Quem dirige sabe como é difícil e até perigoso estar ao volante em um carro desalinhado. Se o motorista não segurar com firmeza, o veículo não seguirá em linha reta de jeito nenhum. A todo momento, o carro sairá da rota e irá avançar por um descaminho “inventado” por sua falta de condição de permanecer na estrada.
É mais ou menos assim a realidade de todo ser humano. Desalinhados e desbalanceados na vida, ziguezagueamos nas estradas esburacadas do mundo, desviando da rota da salvação e pegando atalhos escabrosos que não levam a lugar algum.
O único jeito de “carros” tão desajustados como nós chegarem ao Céu é se Jesus segurar o volante de nossa vida e nos guiar com segurança, a despeito do grave desalinhamento que existe entre nós e a lei de Deus.
Refletindo sobre a situação de perdição do ser humano e sobre a intervenção de nosso “Motorista”, o apóstolo Paulo diz: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1, ARA, itálico acrescentado). Esse texto revela dois aspectos da condição pecaminosa que desalinha nossa vida.
De acordo com John Stott, “delito é um passo em falso, que envolve ou uma travessia de uma fronteira conhecida ou um desvio de um caminho certo”. Ou seja, todos nós nascemos propensos a transgredir as leis de Deus. É como se a rebeldia do pecado sempre puxasse a direção de nossa vida para o lado contrário em que está a vontade divina. Isso explica por que muita gente faz o que é errado, mesmo sabendo o que é certo e tem prazer em ultrapassar as barreiras que Deus estabeleceu para proteger a humanidade.
Além disso, em Efésios 2:1, Paulo fala que o desajuste do ser humano não são apenas os delitos, mas também os pecados. Qual é a diferença? Enquanto “delito” se refere aos erros conscientes e até premeditados, “pecado”, nesse contexto, “significa mais um erro do alvo, deixando de chegar à altura de um padrão”, segundo Stott. Isso quer dizer que o pecado é uma coisa natural dentro de nós e que erramos, mesmo quando queremos acertar. Nesse sentido, o ser humano é tanto um rebelde como um fracassado (A Mensagem de Efésios, p. 46).
Jesus se dispôs a assumir o volante de nossa existência. Sem Ele, jamais conseguiríamos seguir para o Céu. Não importa o quanto você esteja se sentindo desalinhado, se entregar a direção de sua vida a Cristo, nada lhe tirará da rota da salvação.