Encontrei minha avó materna apenas uma vez, quando eu tinha quatro anos de idade. Viajei com minha mãe e quatro dos meus cinco irmãos de Barbados para Dominica para conhecê-la. Minha mãe e minha avó viveram separadas por muitas razões, incluindo a pele escura da minha mãe, que era muito diferente da pele dos irmãos e da mãe dela. No entanto, o maior motivo para a separação foi a situação econômica do meu pai. Sua falta de riqueza não atendeu ao padrão da minha avó. Ele era do “lado errado da cidade”. Depois de vários meses em Dominica, voltamos para Barbados. Minha avó rejeitou minha mãe, sua filha mais velha, e nunca mais vimos ou ouvimos da minha avó novamente.
Cerca de dez anos depois, minha mãe ouviu, por meio de fofoca, que sua mãe havia morrido, deixando um centavo para ela no testamento, o último sinal de que ela tinha sido renegada.
Vinte e quatro anos após a morte da minha mãe, eu reflito sobre o quanto ela amava profundamente seus filhos e sobre a dor que sofreu por ser destituída, abandonada e separada do amor da própria mãe. Neste momento silencioso, vem à mente Jeremias 31:3: “Eu a amei com amor eterno”. E também Romanos 8:38, 39: “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus.”
Como é reconfortante saber que, independentemente do que eu faço, Deus me ama. Nada me separa desse amor: nem a cor da minha pele, nem a minha situação educacional ou financeira, nem a situação econômica do meu esposo. Nada faz com que Deus me rejeite.
Que amor incondicional! A minha aceitação do Seu amor me dá uma herança inesgotável. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a Sua grande misericórdia, Ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos Céus para vocês” (1Pe 1:3, 4).
Meu desejo é viver uma vida cuja recompensa é a eternidade com um Deus que ama de modo incondicional.
Terry Roselmond-Moore