Para Freud, o pai da psicanálise, amar ao próximo como a si mesmo era irrazoável. No livro O Mal-Estar na Civilização, ele comentou sobre esse mandamento: “Por que deveríamos fazê-lo? […] O meu amor é algo valioso para mim, que eu não devo jogar fora sem reflexão… Se amo alguém, ele precisa merecê-lo de alguma forma… Ele merece, se for tão semelhante a mim em pontos fundamentais, que possa amar-me nele; e ele merece isso, se for tão mais perfeito que eu, de modo que possa amar o meu ideal de mim mesmo nele. […] Mas se ele for um estranho para mim e não conseguir me atrair por algum valor em si mesmo ou qualquer significado que ele já possa ter adquirido para a minha vida emocional, será difícil para mim amá-lo.”

Freud somente entendia o mandamento se fosse: “Ama o teu próximo como o teu próximo te ama.”

O preceito divino vai contra nossa natureza egoísta. Por essa razão, precisamos nascer de novo espiritualmente. A primeira chave para se entender o preceito de amar o próximo como a si mesmo é aprender o que é o amor. Amar a Deus, a si mesmo e ao próximo refere-se ao amor ágape. Diferente do eros, é baseado na vontade e na razão, e não nos sentimentos. Portanto, esse amor é um princípio que determina como agir, independentemente de sentimentos, ou de gostarmos ou não. Se compreendemos esse princípio, vamos nos amar corretamente, buscando o que é bom; e assim amaremos o próximo.

Quando pensamos em fazer o melhor a alguém, mesmo sem gostar, amando por princípio, a tendência é de cultivarmos sentimentos mais positivos em relação à pessoa. Mas também, quanto mais cruel formos com ela, mais a odiaremos. E o ciclo se fortalece.

Eu estava preparando esta meditação, quando minha filha me encaminhou esta música, cantada pela pequena Claire Crosby. O nome é Estou Tentando Ser como Jesus. A letra diz assim:

“Estou tentando ser como Jesus,
Estou seguindo em Seus caminhos.
Estou tentando amar como Ele amou, em tudo o que faça e diga.”

Que você possa aprender a oferecer esse amor ao próximo!