Em 1987, foi publicado nos Estados Unidos um livro polêmico e instigante intitulado Instrução Cultural: O que Cada Americano Precisa Saber. Nele, o autor chega à conclusão de que grande parte dos norte-americanos não possui o background cultural mínimo para entender com profundidade nem mesmo a primeira página de um jornal.
De fato, várias pesquisas parecem confirmar isso. Uma delas é a lista MindSet, que revelou que a maioria dos americanos prestes a entrar na universidade não consegue escrever em letra cursiva, acha o e-mail lento demais e pensa que Beethoven é um cachorro e Michelangelo é uma tartaruga ninja. Em outra pesquisa, realizada em Fullerton, Califórnia, mais da metade dos alunos não sabia quem foi Alexander Hamilton, mesmo com seu rosto estampado na nota de 10 dólares.
Embora não haja uma pesquisa tão detalhada no Brasil, não creio que estejamos em melhor situação. Nas últimas divulgações anuais do PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), nosso país ocupou os últimos lugares entre os 81 países avaliados.
Se é assim com o conhecimento secular, como seria em relação às doutrinas cristãs? De acordo com o Fórum Pew sobre religião e vida pública, se comparados a outros grupos sociais, 70% dos chamados “crentes” sabem menos sobre Bíblia do que ateus e agnósticos.
Isso é muito sério, e há um agravante: para inserir conhecimento bíblico, é preciso limpar a cultura inútil armazenada. No entanto, assim como acumuladores que não querem se desfazer do lixo estocado, muitos se recusam a desocupar espaço em uma mente sobrecarregada para apren-
der as coisas de Deus.
Segundo Randy Frazee, estamos vivendo na era do analfabetismo bíblico. “Nunca”, escreveu o teólogo Augustus Nicodemus, “os evangélicos cantaram tanto e nunca foram tão analfabetos de Bíblia. Nunca houve tantos animadores de auditório e tão poucos pregadores da Palavra de Deus”.
A Bíblia declara que o povo de Deus perece por falta de conhecimento. Que tal mudarmos hoje essas estatísticas e mostrarmos ao mundo que ainda somos não apenas o povo de Deus, mas também o povo da Bíblia?