Infelizmente o pecado desgastou o real significado de muitas palavras, de tal maneira que elas não carregam mais seu peso e valor originais. Isso ocorre, por exemplo, com a palavra amor. Ela é tanto utilizada para expressar o mais nobre dos sentimentos quanto o mais pobre deles.
Quando o significado de uma palavra é distorcido, nossa capacidade de expressão se torna confusa e imprecisa. Como resultado, ocorre um grave problema: a ineficácia de nossa comunicação.
Em seu grande poema sobre o amor, o apóstolo Paulo escreveu: “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá” (1Co 13:3). Observe que, nesse verso, o apóstolo afirma que podemos dar todos os nossos bens aos pobres (um ato de absoluto desprendimento), nosso corpo para ser queimado (um ato de extremo sacrifício) e, ainda assim, se não tivermos amor, nada disso terá proveito. Isso é surpreendente, pois indica que nem sempre nossos bons atos correspondem às mais puras intenções. Podemos praticar ações que se parecem com atos de amor e, mesmo assim, estar longe da essência do mais puro e nobre dos sentimentos.
Assim, Paulo reforça a necessidade de nos preocuparmos com nossas mais profundas motivações. Em Provérbios 16:2, essa ideia é ensinada: “Todos os caminhos do homem lhe parecem certos, mas o Senhor avalia as nossas verdadeiras intenções” (BV). Por isso, não podemos enganar a Deus, não podemos enganar as pessoas nem a nós mesmos. É ilusão achar que bons atos destituídos de uma nobre motivação agradam a Deus. O teste final da religião não é religiosidade, mas o amor. Só quando estamos ligados a Cristo podemos amar verdadeiramente.