Sexta-feira
13 de junho
BRIGAS OU FELICIDADE
Quem Me nomeou juiz ou repartidor entre vocês? Lucas 12:14

Certa vez, um homem abordou Jesus, dizendo: “Mestre, diga a meu irmão que reparta comigo a herança” (Lc 12:13). Jesus então respondeu: “Homem, quem Me nomeou juiz ou repartidor entre vocês?” (v. 14). Em seguida, Jesus contou a parábola de um homem rico que buscava enriquecer ainda mais. Ao descrever sua avareza, é mencionado que o homem “arrazoava consigo mesmo” (ARA). Ora, na cultura do Oriente Médio, isso não faz sentido, pois a sociabilidade é algo extremamente importante.

Se você visita um beduíno, a primeira coisa que ele traz é um chá bem quente para que você não tome rápido e vá embora, mas permaneça ali conversando com ele. No entanto, esse homem da parábola não tinha amigos, por isso conversava consigo mesmo. De algum modo, sua ganância fez com que todos se afastassem. Então ele morreu rico, porém solitário. Embora tivesse obtido ganhos materiais, possivelmente tinha perdido a saúde, os amigos e o afeto daqueles que mais amava. O desfecho de sua vida é o destino daqueles que priorizam ganhos materiais acima das pessoas.

Isso posto, voltemos ao sujeito que interpelou Cristo. Ele queria seus direitos, e não há problema com isso, mas a pergunta é: A que preço? Famílias inteiras podem ser destruídas pela disputa entre seus membros, que às vezes vão ao extremo para ter seu ganho de causa. Cadeias se enchem de condenados que não aceitaram uma sentença e fizeram justiça com as próprias mãos.

Às vezes, como dizia Ferreira Gullar, devemos escolher entre ter razão e ser felizes. No calor de uma briga, você pode até ter razão, mas, se o outro tem uma arma, compensa discutir?

A única luta que não admite tréguas nem recuo é a batalha entre o bem e o mal. Mesmo assim, esta se dá no campo espiritual, e os que se envolvem nela ao lado de Cristo não brigam por si mesmos. Pelo contrário, eles renunciam a seus direitos e até mesmo à sua própria vida por amor a Cristo. Não é fácil suportar o mal e perdoar ofensas, mas o princípio de “dar a outra face” ainda continua válido. No fim, o que realmente desejamos: Ter razão ou ser felizes?