Na época certa, a cebolinha verde solta um buquê de flores minúsculas, bem na ponta de cada haste. Sua cor verde-clara atrai as abelhas que chegam para colher porções mínimas de néctar e pólen. Voar a 24 km/h, uma distância média de três quilômetros, 50 a 60 vezes por dia, não é fácil. Mas esse é o percurso que uma abelha percorre todos os dias, visitando flores e transportando néctar.

Abelha 1 – Lá estava uma abelha do tipo europa, corpo marrom com listras amarelas, enfiada entre as flores da cebolinha, como se estivesse plantando bananeira. Mas ela estava tão quieta que resolvi bisbilhotar. Puxei-a pelo abdômen e, para minha surpresa, mais alguém veio junto: uma aranha.

De tocaia entre as flores da cebola, tamanho igual ao da cabeça da abelha, e cor verde-claro, dificilmente seria vista por qualquer inseto. A abelhinha caiu na armadilha. Curiosidade satisfeita, devolvi as duas, a abelha e a aranha para o seu esconderijo nas flores. Para a aranha era o almoço; para a abelha, o fim da viagem.

Abelha 2 – Ela estava ali parada, arrastando a mandíbula na calçada de cimento, em vez de estar sobre uma flor saborosa. Se houvesse abelhas-tanque para reabastecer abelhas operárias em pleno voo, isso não teria acontecido. Mas, vez por outra, as abelhas caem, não exatamente de cansaço, mas por falta de combustível. Sem poder voar, vão morrendo aos poucos. Trouxe-lhe uma gota de mel de cana, que foi sugado com gula. Depois de ficar lambendo o resto do mel por quase seis minutos, a abelha começou a vibrar as asas como se estivesse aquecendo o motor e a voar baixinho para, em seguida, sumir no espaço.

Nossa reação diante dos problemas dos outros depende da sensibilidade do coração. Podemos nos omitir como o sacerdote e o levita da parábola, ou parar e interferir, fazer um curativo, como o samaritano. “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4:8).