O Apocalipse tem uma estrutura diferente dos demais livros da Bíblia. Não é como uma história com início, meio e fim. As novas informações que vão sendo acrescentadas frequentemente cobrem o mesmo período da história já mencionado. É semelhante à construção de uma casa. Os construtores demarcam o terreno e depois passam por ele várias vezes, sempre acrescentando algo mais. Primeiro, o terreno é limpo. Então são colocados os alicerces. Depois vêm as paredes, e a obra segue até que a casa fique pronta.
A Bíblia inicia com o mundo perfeito. Depois, por mais de mil páginas, apresenta o surgimento e o desenvolvimento do pecado e o que Deus tem feito para restaurar todas as coisas à sua perfeição original. Ao final, no Apocalipse, ela aponta para um mundo restaurado e perfeito.
Antes, porém, de apresentar a eternidade de bem-aventurança (Ap 21–22), a Bíblia se detém a tratar da destruição do pecado e do mal. Desse modo, pode ser visto o triunfo de Cristo sobre o anticristo e seus aliados na batalha do Armagedom (Ap 16:12-16; 19), e a destruição de Satanás (Ap 20).
O diabo, restrito ao nosso planeta habitado apenas pelos demônios, terá mil anos para observar os resultados de sua rebelião (Ap 20:1-3). Ele, que viu a perfeição e beleza da Terra quando Deus a criou, presenciará um planeta destruído, um caos dominado pelas trevas (Jr 4:23-26), onde se encontrarão bilhões de cadáveres não sepultados, espalhados pela superfície (Jr 25:33). Ele saberá que tudo é culpa sua, resultado de seu orgulho, sua ganância, seu egoísmo, sua vaidade e suas escolhas. Seus sofrimentos serão intensos. Com temor e tremor aguardará “o futuro terrível em que deverá sofrer por todo o mal que praticou e ser punido pelos pecados que levou as pessoas a cometer” (O Grande Conflito, p. 546 [660]).
Em visão, ele foi visto “lançado no lago de fogo e enxofre” (Ap 20:10). Sim, Satanás e o mal terão seu fim. Cristo vencerá, e nós venceremos com Ele. Viveremos em plena paz pela eternidade.