“Vejo muitos banhos de esponja no seu futuro!” A enfermeira parecia muito mais animada do que eu ao sair do consultório médico. Meu braço direito tinha um gesso que cobria metade da minha mão e continuava até depois do meu cotovelo. O pulso esquerdo estava trincado e uma tala me proibia de cuidar de mim mesma. Essa tala descartava qualquer higiene pessoal além de um banho de esponja por um longo período. 

Foi em uma tarde de sexta-feira de dezembro, quando o que deveria ter sido uma ida rápida ao porão acabou sendo rápida demais! De alguma forma, dei um passo em falso na parte inferior, perdi o equilíbrio e caí. Havia um corte na minha perna direita, cortes menores nos braços, o pulso direito estava encurvado e o pulso esquerdo muito dolorido. No atendimento de urgência, coloquei um gesso temporário no braço direito, uma bandagem elástica no pulso esquerdo e curativos nos cortes. 

Minha irmã, Lila, também viúva, mora a apenas 70 quilômetros de distância, então foi para ela que liguei pedindo ajuda. Ela chegou na manhã seguinte. Nenhuma de nós imaginava como seriam os próximos meses. A previsão de banhos de esponja no meu futuro foi proferida na manhã da segunda-feira seguinte, quando fomos ao consultório médico para fazer radiografias, colocar uma tala no pulso esquerdo trincado e um gesso completo definitivo! 

Os três ou quatro meses seguintes se arrastaram para mim, mas foram muito ocupa- dos para Lila, que se tornou minha enfermeira, cozinheira, motorista, governanta, companheira, amiga e, sim, quem me dava os banhos de esponja! Perdemos as contas das viagens que fizemos entre a minha casa e a dela, a minha casa e as consultas médicas, e a minha casa e a dela de novo para cuidar das coisas lá. 

Por fim, o gesso foi substituído por uma tala e a tala do meu braço esquerdo foi descartada. Mais algumas semanas e o braço direito também fi cou livre da tala. Isso significava que Lila também estava livre de cuidar de mim, mas não do vínculo que temos como as duas últimas irmãs sobreviventes das cinco, no total. 

Quando eu era uma garotinha com duas irmãs mais velhas, queria ter um irmão mais velho. Conforme fui crescendo, me dei conta de que tenho um irmão mais velho. 

Jesus é o Irmão que me amou tanto que deu Sua vida para que eu tivesse a vida eterna. Viverei eternamente naquele lugar em que não haverá mais pousos forçados, ossos quebrados, gessos, aparelhos ortodônticos, nem necessidade de banhos de esponja! 

Mary Jane Graves