Quarta-feira
13 de novembro
A vespa-do-mar
As flechas do Todo-poderoso estão cravadas em mim, e o meu espírito suga delas o veneno; os terrores de Deus estão posicionados contra mim. Jó 6:4

Na costa do mar da Austrália uma água-viva se tornou alvo de campanhas de prevenção para os frequentadores das praias. A vespa-do-mar já foi apelidada de serial killer por causa do número de pessoas que matou nos últimos cem anos: 65 banhistas, contra 34 mortes causadas por tubarões.

A vespa-do-mar não persegue ninguém. Movimenta-se apenas quando sobe à superfície ou quando submerge. Ela vagueia ao sabor das ondas e oferece perigo por ser transparente. Repentinamente, uma pessoa pode ser envolvida por seus braços de cinco metros de comprimento. Um encontro casual pode deixar marcas e queimaduras profundas na pele. Mas se o abraço envolver demais a pessoa, a morte acontece em poucos minutos.

Seus tentáculos liberam milhares de pequenas flechas carregadas de veneno. Uma de suas toxinas necrosa (apodrece) a pele. Ao penetrar na corrente sanguínea, outro componente do veneno, a hemolisina, destrói os glóbulos vermelhos. Ao atingir o coração, o veneno descontrola os batimentos cardíacos, e dependendo da quantidade, paralisa-o. A vespa-do-mar é o animal que carrega no corpo a maior quantidade de veneno mortal. Uma única medusa tem veneno suficiente para matar 65 homens adultos.

Jó afirmou ter sido alvejado por flechas de sofrimento e dor disparadas por Deus. Seus sentimentos envenenados não eram muito diferentes de nossos próprios sentimentos quando enfrentamos problemas. A primeira atitude é pensar: “O que foi que eu fiz de errado? Será que Deus está me castigando?” Sentimentos de perda, doenças e outros fracassos são muitas vezes armadilhas para nossa confiança em Deus, um teste em que muitas pessoas são reprovadas.

Não me lembro mais de quem disse, mas creio na afirmação de que existem apenas dois tipos de religião: a que ensina que Deus está contra nós e a que sabe que Deus está a nosso favor. Na base da declaração de Jó estava a imagem negativa de Deus, fruto de falsas tradições e fortalecida, em seu caso, por três “amigos”: Elifaz, Bildade e Zofar. A conclusão final de Jó: “Falei de coisas que eu não entendia…” (Jó 42:3), aumenta a certeza de que Deus não é contra os filhos que criou. Mesmo quando esses filhos são ingratos, Ele só os atinge com flechas de amor.