A natureza do Espírito Santo é um mistério profundo. Como tal, só é possível entendê-Lo até onde a Palavra de Deus nos leva. Não é de admirar que os primeiros adventistas do sétimo dia tivessem dificuldade de compreender o assunto e, somente no fim do século 19, tenham começado a reconhecer a pessoalidade do Espírito Santo.
Em 6 de fevereiro de 1896, Ellen White escreveu da Austrália uma carta para seus “irmãos na América”. Na mensagem, ela se referiu ao Espírito Santo como “a terceira pessoa da Divindade” (Carta 8, 1896). Dois anos depois (1898), usou a mesma expressão em seu clássico livro O Desejado de Todas as Nações (p. 671).
Na Review and Herald de 9 de junho de 1896, George C. Tenney, na época coeditor do periódico, declarou: “Não dá para descrever o Espírito Santo. Com base nas imagens extraídas de Apocalipse, Ezequiel e outras passagens bíblicas e no vocabulário usado para se referir ao Espírito Santo, somos levados a crer que Ele é mais do que uma emanação da mente de Deus. Ele é apresentado como uma pessoa e tratado assim. É incluído nas bênçãos apostólicas e mencionado pelo Senhor agindo com capacidades independentes e pessoais, nos papéis de professor, guia e consolador. É alvo de adoração e uma inteligência celestial, presente em todos os lugares, em todos os momentos. No entanto, por sermos seres limitados, não conseguimos entender os problemas que a contemplação da Divindade apresenta para nossa mente.”
Quando Paulo afirma que o Espírito Santo “intercede por nós” (Rm 8:26, 27), está sugerindo que o Espírito tem a própria pessoalidade distinta. Ao falar sobre “a mente do Espírito”, o apóstolo elimina qualquer possibilidade de considerá-Lo uma energia abstrata que emana da mente divina. Se fosse esse o caso, ele acabaria falando de maneira redundante sobre a mente da mente de Deus, o que não faz sentido algum.
Muito mais do que uma mera energia, o Espírito Santo é o poderoso Auxiliador divino que nos convence “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:8); derrama o amor de Deus em nosso coração (Rm 5:5); e nos guia “a toda a verdade” (Jo 16:13). E mais: Ele permanecerá conosco para sempre!