Sexta-feira
26 de junho
Caixa de medidas
Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor. Efésios 6:4

Enquanto aguardava um voo, observei a funcionária de uma companhia aérea verificando a bagagem de mão dos passageiros. Ela colocava uma caixa de medidas em cima da mala para averiguar se estava dentro do padrão. A caixa não poderia ficar estufada, precisava cobrir completamente a bagagem.

Como mãe, muitas vezes coloquei uma “caixa de medidas” em meu filho; queria que ele estivesse dentro dos “padrões” de uma criança “normal”. Tinha dificuldade para enxergar que ele se comportava de maneira diferente das outras crianças da mesma idade. Isso acontecia porque meu filho é autista.

O diagnóstico de autismo foi dado por um neuropediatra. As palavras do médico rasgaram minha alma e partiram meu coração. Chorei e passei por um momento de luto após o diagnóstico.

Talvez você tenha um filho que não esteja correspondendo aos padrões da idade dele. Não tenha medo de enfrentar o problema, de ouvir um diagnóstico e lutar pelas conquistas de sua criança. Às vezes precisamos de “caixas de medidas” para ajudar nossos filhos. A aceitação é o primeiro passo para o tratamento de qualquer transtorno ou deficiência. Quanto mais tarde uma criança for diagnosticada com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), autismo, TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) e outras enfermidades, mais difícil será o tratamento.

Hoje, após um ano e meio de terapia, meu filho é uma criança com um desenvolvimento fantástico. Gosta de brincar e estudar, veste-se sozinho, não urina na cama e tem boa concentração. Muitas dessas conquistas aconteceram depois da idade estipulada pelos “padrões”.

Sou grata a Deus pelos milagres que estão sendo realizados em meu lar; também sou grata por ter deixado de lado os meus sonhos para dedicar mais tempo à educação dos meus filhos. Além desse meu filho, tenho uma filha que também precisa de amor, dedicação e paciência.

Se você puder abrir mão de um trabalho ou pausar um sonho por causa de um filho, faça o mais depressa possível. A vida passa rápido demais. Logo estaremos em frente ao Rei celestial, e Ele perguntará sobre nossos filhos. Como mordomos do Senhor, não podemos nos esquecer de que estamos cuidando de vidas que pertencem a Ele.

Juliana Melo Cabral de Siqueira