Quinta-feira
28 de fevereiro
Anjos e Amarelinha
Quando se deitar, não terá medo, e o seu sono será tranquilo. Provérbios 3:24

Enquanto trabalhava como capelã no departamento de oncologia pediátrica, aprendi algo muito básico: o sono das crianças era um luxo. Quando entrei no estacionamento do hospital, li a placa: Rua da Misericórdia.

Às 11 horas da noite, a enfermeira Kate me ligou. Uma das pacientes, Brandy, de sete anos, não dormia fazia dois dias. Ela fazia de tudo para ficar acordada. Durante seis semanas, trabalhei com a família dela enquanto recebiam um estudo bíblico. Observei todos eles se aproximarem de Deus. Brandy estava melhorando. Há esperança para ela. Eu acredito que ela ficará bem.

– Eu não quero dormir – sussurrou.

Sentei ao lado da cama e segurei sua mão.

– Se eu fechar os olhos, talvez não acorde mais.

Sua mãozinha estava fria, e eu sabia que ela estava com dor. Perguntei o que ela queria fazer em vez de dormir. Ela sorriu e sussurrou:

– Brincar de Amarelinha.

Uma hora depois, com todas as permissões concedidas, Brandy e eu ficamos no corredor ao lado da capela. O revestimento no chão criava o modelo de Amarelinha para usar. Estávamos descobrindo o padrão quando uma voz forte nos deteve. Era a enfermeira Kate. Ela olhou para nós e balançou a cabeça.

– Vamos fazer isso direito. Eu joguei Amarelinha quando era criança!

Ela fez cócegas em Brandy e nos ajudou a usar fita médica vermelha para criar um padrão. Em seguida, ela apresentou o grande prêmio: um bicho de pelúcia com a forma de um sapo, grande o suficiente para usar no jogo.

Durante a noite, nós três jogamos. Quando Brandy ganhava, a enfermeira Kate exagerava a própria perda e nos fazia rir. Às seis horas da manhã, Brandy estava bocejando. Quando a criança teve a última vitória, ela estava pronta para se deitar. No quarto, a enfermeira Kate a colocou cuidadosamente na cama e, assim como estava, Brandy adormeceu. A enfermeira Kate sorriu para mim e se afastou. A enfermeira Kate fez tudo aquilo acontecer. Quando ouvi Brandy respirar, orei para que o sono dela “fosse tranquilo”.

Vi a enfermeira Kate na mesa e lembrei que anjos caminham entre nós. Como é forte a sua influência, como é forte a influência do Espírito Santo.

Pai celestial, quando o outro precisar de ajuda, me dê força para atender ao chamado.

Dixil L. Rodríguez