Quando eu era pequena, todos os dias meus três irmãos mais novos e eu brincávamos com as crianças do bairro. Às vezes, nos aventurávamos em uma área arborizada perto de nossa escola de Ensino Fundamental, a alguns quarteirões de distância. Certo dia, fomos a uma área perto do riacho onde raramente brincávamos. Havia um barranco com cerca de um metro e meio de altura. Tábuas de vários tamanhos estavam empilhadas embaixo dele. Desafiando uns aos outros, meus amigos começaram a pular da beirada, vendo quem conseguia pular mais longe e pousar sem cair. Como eu estava com muito medo de pular, eles decidiram me “ajudar” agarrando minhas mãos e pés e me carregando até a beirada da qual ameaçaram me derrubar. Por causa de meus gritos e chutes, eles não conseguiram me segurar bem e desistiram. Corri para casa chorando.
Mamãe, vendo meus olhos vermelhos, perguntou o que havia de errado. Eu lhe contei tudo. Ela ligou para os pais de meus amigos. Tenho certeza de que todos eles tiveram problemas, mas nenhum deles me ameaçou depois disso, nem pararam de falar comigo ou terminaram nossa amizade por causa disso. Na infância, todos nós fizemos coisas bobas ou perigosas, muitas vezes sem considerar as possíveis consequências. Éramos apenas crianças nos divertindo. Mas à medida que crescemos, paramos de fazer essas coisas infantis porque vimos que tudo tinha consequências: pequenas, graves ou fatais.
Nossas experiências religiosas são muito parecidas. Quando crianças, não percebemos ou entendemos as muitas consequências de nosso comportamento imprudente e, como adultos, podemos ter percebido, mas não nos importamos. Comportamento imprudente, decisões impensadas e escolhas tolas moldaram nossa vida.
Como cristãs adultas, no entanto, aprendemos as armadilhas e estamos escolhendo caminhos mais seguros, alternativas melhores e decisões responsáveis que não nos levarão a consequências devastadoras ou à condenação eterna.
À medida que continuamos a crescer em nossa caminhada espiritual, podemos reafirmar que deixar de lado as coisas infantis foi a melhor decisão que já tomamos.
{ Íris L. Kitching }