Sábado
30 de janeiro
A dor da saudade
Eu Me lembro de sua fidelidade quando você era jovem: como noiva, você Me amava e Me seguia pelo deserto, por uma terra não semeada. Jeremias 2:1, 2

A saudade é um sentimento que amadurece muito cedo dentro de nós. Se não existisse fim para os bons momentos, se nossos avós estivessem sempre conosco, se os primos não fossem apenas visitantes ou se os amigos morassem do outro lado da rua, a saudade não nos afetaria tanto. Mas nossa vontade de que os momentos e as pessoas especiais durem para sempre logo é confrontada com a dura realidade de que isso é impossível em nosso mundo de pecado.

Curiosamente, não existe tradução literal dessa palavra para nenhuma outra língua. Contudo, trata-se de um sentimento universal. Mesmo as pessoas mais contidas conhecem a dor dessa nostalgia, da ausência, da falta que a saudade traz. Em nossa vulnerabilidade, estamos à mercê dessa melancolia que pode nos incomodar a qualquer momento e em qualquer lugar. Basta uma palavra, um perfume, um jeito peculiar, um modo de andar ou falar, enfim, ninguém sabe ao certo o que vai despertar a saudade dentro de nós.

E o que dizer da saudade de algo que nunca tivemos ou nunca experimentamos? Saudade de estar em algum lugar perfeito, com pessoas especiais, amando e sendo amados plenamente. Ao sentir esse vazio, C. S. Lewis concluiu em seu livro Cristianismo Puro e Simples: “Se eu encontrar em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui feito para outro mundo.” De fato, carregamos muitas saudades. No entanto, quem sente a maior saudade é Deus. Ele tem saudades de nós. Por isso, prometeu: “Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês” (Jo 14:18).