Seguir a Jesus é uma decisão radical, uma prática diária que envolve a morte do ego. Para haver vida espiritual, é preciso morrer para si, ou seja, abandonar os deuses falsos, destituir os amores sutis do coração e desbancar o “eu” do trono da vida. Quem deve ter primazia na vida do crente é Cristo, não os gostos pessoais. 

A cruz de Cristo deu fim não apenas à vida de Jesus antes da ressurreição; ela põe também um ponto final na vida do nosso “velho homem” (e “velha mulher”). E o mesmo Deus que levantou a Cristo dentre os mortos também levanta o crente para uma nova vida. Mas não sem a cruz! Se aceitamos a Jesus como nosso Salvador, não temos outra alternativa: ou fugimos da cruz ou morremos nela. 

Antes de o Carpinteiro ser pregado no madeiro, Ele falou abertamente sobre Seu sofrimento (Mc 10:33, 34), mas os discípulos não compreenderam a mensagem de Jesus, pois esperavam um Messias de glórias e honras humanas. Tiago e João até propuseram garantir um trono ao lado Dele! 

Mas pensemos um pouco sob a ótica dos discípulos. Identificar o Messias com uma cruz era algo completamente impensável. Afinal, aquele era um instrumento tão humilhante e desumano que sua simples menção era considerada rude e inapropriada. Ninguém colocaria uma cruz pendurada no pescoço como item de ornamentação, da mesma forma que ninguém usaria hoje a forca ou a cadeira elétrica como pingente. Vincular o amorável Jesus com uma cruz era um escárnio total! 

Entretanto, Cristo ensinou que o caminho para o Céu passa pela cruz. O Filho do Homem tinha de ser levantado! (Jo 3:14). Da mesma forma, Jesus nos convida hoje a aceitar Sua proposta e carregar a nossa cruz. Ela não representa uma vida espiritual chata, de liturgias e práticas espirituais cansativas. Nada disso! Carregar a cruz significa percorrer o caminho estreito da abnegação, da humildade e do amor. Significa deixar Jesus no trono e o eu na cruz. Você aceita esse privilégio? O que você pode fazer hoje para que Cristo reine plenamente em sua vida?