Johann Tetzel foi um pregador famoso do século 16, que arrecadava dinheiro para a igreja explorando o medo dos fiéis. Em suas pregações, pedia para que fossem fixadas faixas com gravuras de pessoas queimando no fogo do inferno ou organizava encenações que mostravam demônios atormentando os perdidos. Ao final dos sermões, após aterrorizar os ouvintes, oferecia as indulgências, que dizia serem capazes de livrar a alma da punição.
O tempo passou, mas, ainda hoje, o medo é usado como instrumento para explorar a fé das pessoas. Em várias igrejas, demônios são entrevistados e supostamente expulsos, retornando no dia seguinte para mais um show de exorcismo. Pela influência desse tipo de espetáculo, muitos são levados a comprar água, potinhos de terra, vassouras, lenços e roupas que os pregadores dizem ser capazes de blindar a vida contra os poderes demoníacos.
Porém, a religião não pode estar baseada no medo. O relacionamento com Deus deve estar fundamentado no amor. O texto bíblico de hoje diz que o medo e o amor são incompatíveis. Um repele o outro.
A motivação que nos leva ao relacionamento com Deus influencia nossa saúde espiritual. Aproximar-se Dele pelo medo da punição ou dos demônios é uma atitude egoísta, que nos impede de experimentar a plenitude da comunhão. É um relacionamento baseado no interesse. Por outro lado, querer estar com Ele por amor e gratidão nos conduz à essência da verdadeira e sólida comunhão entre a criatura e o Criador.
Talvez você esteja sentindo medo de Deus e do castigo. Não fique assim. Ele deseja que você O ame; e lhe dá inúmeros motivos para isso. Reflita sobre seu passado e verá claros sinais do amor, do cuidado e da graça de Deus. Não há o que temer!