Domingo
18 de fevereiro
Aquilo que vai, volta
O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Gálatas 6:7, NTLH

Em dezembro de 1992, apenas meses após o início da guerra na Bósnia, nós, alunos do Seminário Teológico de Belgrado, fomos solicitados a ajudar no preparo de assistência humanitária. Com boa vontade, ajudamos a encaixotar e carregar suprimentos para as famílias que, em Sarajevo, haviam sido atingidas e desalojadas pela guerra. Numa sala grande, sem aquecimento, trabalhamos com os representantes da ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) para encaixotar embalagens de sopa, sal, farinha, óleo, pasta de dente, luvas, meias, insulina e latas de atum ou feijão. A ADRA não faz distinção entre diferenças étnicas ou religiosas. As famílias de três grupos populacionais, em guerra uns contra os outros, alinhavam-se na mesma fila, nos fundos da nossa igreja, para obter os preciosos pacotes.

Os anos transcorreram, a guerra acabou, eu me casei e logo me tornei a mãe de uma menininha. Embora a guerra houvesse terminado um bom tempo antes, a liberdade religiosa nem sempre era reconhecida ainda. Assim, quando nossa filha foi para a escola, meu esposo e eu redigimos uma carta para a diretoria do educandário explicando por que ela estaria na igreja aos sábados, e não na escola. Oramos fervorosamente para que Deus dirigisse as pessoas responsáveis pela decisão a respeito da educação de nossa filha. Então fomos à escola para saber o resultado. A diretora falou conosco. Ela disse: “Embora algumas pessoas na administração escolar não fossem simpáticas à solicitação de vocês, eu defendi seu pedido porque tenho uma ligação com sua igreja. Durante o cerco de Sarajevo, no tempo da guerra, sua igreja – por meio da ADRA – conservou com vida a minha família, com suas caixas de provisões. Portanto, concedo à sua filha permissão para perder as aulas aos sábados.” Naquele dia, saímos da sala da diretora recordando a promessa bíblica: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás” (Eclesiastes 11:1, ARA).

Quer vejamos, quer não vejamos o resultado imediato de nossos esforços do “ama teu próximo”, Deus assume a responsabilidade pelas consequên­cias. Não vemos o efeito que nossa bondade, hoje, poderá ter sobre alguém amanhã. Vivamos a vida de acordo com a Palavra de Deus e deixemos o restante com Ele. Além disso, quem sabe? Talvez hoje seja o dia em que você, uma vez mais, descubra que o seu sacrifício – o “pão” compartilhado tanto tempo atrás – retorna para você na forma de uma bênção.

Aleksandra Tanurdzic