Era minha primeira gestação. Eu aguardava ansiosa o momento de escutar o coraçãozinho do bebê no exame de ultrassonografia. A experiência não ocorreu como sonhei. Na ocasião, recebi o triste diagnóstico médico de uma má-formação no feto. Apesar da notícia, contrariando a sugestão médica, meu esposo e eu decidimos prosseguir com a gravidez.
Oito meses se passaram, e o tão esperado dia chegou. Nossa pequena Emanuele Vitória – Manu, como carinhosamente a chamávamos – nasceu bravamente: de parto normal e muito rápido. Contudo, após a realização de exames, foi diagnosticado que Emanuele tinha Síndrome de Down e cardiopatia congênita.
No terceiro mês de vida, ela foi hospitalizada para investigação das causas de uma repentina febre alta e intermitente. O que não imaginávamos é que nossa pequena não retornaria com vida para o convívio da família. Após um procedimento médico equivocado, nossa filha ficou dependente de aro de oxigênio para respirar, resultando em sérias complicações cardiorrespiratórias, uma parada cardíaca e o óbito.
Foram 15 dolorosos dias de internação hospitalar. Faltava apenas um dia para ela completar quatro meses de vida, e aquele sofrimento foi interrompido. O Senhor permitiu que minha bebê descansasse em meu colo. Lembro-me de cada momento vivido, de cada detalhe: do último olhar, do último abraço, do último choro. A dor da separação e a saudade são tremendas.
Entretanto, desde aquele dia, a cena mais vívida e real em minha mente tem sido a da manhã gloriosa da ressurreição: o raiar de um dia eterno.
Pela fé, visualizo o momento em que a receberei das mãos do nosso Salvador Jesus, restaurada, perfeita e revestida da imortalidade. Vou recebê-la não apenas para um olhar, um abraço, ou mesmo para a convivência por alguns dias, mas para o convívio familiar eterno.
Senhor, obrigada pela esperança real do reencontro!
Magda Lígia Silva Teixeira Rego