu dia de descanso. Cory disse que eles queriam respeitar suas crenças e seu pedido. Então, ele perguntou ao jovem acerca do que ele havia aprendido nas reuniões evangelísticas a respeito do sábado. Eles conversaram sobre os textos bíblicos que o jovem havia estudado e a clara evidência das Escrituras. Cory perguntou qual era a convicção do jovem a respeito do sábado e se fazia sentido para ele guardar o sábado, o que os tornaria livres para saírem e se alimentarem antes do pôr do sol naquele lindo domingo. Mais uma vez, Cory deu ao jovem espaço para suas convicções pessoais, não desejando forçar uma decisão. O jovem decidiu que experimentaria essa nova crença acerca da observância do sábado.

No entanto, essa história angustiou Cory. Qual foi a sua real motivação para tentar persuadir o jovem acerca do sábado? Foi seu desejo de se alimentar naquele momento ou ajudá-lo a conhecer a importância do sábado? Ele agiu de maneira correta?

Perguntas para discussão

1. Você acha que Cory deu ao novo crente espaço suficiente para que ele tomasse a decisão por si mesmo? Explique.

2. Cory teria mantido suas convicções pessoais acerca do sábado se ele não tivesse saído para comer no domingo por causa desse novo crente? Explique.

3. Descreva uma situação em que você teve que assumir uma posição equilibrada entre a convicção pessoal e o amor pelo novo crente.

Compreensão

Para o professor: Ajude os alunos a perceber que as passagens bíblicas abaixo não estão tratando de uma questão que encorajaria a quebra dos Dez Mandamentos. Ao contrário, elas dizem respeito a uma questão menos importante, não relacionada à salvação, com amplas possibilidades de interpretação.

Comentário bíblico

Introdução: Resuma Romanos 14–16 com a classe. Os últimos três capítulos de Romanos constituem a base para a lição sobre como tratar os companheiros cristãos que estão em diferentes estágios do crescimento espiritual. Os crentes mais fortes e os mais fracos seguem convicções pessoais e amam uns aos outros ao mesmo tempo. A habilidade de pôr de lado as convicções pessoais nessas áreas em favor da harmonia do corpo de Cristo é parte do que significa, para o justo, viver pela fé. Precisamos crer que Deus sabe o que cada pessoa deve saber, e como e quando ela deve aplicar o que sabe.

Pense nisto: Quando confrontados com questões éticas complicadas, como saber se estamos tomando decisões com base em genuínos princípios cristãos (valores), e não sendo levados por um relativismo multicultural?

I. Interpretações diferentes

(Recapitule com a classe Rm 14:1-12.)

Essa é uma passagem difícil. Paulo estava escrevendo aos crentes romanos a respeito de uma questão que envolvia comer e beber.

Os comentaristas estão divididos quanto à melhor interpretação desses versos. O crente mais fraco, que não comia carne, podia ser um crente gentio que vinha de um contexto em que ingeria carnes sacrificadas aos ídolos e estivesse convencido de que devia evitar esse tipo de alimento, para não voltar aos antigos hábitos idólatras. Também é possível que o crente mais fraco fosse um judeu que ainda mantivesse as leis dietéticas do Antigo Testamento para obter a salvação por meio da guarda da lei em vez de depender da fé em Cristo. Os judeus foram retirados de Roma por 10 anos e, ao retornar para lá, pode ter sido difícil encontrar carne preparada de modo adequado, sem nenhum sangue. Então, eles decidiram não comer carne.

Seja qual for a interpretação dessa passagem, Paulo deixou claro que, se a pessoa comesse ou deixasse de comer, isso deveria ser feito para a glória de Deus. Crentes diferentes sustentam convicções variadas; contudo, ninguém devia julgar o outro. Ao contrário, deviam deixar o julgamento dessas convicções para Deus e acolher os companheiros crentes como Deus os havia acolhido.

Pense nisto: 1. Qual das duas interpretações você crê que seja a mais adequada? 2. Seja qual for a interpretação preferida, isso faz alguma diferença?

II. Colocar de lado nossas próprias convicções

(Recapitule com a classe Rm 14:13-23.)

Essa passagem dá a impressão de que Paulo falou apenas com o crente mais forte. Ele encorajou o cristão mais forte a pôr de lado um pouco da sua liberdade para não ofender o mais fraco.

A verdade é que Paulo falou ao mais forte e ao mais fraco. As cartas deviam ser lidas em voz alta nas igrejas e ambos ouviriam juntos a leitura da carta. Paulo estava pedindo que os dois grupos colocassem de lado as convicções prévias acerca de comer e beber, tudo por uma nova convicção: a certeza do amor e harmonia com outros crentes. Mais do que chamar as pessoas para viver de modo diferente, Paulo estava exortando os cristãos a não forçar os outros a mudar seu jeito de pensar. Cada um precisa viver segundo a convicção da própria consciência, pois se um crente fosse contra essa convicção, somente então essa ação constituiria pecado.

Os crentes devem, porém, interagir com outros crentes de forma que não causem ofensa desnecessária. Em outras palavras, os crentes não devem julgar os outros, forçando-os a pensar de acordo com a sua opinião – conforme sua própria imagem e não segundo a imagem de Deus, sobre a qual o Espírito os está convencendo.

Pense nisto: O que essa passagem diz acerca do significado de viver pela fé?

III. O exemplo de Cristo

(Recapitule com a classe Rm 15:1-6.)

Cristo deve ser sempre o nosso exemplo enquanto vivemos pela fé, e esse ideal é verdade em relação a essa passagem também. Jesus veio a esta Terra para entregar a vida pelas pessoas, não para forçá-las à submissão. Ele poderia ter vindo com grande força, mas como Ele disse, Seu reino não é deste mundo. Se Seu reino fosse deste mundo, Seus ministros se empenhariam por Ele, para que Ele não fosse entregue aos judeus (Jo 18:36). Jesus entregou a vida e ressuscitou para nos dar a liberdade de escolher segui-Lo ou não. Esse dom da liberdade demonstra muita força e, no final, exercitá-lo será o único caminho para que o Universo viva em harmonia.

Pense nisto: 1. Como o exemplo de Jesus o ajuda a permitir que as pessoas vivam de acordo com suas convicções pessoais? 2. O que significa viver em harmonia com outros crentes no corpo de Cristo?

Aplicação

Para o professor: Separe um tempo para que os alunos reflitam e apliquem as perguntas a seguir. Eles podem discuti-las em pequenos grupos e, então, orar uns pelos outros. Depois, peça que voluntários compartilhem suas conclusões com a classe. Se possível, distribua papel e canetas para que as pessoas escrevam suas respostas em silenciosa reflexão.

Perguntas para reflexão

1. Você já pressionou outras pessoas a aceitar sua agenda e suas ideias de tal maneira que elas se sentiram ofendidas?

2. Como você pode corrigir essa situação e viver em harmonia e amor cristão com essa pessoa?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Você pode usar um quadro, painel ou cartolina para esta atividade. Se esses materiais não estiverem disponíveis, peça que os participantes façam anotações mentais para relatar depois.

Atividades

1. Liste as escolhas de estilo de vida que mais causam agitação em sua igreja, a ponto de torná-la crítica.

2. Como você pode ajudar sua igreja a fazer mais mudanças fundamentadas em princípios nessas áreas controvertidas da discussão ética?

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

 


Programa do décimo terceiro sábado

Hino inicial: “Havemos de Colher”, Hinário Adventista, 312

Boas-vindas: Coordenador ou professor da Escola Sabatina

Oração:

Programa: “A completa transformação do papai”

Ofertas: Enquanto as ofertas são retiradas, peça que as crianças cantem a música “Cante Aleluia ao Senhor” em russo (ver no Auxiliar do Professor), ou outro hino apropriado.

Hino final: “Ouço o Clamor do Bom Pastor”, Hinário Adventista, 467

Oração final:

Participantes: um narrador e dois oradores para apresentar a história (um homem e uma adolescente).

[Observação: os participantes não precisam memorizar suas partes, mas devem estar familiarizados de tal maneira que não precisem ler o roteiro. Ensaie até que os participantes se sintam confortáveis para acrescentar inflexão de voz nos trechos apropriados.]

Narrador: Neste trimestre, conhecemos pessoas da Divisão Euro-Asiática, um campo que abrange quase metade do caminho ao redor do globo, cruzando dois continentes e se estendendo das regiões polares do Norte até os exuberantes vales montanhosos e desertos da Ásia Central. Os desafios desse campo são tão vastos como a extensão do seu território.

Hoje apresentaremos a história de uma família. Enquanto ouvimos a maneira pela qual Deus os guiou, vamos lembrar de como Ele nos conduziu e imaginar como Ele dirige milhões de pessoas na Divisão Euro-Asiática. E, à medida que refletimos sobre isso, perguntemos ao Senhor como podemos ajudar a espalhar o evangelho nesse campo e em nosso país.

A transformação do papai Dmitry Kostash e sua filha, Anjila

[Peça a um homem e a uma adolescente que apresentem este relato na primeira pessoa.]

Anjila: Meu nome é Anjila, tenho 18 anos e moro com meus pais e um irmão de 14 anos
em uma pequena cidade no norte da Moldávia. Este é meu pai, Dmitry. Ele sempre vivia zangado.

Dmitry: Bom dia. Eu estudei para ser professor de música. Como não conseguia encontrar emprego nessa área, comecei a trabalhar como segurança em um lago particular. Minha responsabilidade era alimentar os peixes e impedir que as pessoas pescassem.

Anjila: Quando eu estava com 12 anos, uma senhora adventista do sétimo dia veio à nossa casa e convidou meu irmão de oito anos e eu para irmos à igreja. Nossa mãe nos levou à igreja todos os sábados por cerca de um ano. Mas nossos avós paternos não gostaram disso. Eles disseram: “Todos zombam de nós. Isso é uma humilhação!”

Minha mãe convidou papai para ir à igreja conosco, mas ele se recusou porque tinha medo de seus pais. Ele dava desculpas.

Dmitry: Eu dizia: “Tenho outras coisas para fazer, não tenho tempo para Deus. Talvez quando terminar as reformas na casa possa acompanhá-los.”

Anjila: Esse foi o fim da discussão. Papai se cansou de falar da igreja e nos proibiu de frequentá-la.

Aquela senhora que havia nos convidado para ir à igreja nos visitava sempre e insistia para que voltássemos à igreja, mas não podíamos ir aos cultos.

Depois de alguns meses, meu pai terminou de reformar a casa.

Dmitry: Nesse tempo, eu disse: “Finalmente, tenho tempo livre!”

Anjila: Mas ele não dedicava tempo para Deus e não cumpriu a promessa de ir à igreja.

De repente, coisas estranhas começaram a acontecer com o papai. Ele começou a ter medo de ficar em casa sozinho. Ficava nervoso e gritava o tempo todo. Começou a ter pressão alta e foi ao médico, que lhe deu remédios, mas nada ajudou. O médico não sabia mais o que fazer.

Minha avó aconselhou meu pai a ir até um mosteiro próximo. Ela disse que o padre saberia o que estava errado, mesmo sem perguntar nada ao meu pai. Ele foi ao seminário várias vezes, mas isso não ajudou em nada.

Meu pai começou a procurar respostas em outro lugar. Ele perguntou às pessoas sobre o significado da vida. Uma das pessoas com quem ele falou sobre suas inquietações era ancião da Igreja Adventista. Depois da conversa, papai aceitou o convite para participar de um programa de férias na igreja. Quando voltou para casa, contou à minha mãe o que havia acontecido.

Dmitry: Eu fui ao programa da igreja e fiquei muito impressionado. Quando voltei para casa, disse à minha esposa: “Vamos começar a ir à igreja.”

Anjila: Mamãe ficou surpresa e muito feliz. Eu também fiquei feliz. Pensei que estivesse sonhando.

No sábado seguinte, começamos a ir à igreja, e temos frequentado cada sábado desde então.

Dmitry: Mas o que você não sabe, Anjila, é que orei antes de decidir ir à igreja.

Eu não gostava de sentir ira e medo. Parecia que minha vida estava no fim. A vida não tinha mais sentido. Sentia que algo estava me oprimindo. E agora sei que era Satanás atuando em mim e querendo me matar.

Certo dia, eu me ajoelhei e orei, pois sabia que só Deus poderia me ajudar: “Senhor, sou pecador, ajude-me! Não sei o que está acontecendo, mas me ajude com Sua forte mão!” Quando terminei de orar, senti um fardo sendo tirado dos meus ombros. Ouvi uma voz me dizendo: “Você precisa seguir em frente, e tudo ficará bem. Vou ajudá-lo.”

Anjila: Fomos todos juntos à igreja, como uma família. O pastor nos convidou para frequentar a classe batismal. Nós quatro – meu pai, minha mãe, meu irmão e eu – fomos batizados no ano passado.

Meus avós paternos não estão felizes com a nossa decisão. Eles acham que meu irmão e eu somos forçados a ir à igreja. Minha avó disse aos meus pais: “Vocês não são bons pais para as crianças. Estão arruinando a vida delas. Elas são jovens e têm a vida pela frente, mas não podem sair e dançar. Como vão se casar?”

Eu disse a ela que dançar e casar não são as coisas mais importantes na vida. Temos convidado os nossos avós para ir à igreja, mas eles recusam os convites.

Louvo a Deus por ter feito um milagre na vida do meu pai. Ele mudou completamente. Não está mais nervoso nem preocupado. Ele não é mais o homem que costumava ser. Ele ama a Deus e serve como diácono e diretor musical em nossa pequena igreja.

Dmitry: Minha família e eu fomos batizados em um antigo recanto de saúde da época da União Soviética, que a Igreja Adventista do Sétimo Dia está transformando em um acampamento para os desbravadores e centro evangelístico. A oferta da Escola Sabatina deste trimestre ajudará a completar a reforma do complexo. Obrigado por se lembrar da Moldávia e da Divisão Euro-Asiática hoje, por meio da sua generosa oferta. Sua oferta especial será usada por Deus para alcançar e transformar vidas.

Narrador: Parte da oferta do trimestre ajudará a concretizar projetos especiais em vários países da Divisão Euro-Asiática. Os detalhes estão mencionados na contracapa da Lição da Escola Sabatina. Pergunte a Deus como você pode ajudar a terminar a obra ali e ao redor do mundo para que Jesus possa voltar em breve.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º trimestre de 2017
Tema geral: Salvação somente pela fé: o livro de Romanos
Lição 13: 23 a 30 de dezembro
Vida cristã

 

Autor: Pr. Clacir Virmes Junior, professor de Teologia na FABA – Cachoeira, Bahia

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

 

Introdução

Algo que marca toda a carta aos Romanos é a insistência de Paulo em fundamentar nas Escrituras sua posição. Ele tinha recebido revelações celestiais e havia encontrado pessoalmente o Senhor ressuscitado. Mesmo assim, o apóstolo se voltou para a Bíblia a fim de conhecer a vontade de Deus. Em toda a epístola aos Romanos, vez após vez ele recorreu ao Antigo Testamento em busca de luz. O exemplo apostólico não pode ser passado por alto. Como igreja precisamos seguir seus passos e pautar nossa vida pelos claros ensinos das Escrituras.

Fraco na fé

Os primeiros versos de Romanos 14 lidam com o mesmo problema que Paulo abordou em 1 Coríntios 8, a questão da carne sacrificada aos ídolos. Por terem vindo dos cultos pagãos, muitos cristãos se ressentiam de comer as carnes disponíveis nos mercados, uma vez que elas, provavelmente, teriam sido previamente oferecidas aos ídolos. Ao que parece, alguns foram tão longe a ponto de se abster completamente de qualquer tipo de alimento cárneo. Paulo admoestou os cristãos “fortes” a ter paciência com esses irmãos “fracos”, não julgando a sinceridade de sua devoção.

Podemos ter certeza de duas coisas. Em primeiro lugar, o apóstolo não estava renegando a dieta vegetariana como sendo uma prática de cristãos “fracos”. Além disso, ele não estava discutindo a distinção bíblica entre animais limpos e imundos. Parece que Paulo estava se referindo a decisões dietéticas que os cristãos tomavam a partir de sua experiência prévia com outras práticas diferentes daquelas defendidas e ensinadas pela Bíblia. Ao mesmo tempo em que não podemos interferir na experiência de nossos irmãos com Deus e não devemos julgá-los pelas decisões que tomam e que não vão contra os princípios bíblicos, também não podemos tornar nossa experiência pessoal como teste de comunhão e fé para outros. Nosso único padrão é a Bíblia e suas verdades reveladas.

Diante do tribunal de Deus

Em Romanos 14:10 a 14, Paulo se voltou para o tema do juízo, ainda no contexto da discussão do relacionamento com o irmão “fraco”. É importante notar Romanos 14:8 e 9. O apóstolo declarou que não importa o que façamos, quer vivamos ou morramos, pertencemos a Jesus. Sendo assim, não devemos viver preocupados em julgar a espiritualidade dos nossos irmãos. Se bem que os comportamentos reprováveis que surgem na igreja precisam ser disciplinados, à luz da revelação clara das Escrituras, não podemos avaliar completamente a experiência pessoal de uma pessoa com Deus.

Paulo convidou seus leitores a se ocuparem muito mais com sua própria vida do que com a experiência de seus irmãos. A pergunta primária não deve ser: será que esse comportamento de fulano é aceitável a Deus? A questão primeira é: meu comportamento, minha vida, é agradável ao Senhor que me salvou? O apóstolo foi enfático ao dizer que cada um dará contas de si diante de Deus. Muitas mágoas e desavenças dentro da igreja seriam evitadas se colocássemos esse princípio em prática. Não conhecemos as lutas, a formação, a educação e todos os fatores que levam as pessoas a conduzir a vida de uma ou de outra maneira. A não ser que exista um claro desvio da norma bíblica, não é dever de um cristão corrigir seu irmão, mas aprender a conviver com as diferenças que todos temos e crescer com elas.

Nenhuma ofensa

A reforma de saúde é um dos presentes de Deus para Sua igreja nos últimos dias. Contudo, muitos a têm usado para ferir e julgar as pessoas, em vez de cativá-las para um estilo de vida saudável. Muitos aparentemente advogam a “salvação pela soja ou pela alface”, ligando as mudanças na dieta alimentar à redenção das pessoas. Por mais que as mensagens sobre saúde sejam uma bênção, elas não devem ser usadas como armas para atacar os irmãos. As pessoas estão em diferentes estágios de seu amadurecimento espiritual. Além disso, os princípios são imutáveis, mas sua aplicação varia conforme as circunstâncias. O apóstolo convida seus leitores a ser pacientes uns com os outros. Há coisas mais importantes do que a dieta. Por outro lado, a pessoa que recebe a salvação em Jesus Cristo, ama o Salvador e deseja glorificá-Lo por meio do seu estilo de vida (1Co 10:31).

De igual maneira, não podemos negligenciar nosso exemplo. Há muitas coisas que são inofensivas para alguns, mas extremamente problemáticas para outros. Um cristão maduro não tentará impor suas ideias a ninguém. Todos nós vivemos numa determinada cultura, especialmente no Brasil que, com suas dimensões continentais, abriga uma grande diversidade cultural. Com exceção dos claros ensinos da Bíblia, há vários princípios que se expressam de maneiras diferentes, dependendo do lugar em que estamos. Não é nosso papel “libertar” as pessoas daquilo que pensamos ser obscurantismo. Nosso dever é amar essas pessoas e criar pontes, não barreiras entre nós. Na dúvida, é preferível não ultrapassar os limites, nem ser motivo de escândalo para os mais “fracos”. Jesus não liberta dos princípios nem dos limites, mas do pecado.

Observância de dias

Voltamos agora para a discussão sobre os dias santos. Aparentemente, na igreja de Roma, como em Colossos, havia aqueles que, além do sábado, ainda guardavam algumas das festas judaicas. Precisamos lembrar, por um lado, que muitos dos cristãos de Roma eram judeus convertidos. Apesar dos ensinos de Paulo e dos apóstolos, muitos ainda consideravam importante observar os festivais judaicos.

Além disso, é muito improvável que, depois de ter exaltado a perpetuidade e o valor da lei ao longo de toda a epístola, Paulo desconsiderasse os mandamentos de Deus, especialmente o Decálogo. Observe que o apóstolo não estava discutindo a observância do quarto mandamento. Há uma ligação entre o que foi discutido sobre a dieta e a questão dos dias. Paulo estava falando de uma só questão que se manifestava em duas práticas. Assim como alguns se abstinham de certos alimentos por causa da consciência, alguns continuaram a observar algumas festas judaicas pela mesma razão. Não havia nada intrinsecamente mal nisso, exceto que alguns não respeitavam as diferenças na velocidade do amadurecimento espiritual dos outros e acabavam se colocando no lugar de Deus, julgando e espezinhando seus irmãos.

Palavras finais

Em Romanos 15, um dos grandes objetivos da exortação de Paulo era que os cristãos tivessem a paz que Deus queria lhes dar. Se havia algo que manchava o testemunho dos cristãos eram as desavenças, o desrespeito e a falta de amor no convívio de uns com os outros. Embora possa existir uma discussão saudável e um crescimento mútuo por meio da conversa sobre pontos difíceis de compreender, não podemos perder de vista a mansidão, o respeito e a cortesia que devem marcar qualquer interação humana, especialmente entre os que dizem ter a mesma fé.

Além disso, em Romanos 15:1 a 3, o grande princípio defendido por Paulo é que o cristão não busca simplesmente seu próprio conforto. Ele buscava agradar seus irmãos e estar em harmonia com eles, seguindo o exemplo de Cristo. Ele não julgava a si mesmo superior; antes, ele se considerava servo de todos, disposto a ajudar e edificar seus irmãos, não a feri-los. Ele seguia de perto o exemplo de Jesus. Para ter comunhão com os irmãos, se fosse preciso se abster de alguma coisa sobre o que sua consciência não o acusasse, ele o faria. Se Cristo havia entregue Sua vida para salvá-lo, por que ele não deixaria de lado coisas insignificantes, em comparação com o sacrifício de Jesus?

Conclusão

Chegamos ao final do estudo da epístola aos Romanos. Na verdade, esse é o encerramento de uma introdução ao estudo da epístola. Muitas coisas ficaram de fora e muitas outras poderiam ter sido aprofundadas. Mas já é um bom começo. Com a graça de Deus, que as lições deste trimestre sejam gravadas com letras de fogo em nosso coração. Que nossos olhos se fixem no Autor da nossa fé, não em nós mesmos! E que nossa vida reflita mais e mais o caráter do nosso Salvador!