Diferença cultural é o que faz alguém achar delicioso o pernil de um porco defumado e conservado por quatro anos enquanto, aos olhos de outra pessoa, seria algo abominável. Devido a uma diferença cultural, um indivíduo pode achar normal o uso de sanguessugas como tratamento médico enquanto outro jamais aceitaria um procedimento assim, mesmo que lhe fosse oferecido de graça. Por essa mesma razão, alguns homens sentem sono ao assistir a uma ópera ou a um drama, enquanto algumas mulheres podem ter a mesma reação diante um filme de ação. Nossa mente, às vezes, não está preparada para certas experiências nem quer estar!
Isso explica por que Pedro e os judeus do tempo de Cornélio não concebiam que um não judeu entrasse na igreja, comesse e convivesse com eles. Os judeus “não se misturavam”. Eles ainda não tinham entendido o que significa ser sal, ser luz. Não compreendiam que, para fazer a diferença na vida das pessoas, às vezes temos que, dentro de certos limites, abrir mão do que somos.
Jesus, por exemplo, Se tornou homem; Paulo, um gentio; Daniel, o mestre dos sábios. Não deve ter sido confortável! Nenhum deles, porém, deixou de ser, na essência, aquilo que era. Eles não abandonaram valores e crenças. Mantiveram firme a “espinha dorsal”, mas, em um gesto de amor, esforçaram-se para se aproximar daqueles que, de outro modo, não teriam sido alcançados.
Não é preconceito gostar de falar o próprio idioma, apreciar a comida da vovó, ter um cantor favorito ou preferir alguns esportes em detrimento de outros. Contudo, para além de nossas diferenças superficiais, Deus espera que Lhe sejamos fiéis na essência, firmes nos princípios e compreensivos diante das diferenças alheias que ligam as pessoas a suas famílias e aos lugares de onde vieram. Deus deseja que paremos de criticar aqueles que são diferentes de nós. Pede que tenhamos tato e amor ao mostrar a eles como e por que o evangelho muda nossa visão, nossos hábitos e nossas atitudes (Rm 14:1-8).
Será que hoje não é o dia ideal para levantar a bandeira branca para aqueles que, querendo ou não, você tem combatido ultimamente? A cordialidade e a benevolência não mudam as pessoas, mas podem abrir o caminho para Deus agir.