Muitos nasceres e pores do sol gloriosos vieram e se foram, mas por oito anos observei Eddie [nome fictício] fazendo a mesma coisa: andando para cima e para baixo na rua carregando sua xícara.
Eddie tinha a pele clara e uma constituição esbelta. Ele aparentemente sofria de algum distúrbio mental, pois, resmungando ou rindo de si mesmo, caminhava alegremente pela rua de sua casa até uma loja. De vez em quando, era possível vê-lo bebendo em sua xícara ou vê-la enfiada em seu bolso de trás. Essa xícara parecia ser um símbolo da alegria e do conforto de Eddie em meio à sua falta de amigos, dor, tristeza e solidão.
Nos tempos bíblicos, o copeiro era um oficial que tinha uma grande responsabilidade em sua posição de honra e poder. Ele servia vinho a seu mestre e provava para ver se a bebida era de qualidade ou se tinha veneno. Lemos sobre vários copeiros: o mordomo preso que havia ofendido seu mestre e mais tarde foi libertado (Gênesis 40); Neemias, o humilde administrador de vinho do rei Artaxerxes e o principal restaurador do muro de Jerusalém (Neemias 1:11) e o próprio Jesus (Lucas 22:39-45). Enquanto o peso do pecado deste mundo pesava sobre Ele, Jesus orou: “Pai, se queres, afasta de Mim este cálice! Contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua” (Lucas 22:42). Esse cálice simbolizava o sofrimento que Ele suportaria pelos pecados do mundo inteiro.
Antes de Sua crucifixão, nós O encontramos com Seus discípulos na Páscoa no cenáculo em Jerusalém. Lá Ele tomou um cálice, agradeceu e disse: “Tomem, comam; isto é o meu corpo.” “A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos Seus discípulos, dizendo: ‘Bebam todos dele; porque isto é o Meu sangue, o sangue da aliança, […] E digo a vocês que, desta hora em diante, nunca mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que beberei com vocês o vinho novo, no Reino de Meu Pai’” (Mateus 26:26-29).
Lembre-se de que, como Neemias, nós também podemos nos tornar grandes copeiras, não apenas para um monarca terrestre, mas para o Governante supremo do Universo. Também podemos nos tornar restauradoras de vidas quebradas na maneira como servimos aos outros em casa, no trabalho ou na comunidade. Podemos servir um cálice de bênção com uma oração, uma visita aos enfermos ou apenas um copo de água, espalhando assim as boas-novas de salvação a um mundo que está morrendo em pecado.
{ Bula Rose Haughton Thompson }