No Oriente Médio, a água é escassa, há poucos mananciais, e alguns deles só fluem durante a curta época das chuvas. Assim, a sobrevivência dos povos bíblicos consistia em beber com moderação a água dos poços ou aquela armazenada durante a estação chuvosa.
A expressão “águas vivas” refere-se a qualquer água corrente, seja na forma de chuva ou fluindo de uma fonte natural. Para eles, era como se essa água fosse a mais pura, vinda diretamente de Deus. Ter água jorrando perto de casa era um privilégio incalculável.
O escritor Lowell Thomas conta em sua biografia de Lawrence da Arábia que, quando o Emir Feisal e sua comitiva árabe visitaram Londres, eles não ficaram impressionados com os carros ou a arquitetura local. Mas, ao verem as torneiras na pia e na banheira do hotel, vibraram como crianças.
No Alcorão, o livro sagrado dos sheiks do deserto, há trechos que falam de fontes do paraíso que fluem como leite e mel. No entanto, eles nunca tinham imaginado que fontes assim poderiam ser encontradas em ambientes terrenos, como nos quartos do hotel onde ficaram. O autor con-
tinua dizendo que, ao se despedirem da Inglaterra, pediram a Lawrence se não seria possível levar algumas daquelas torneiras para a Arábia, a fim de que pudessem ter água quente e fria jorrando pelo deserto.
A simplicidade dos sheiks não seria diferente da simplicidade de um hebreu do primeiro século que pudesse viajar no tempo e conhecer as torneiras de Londres. A água corrente era uma necessidade vital que, por sua beleza, sempre foi associada à presença de Deus. Muitas vezes, na
Bíblia, o próprio Deus é chamado de “fonte de água viva” (Jr 2:13; Jo 4:10).
Do Éden brotava um rio que formava as cabeceiras de quatro rios (Gn 2:10); no Salmo 29:10, Deus é visto “entronizado sobre o dilúvio”; e, em Apocalipse 22:1, o rio da vida flui debaixo do trono de Deus.
Nosso apego a Deus é proporcional à sede que temos por Sua presença. O problema é que, assim como alguns adolescentes optam por um refrigerante nada saudável em vez de água pura, muitos preferem as cisternas rotas deste mundo às águas vivas que vêm de Cristo. E você? Como está a sua sede por Deus hoje?