Segunda-feira
07 de outubro
Bichos no tribunal
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16 (ARA)

Levar animais à barra dos tribunais para um acerto de contas com a lei já foi ato comum. Na Europa medieval, animais infratores podiam ser acusados de crimes como feitiçaria e assassinato. Em 1314, um touro foi enforcado por ordem do parlamento francês da cidade de Valois, por haver matado um homem. Em 1487, em Savoia, França, um bando de escaravelhos foi processado por saques em plantações de uvas. Quase 100 anos depois, foi a vez dos ratos que viviam em Autun, na parte central da França. Eles foram intimados a comparecer ao tribunal, sob a acusação de infestação de celeiros e residências.

Há também a história do galo feiticeiro. Aconteceu no século 15, quando um galo da cidade de Basileia, Suíça, foi acusado de haver posto um ovo. O cantor foi classificado como feiticeiro e condenado a morrer em uma fogueira, acompanhado do ovo maldito. Mais triste ainda foi o caso de uma porca em Lavegny, França, que matou e comeu pedaços de uma criança. Ela foi enforcada por assassinato. Os filhotes tiveram melhor sorte, pois sendo menores, foram considerados sem idade suficiente para responder por seus atos.

Nos tempos bíblicos também havia leis que regulavam situações de violência envolvendo animais. Se um boi matasse uma pessoa, era apedrejado até a morte e sua carne não deveria ser comida. Mas o dono do boi seria absolvido. Mas, se o dono conhecia a violência do animal e mesmo assim o deixasse solto, ele também seria condenado à morte por apedrejamento (Êxodo 21:28-36). Apesar da rigidez, a pena de morte podia ser suspensa com o pagamento de uma indenização estipulada pelos prejudicados.

Há dois princípios envolvidos nessas leis: o caráter sagrado da vida humana e a responsabilidade que devemos assumir pelos resultados previsíveis de nossos atos. Ou seja: se eu sei que o meu cachorro é perigoso, e ainda assim o deixo solto por aí, eu devo ser tão ou mais culpado do que ele.

Histórias de índios incendiados vivos por garotos, e de gente que morre na porta de hospitais por negligência ou falta de espaço, quase já não chamam a atenção de ninguém. Mas a vida de uma pessoa, seja ela quem for, é de inestimável valor diante de Deus. Jesus pagou com o próprio sangue o resgate de cada ser humano.