A parábola do fariseu e do publicano é um drama de aparência versus atitude. Aconteceu no templo, em um dos dois momentos diários (sacrifício da manhã ou da tarde). Dois homens são colocados no centro do drama: o fariseu estava na primeira fila para que todos vissem sua contrição; o publicano estava lá atrás, porque não tinha coragem de se aproximar. O primeiro estava em pé, inflado de orgulho pelas próprias realizações. O segundo estava sangrando por dentro e humilhado por fora. Jesus falou primeiro do comportamento deles e, depois, falou de sua oração.
O fariseu era um homem religioso que sempre fazia mais do que se esperava dele. O publicano era um judeu coletor de impostos para os romanos, considerado traidor da pátria. A opinião pública dizia que o primeiro era um homem de Deus. O segundo, por sua vez, era um ladrão que tinha se vendido aos romanos para fazer fortuna à custa do próprio povo.
A história apresenta dois homens orando no templo. Um erguia a mão esperando a recompensa, e o outro batia no peito suplicando misericórdia. O fariseu tinha uma ideia pequena de Deus. O publicano tinha uma ideia exata de si mesmo. O fariseu não buscava perdão; esperava elogios. O publicano buscava o perdão humildemente. O fariseu se comparava com os outros e se achava melhor. O publicano não se comparava com ninguém, porque se considerava o pior.
O fariseu orava se achando um raro modelo de perfeição. O publicano batia no peito, reconhecendo sua culpa. Em sua indignidade, o infeliz publicano estava mais perto de Deus do que o arrogante fariseu cheio de virtude. Jesus acusou o fariseu fiel por ser um homem perdido e destacou o publicano traidor como um homem redimido.
O culto acabou, e os dois desceram para casa. Um voltou para casa sem a bênção e não sabia disso. O outro voltou para casa justificado e também não sabia disso. Mas Deus sabe quem é quem. No momento certo, Ele exalta quem quer e humilha quem precisa.
O mundo diz assim: “Pense grande, tenha grandes sonhos, seja você mesmo, faça o que quiser.” Isso não é bíblico. Nem Jesus fez o que queria. Ele fez a vontade do Pai (ver Jo 4:34). Como Jesus devemos dizer: “Seja feita a Tua vontade”.