Segunda-feira
02 de setembro
Baiacu injustiçado
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Mateus 5:6

Andando na praia, muitas vezes encontrei restos de um peixe com cara de sapo e cheio de espinhos. Sabia o nome dele, mas desconhecia o motivo de sua morte. Acontece que a maioria das pessoas, inclusive pescadores, o ignora. São 17 espécies de baiacus de água salgada conhecidas, sendo que nove delas habitam o litoral brasileiro. O tamanho varia de 15 a 40 centímetros e os dentes são parecidos com uma placa sólida. Quando se sente em perigo, o baiacu incha como um balão. Essa capacidade se deve a um saco interior que ele enche de ar ou água. Além disso, expele veneno na água e afasta o provável inimigo.

Imagine a cena: um pescador fisga um baiacu e ao saber de quem se trata, a primeira intenção é devolvê-lo à água de onde veio. Antes, porém, com o cabo de uma faca ou um pedaço de pau, esmaga a cabeça do pobre animal.

Os pescadores o consideram uma praga, pois é especialista em roubar iscas de anzóis. Além disso, sua toxina pode matar uma pessoa. Peixes maiores também o evitam por causa do veneno: comeu, morreu. Roubar iscas, ter a pele revestida com espinhos e veneno no corpo são defesas naturais. Limpar corretamente um baiacu para aproveitar a sua carne é uma arte que pouca gente conhece. Já que é assim e ele é feio mesmo, é mais cômodo descartar o pobre animal e rotulá-lo como venenoso e ladrão.

Ser acusado de algo que você não é ou não fez é uma grande injustiça. Se um dia você tiver que enfrentar uma situação dessas, não se desespere. Você precisará de calma e domínio próprio para tentar solucionar o problema. Não deixe que a casa pegue fogo por causa do senso de proteção pessoal.

Para ser coerente, o desejo de justiça também exige justiça para os outros. E é nesse ponto que a justiça mostra sua íntima ligação com o amor de Deus. “Justiça é amor, e o amor é a luz e a vida de Deus. A justiça de Deus se acha concretizada em Cristo. Recebemos a justiça recebendo a Ele” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 18).