Após a pandemia de Covid-19, o mundo ficou mais polarizado, intolerante, híbrido; um mundo em que aquilo que consideramos real tem se confundido cada vez mais com o virtual. As pessoas ficaram mais isoladas, esgotadas e deprimidas. Essa realidade fez com que o filósofo sulcoreano Byung-Chul Han definisse a atual comunidade global como “a sociedade do cansaço”.
Para Han, as pessoas estão cada vez mais ansiosas em busca das “não coisas”. A internet prometeu maior integração, mas os indivíduos estão mais obcecados consigo mesmos. A vida se tornou um grande jogo, uma competição que não dá trégua. Nas redes sociais proliferam o narcisismo e o exibicionismo, enquanto o outro se tornou objeto de consumo.
Ainda de acordo com Han, o celular deixou de ser utilidade e passou a ser artigo de culto. Ele é o novo terço, e a internet, o novo templo, em que cada curtida é um “amém”. O problema é que nesse “templo” não há pausa. Tudo é acelerado e se desfaz facilmente, pois a única finalidade é estimular o campo perceptivo. A internet é o espelho do que se tornou a nossa vida, e o mundo passou a ser um reflexo da própria pessoa.
Como um jovem cristão pode viver nesse contexto? O apóstolo Paulo responde: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente” (Rm 12:2). O salmista também aconselha: “Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a Tua Palavra” (Sl 119:9).
Ellen White, igualmente, oferece um ótimo conselho: “Jovens amigos, […] o motivo pelo qual [vocês] estão inquietos é que não buscam a única Fonte verdadeira de felicidade. Vocês estão sempre tentando encontrar fora de Cristo a satisfação que se encontra unicamente Nele. […] Os jovens precisam exatamente daquilo que lhes falta; isto é: religião” (Mensagens aos Jovens, p. 296 [383]).
Não é pecado participar de uma rede social e muito menos ter um celular. O problema é se essas coisas estiverem aprisionando você. Quanto tempo por dia você passa vendo as novidades na internet? O que você curte mais: assistir a vídeos ou orar? Reveja suas prioridades. Deus precisa ser o primeiro em seu coração.