Entre os problemas da comunidade cristã de Corinto havia o pensamento, alimentado por algumas pessoas, de que nada do que fizessem fisicamente afetava sua experiência espiritual. Nesse caso, o cristão estaria livre para se entregar à promiscuidade sexual. Entretanto, Paulo contestou esse conceito, afirmando que o corpo do cristão é dádiva divina, santuário no qual o Espírito Santo habita (v. 13-15, 18). Fomos comprados pelo sangue de Cristo (v. 20; 1Pe 1:18, 19) e já não somos de nós mesmos. Portanto, é nosso dever glorificá-Lo em todos os nossos atos, fechando as portas à entrada do pecado. Nosso corpo é Dele.
Escrevendo aos romanos (Rm 8:1-17), o apóstolo deixou claro que todos os cristãos possuem a presença do Espírito em si, consequentemente, sem Ele, não pode haver conversão, transformação e santificação. É o Espírito Santo que nos torna filhos de Deus e nos dá garantia dessa verdade (Rm 8:14, 16). O Espírito nos liberta do domínio do pecado, concede-nos paz, poder e vitória (Rm 8:2, 6, 11, 13).
No verso de hoje, Paulo se refere à experiência individual do cristão, porém ele havia feito o mesmo lembrete no contexto da vida em comunidade: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3:16). Portanto, não há lugar para discordâncias, pois o resultado disso é trágico (v. 17).
Contudo, a permanência do Espírito em nós e entre nós não acontece sem luta. “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam” (Gl 5:17, NVI). É a nossa carne ou a natureza humana depois do pecado que nos atrai para o mal. O pecado nos fragilizou. Nessa condição, a natureza carnal toma posse da pessoa que vive separada de Jesus e do Espírito Santo, fazendo-a cair.
No entanto, o Espírito não observa passivamente a guerra entre nossas tendências carnais e espirituais. Ele “nos assiste em nossa fraqueza” (Rm 8:26), lutando pela posse de nosso coração. Se nessa luta deve haver perdedor, esse é a carne. Por meio da entrega e submissão aos Agentes celestiais, a vitória é certa. Agora mesmo podemos renovar essa entrega e, então, celebrar: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15:57).