O sacrifício de Cristo em favor da humanidade foi amplo e completo. A condição da expiação fora preenchida. A obra para que viera a este mundo fora realizada. Ele conquistara o reino. Arrebatara-o de Satanás e se tornara herdeiro de todas as coisas. […]
Antes de deixar Seus discípulos, Cristo uma vez mais definiu a natureza de Seu reino. Trouxe-lhes à lembrança as coisas que lhes havia falado anteriormente com relação a esse reino. Declarou-lhes que não era Seu propósito estabelecer um reino temporal neste mundo. Ele não havia sido indicado para reinar como um rei terrestre sobre o trono de Davi. Quando os discípulos Lhe perguntaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?”, Ele respondeu: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela Sua exclusiva autoridade” (At 1:6, 7). Não lhes era necessário ver mais distante no futuro do que as revelações que lhes havia feito os capacitavam a ver. Sua obra era proclamar a mensagem do evangelho.
A visível presença de Cristo estava prestes a ser retirada dos discípulos, mas uma nova dotação de poder lhes pertenceria. O Espírito Santo lhes seria concedido em Sua plenitude, selando-os para a sua obra. Disse o Salvador: “Eis que envio sobre vós a promessa de Meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). […] “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra” (At 1:8).
O Salvador sabia que nenhum argumento, embora lógico, enterneceria corações endurecidos nem atravessaria a crosta da mundanidade e do egoísmo. Sabia que os discípulos precisavam receber o dom celestial; que o evangelho só seria eficaz se fosse proclamado pelos corações aquecidos e lábios tornados eloquentes pelo vivo conhecimento daquele que é o caminho, a verdade e a vida. A obra comissionada aos discípulos iria requerer grande eficiência, porque a onda do mal avançava profunda e fortemente contra eles. Um vigilante e determinado líder estava no comando das forças das trevas, e os seguidores de Cristo somente poderiam batalhar pelo que é correto com o auxílio que Deus, pelo Seu Espírito, lhes daria (Atos dos Apóstolos, p. 29-31).