A água é um elemento da natureza sem o qual os seres vivos não conseguem existir por muito tempo. Sem comida, é possível viver por algum tempo, mas sem água, em poucos dias, a vida se esvai.
Na região em que Salomão residia, a água era um bem muito almejado. Devido ao clima árido, armazenar água era uma necessidade. Os poços, em geral, eram cavados em terrenos rochosos, tinham formato de pera e alguns metros de profundidade. Era dessas cisternas que saía água potável para as necessidades de todos.
Embora o provérbio de hoje se refira primariamente às questões do matrimônio, nele há um princípio que pode e deve ser usado em todas as áreas da vida: não devemos viver cobiçando o que não nos pertence.
A cobiça é a raiz de muitos males que vemos na Terra. Pessoas matam e morrem porque querem o que não lhes pertence. A cobiça foi um dos pecados do povo de Israel durante os 40 anos de caminhada pelo deserto. Sobre ela, o salmista escreveu: “Mas deixaram-se levar à cobiça no deserto e tentaram a Deus na solidão” (Salmo 106:14, ARC). A cobiça é algo tão perigoso que fez com que aquele povo liberto milagrosamente por Deus se voltasse contra o Altíssimo. Por isso, Salomão alerta: “Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito” (Eclesiastes 6:9, ARC).
Cobiçar é diferente de almejar. Quando olhamos para alguém que conquistou algo e temos vontade de conquistar a mesma coisa com esforço, estudo e trabalho, não estamos cometendo pecado. Se em nosso íntimo nos alegramos com a vitória do próximo e nos comprometemos com Deus em fazer nossa parte para alcançar o mesmo, apenas estamos traçando planos para o futuro. A cobiça se configura quando a conquista do outro nos incomoda e queremos ter o que não é nosso.
Esse é um assunto tão importante que Deus dedicou o décimo mandamento de Sua lei para proibir a cobiça. Nos dez mandamentos, Ele nos adverte sobre o desejo pela “água do outro”. Foi esse pecado que fez com que o anjo mais exaltado do Céu se tornasse o pior inimigo do reino de Deus.
Somente quando temos Cristo em nossa vida, conseguimos expulsar qualquer “sede” pelas coisas alheias. Com Ele, teremos “água” suficiente para saciar nossa vontade de conquistas e viveremos para dividir com os semelhantes aquilo que Deus nos tem dado.