Estava fazendo meu culto pessoal pela manhã e comecei a reclamar com Deus: “Senhor, faz seis meses que estamos morando aqui e ainda não consegui transferir minha faculdade. Não posso passar mais um semestre parada”. Havíamos acabado de nos mudar de estado. Eu havia começado o curso de Jornalismo em uma instituição pública, e minha esperança era conseguir transferência para outra instituição pública na nova cidade. Não tínhamos condições de pagar uma faculdade particular. Porém, naquele ano, a universidade federal não havia aberto processo de transferência.

Indignada, reclamava com Deus. Foi quando ouvi: “Vai ficar aí reclamando? Procure uma faculdade particular”. Eu logo retruquei: “Mas, Senhor, eu não tenho dinheiro para pagar as mensalidades.” Mais uma vez me veio à mente: “Procure um emprego”.

Terminei o culto e fui para o computador procurar quais as universidades privadas que teriam meu curso. Escolhi uma, liguei para lá e me informei sobre valores. A transferência seria simples. Agora só faltava dinheiro para me matricular. Já formada em Letras, atualizei meu currículo e saí para distribuir nas escolas. Era terça-feira.

Na quarta-feira à noite, dia de culto de oração, estávamos na porta da igreja quando o celular tocou. Era a diretora de uma escola perguntando se eu tinha interesse em substituir uma professora que precisaria tirar licença por três meses. Logo respondi positivamente. Então a diretora me informou: “Você pode começar na sexta-feira.”

Eu fiquei admirada com a rapidez divina. Terça de manhã estava reclamando com Deus e na sexta-feira eu já estaria trabalhando. E se eu não tivesse seguido a orientação do Céu? E se eu não tivesse feito a minha parte? Seria uma oportunidade perdida.

Meu esposo me ajudou a pagar a matrícula, e todo o restante do semestre paguei com o trabalho na escola. Lembro-me do dia em que eu estava na fila com os boletos em mãos para pagar as mensalidades até o fim do ano. Para quem achava que não teria condições de pagar uma mensalidade, pagar o semestre todo era um milagre.

Oportunidades podem ser perdidas para sempre quando não paramos para ouvir a Deus e quando não saímos da comodidade. Entendi que muitas vezes não ouvimos a resposta divina porque saímos rápido demais da Sua presença. Meu desafio diário é deixar de ficar ansiosa sobre o que tenho que fazer e tirar tempo para deixar Deus agir.

Gislene Goulart Niderstrasser