Em 2021, o mundo parou para ver um exótico desfile de múmias no Egito, levadas para o Novo Museu do Cairo. Sempre recomendo aos visitantes que conheçam antecipadamente a identidade dessas múmias e sua relação com a Bíblia.
No museu, é possível ver praticamente todos os membros da família real que participaram dos eventos relacionados ao Êxodo: Ahmose, o faraó que não conheceu José; Hatshepsut, a provável mãe adotiva de Moisés; e Tutmose III, que perseguiu o povo até chegar ao Mar Vermelho. Todos são membros da 18a dinastia.
A identificação é hipotética, pois a Bíblia não menciona o nome deles, embora haja muitas evidências nessa direção. O próprio nome de Moisés, que em egípcio seria Mose, é muito semelhante aos títulos faraônicos dessa família, que combinam o nome de um deus ao nascimento do rei. Ahmose significa “nascido de Ah”, o deus da lua, e Tutmose, “nascido de Tut”, o deus escriba.
Moisés, ou Mose, seria “nascido de”, mas de quem? Falta o complemento divino. Considerando que seu nome foi dado por ter sido tirado das águas (Êx 2:10), supõe-se que seu nome original fosse Hapimose, sendo Hapi o nome sagrado do rio Nilo. Assim, ao descobrir sua origem hebreia, Hapimose teria abandonado o prenome Hapi, ficando apenas com Mose ou Moisés.
Embora seja uma hipótese, uma coisa é certa: se Moisés houvesse escolhido o trono do Egito, não teria cumprido o chamado de Deus, e hoje veríamos sua múmia no museu do Cairo. Mas ele trocou o trono pelo deserto, o cetro pelo cajado, o palácio pela tenda. Guiou um povo rebelde e teve sua paciência testada.
Como vimos anteriormente, em um momento de fraqueza, desobedeceu a Deus e, por isso, não entrou em Canaã. Aceitou a disciplina e morreu no monte Nebo. Deus, contudo, não Se esqueceu dele. Sua ressurreição foi antecipada, e hoje ele desfruta da gloriosa presença de Deus, que só teremos na volta de Cristo.
As perdas por amor do Reino podem não fazer sentido aos olhos mortais, mas a história do libertador hebreu comprova que, ao lado de Deus, até o aparente prejuízo é lucro.