Quinta-feira
22 de agosto
A gangue das abelhas II
Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante. Apocalipse 16:15

A única reação das abelhas atacadas pelas abelhas-ladras é encher a própria barriga de mel e se encolher em um canto, como potes vivos, cheios de comida. Como não há reação, as ladras não matam ninguém. Elas precisam que suas vítimas continuem produzindo mel. Por isso, são chamadas de cleptoparasitas. Com o caminho livre, a bagunça é geral. As ladras se entopem de mel e pólen e tiram até a comida das larvas. O assalto pode durar três dias. Depois, as vítimas voltam a reconstruir o ninho, devolvendo aos favos o mel que engoliram. Assim conseguem salvar cerca de 60% do mel que havia na colmeia.

Algumas espécies tentam se prevenir das ladras, construindo barreiras para dificultar a entrada, mas as delinquentes invadem assim mesmo. Só se dão mal de verdade, quando topam com as abelhas tetragoniscas. Mesmo na fase de espionagem a situa­ção é diferente. Quando o batedor dá de cara com elas, morre na hora, vítima dos soldados da colmeia, ou escapa e volta com a gangue.

Em alerta contra as invasoras, ao perceber a aproximação final, os guardas tetragoniscas dão o alarme usando um perfume especial. Imediatamente, um batalhão de infantaria (cerca de 500 abelhas) sai e bloqueia, com o próprio corpo, a entrada. A guerra inicia com uma batalha aérea que acontece do lado de fora, com grandes baixas para as duas colmeias. As tetragoniscas têm mandíbulas fortes e aplicam “tesouras” nas ladras, imobilizando-as pelas pernas ou pelas asas. Besuntadas com resina, grudam nas inimigas, se embolam no ar e caem ao solo, lutando até a morte de uma das duas. Às vezes, as duas morrem.

Quando a batalha termina, as invasoras estão mortas e a maioria das tetragoniscas também. Entre as abelhas sem ferrão, as tetragoniscas são as únicas que mantêm vigias na porta da colmeia. Elas sobrevoam as proximidades, formando um escudo aéreo. Até mesmo as operárias da colmeia são identificadas ao retornarem do trabalho nas flores. Feito isso, os vigias formam um corredor de proteção e abrem caminho para elas.

Nós também precisamos adotar a estratégia das tetragoniscas, vigiando “em todas as ocasiões, com toda oração e súplica” (Efésios 6:18). “Não há tempo nem lugares impróprios para apresentar uma petição a Deus” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 99).