Os aniversários se tornam mais significativos à medida que envelheço. Meu aniversário mais recente prometia não ser exceção. Naquele dia, recebi um cartão eletrônico de minha irmã muito ocupada. Também recebi um cartão da vizinha, junto com uma echarpe e um broche combinando. Ah, que dia especial vai ser meu aniversário de 51 anos de idade, pensei, enquanto ajeitava o novo acessório na frente do espelho. Alguns bons amigos haviam convidado meu esposo e a mim para jantar (o que eu aguardava alegremente) no sábado após meu aniversário – para comemorá-lo.
Na manhã do meu aniversário, a recepcionista do escritório me cumprimentou com um cartão “de todos nós” e uma garrafa de um delicioso suco de uva, festivamente embrulhada. Minhas duas caixas de entrada de mensagens de voz tinham o “Parabéns a Você” belamente cantado por amigos do coração. O Facebook proclamava elogios, começando pela postagem da minha filha. Essa euforia toda me fez lembrar de como é bom amar e ser amada. Havia uma pessoa, porém, de quem eu desejava, de maneira especial, ouvir uma manifestação antes que o dia terminasse. Daquele que é meu esposo há 21 anos e meio. Eu estava esperançosa!
Ao cair da noite – o que não é tão tarde durante os meses de inverno no Maine – eu ainda não havia recebido nada da parte dele. Nem da minha mãe. Mesmo que fosse meu primeiro aniversário que mamãe tivesse esquecido, isso não me incomodava tanto quanto o esquecimento do meu esposo. Comecei a telefonar para ele, incessantemente, até que por fim ele caiu em si. Zangada, declarei: “Eu achava que você, pelo menos, ligaria para saber como estava o meu dia. Você se esqueceu do meu aniversário?”
Meu esposo respondeu com um pedido de desculpas. Ele estivera trabalhando, havia assistido ao jogo de basquete dos nossos filhos e, de forma alguma, pretendia não tomar conhecimento do meu aniversário. Simplesmente havia negligenciado comunciar-se. Embora eu tenha lhe perdoado, sempre haverá uma ferida no meu coração.
Desse modo, experimentei aquilo sobre o que Davi falava no Salmo 55, quando suas esperanças foram frustradas por alguém que lhe era próximo. “Mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado, você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus!” (v. 13, 14). Sendo uma pessoa que acredita que todas as coisas cooperam, sim, para o bem (Rm 8:28), essa experiência de aniversário me faz lembrar de que, embora seja importante fazer com que as pessoas saibam de nossas expectativas, é igualmente importante que não frustremos suas esperanças pelo modo como as tratamos.
Kristin McGuire