Sexta-feira
02 de junho
Algo de Tabita em todas nós?
Confie no Senhor de todo o coração e não se apoie na sua própria inteligência. Provérbios 3:5, NTLH

Eu me sentia feliz pela mudança para uma residência que seria muito mais adequada às “nossas” necessidades. Para mim, já bastava daquele chalé com terraço vitoriano e do jardim do tamanho de um selo de carta. Aquele, perto de uma rua movimentada, que havia acabado com a vida dos gatos de meus pais. Agora, depois de seis meses, eu me mudaria para uma casa com um jardim de tamanho apropriado, perto de um bosque e longe de carros em disparada e trânsito pesado, na qual meus gatos sobreviventes estariam seguros.

No dia da mudança, meus gatos confiaram que eu os levaria para sua casa nova. Bem, todos os meus gatos, exceto Tabita. Quando caminhei em sua direção para pegá-la, ela saiu correndo e se escondeu. Claramente, não tinha a intenção de ser transferida. Queria permanecer onde se sentia segura. Queria ficar na “casa velha”. Nós, os outros, nos mudamos. Como ainda tinha acesso ao chalé vitoriano por algum tempo, eu retornava todos os dias com a intenção de resgatar Tabita e levá-la para nossa casa nova. Quatro dias depois da mudança, ela parecia contente sem a nossa presença ali. Eu ia e voltava todos os dias, fazendo vãs tentativas de conquistá-la gentilmente, a uma distância em que pudesse afagá-la (e agarrá-la). No entanto, ela continuava a se esquivar, escondendo-se no abrigo do jardim ou me olhando do alto de algum telhado distante. Os esforços de amigos e vizinhos no sentido de capturá-la também não deram resultados.

Certa tarde, decidi ir ao velho chalé, embora soubesse que Tabita me observaria de algum ponto estratégico inacessível. Resolvi esperar mais dessa vez. Sentei-me como se fosse ficar ali para sempre. Devagar, por fim, Tabita aproximou-se enquanto eu falava mansamente com ela. Dali a pouco, sua proximidade e o ronronar indicavam que eu finalmente havia obtido sua confiança. Dizem que a confiança é um pré-requisito necessário para a obediência. Por fim, ela veio na minha direção quando a chamei. Com gentileza, levantei-a e a levei para nossa casa nova, que agora ela ama.

O que deveria ter sido uma transição simples para uma habitação muito melhor transformara-se em um prolongado, arrastado e complexo processo, simplesmente porque Tabita não entendia o suficiente para confiar sua segurança a mim. O tipo de coisa pela qual fazemos Deus passar, quando não compreendemos quão confiável Ele é quando tenta nos mudar para uma posição melhor em nosso relacionamento com Ele.

Querido Senhor, temo que haja um pouco de Tabita em todas nós. Ajuda-nos a confiar em Ti, e a não fazer escolhas baseadas em nosso próprio entendimento. Ajuda-nos a compreender que Tu sabes o que é melhor para nós.

Laura A. Canning