Nos tempos apostólicos, não era fácil ser cristão, fosse você gentio ou judeu. Os gentios cristãos, antes pagãos, estavam acostumados a ir aos templos, adorar imagens e oferecer sacrifícios. Em seus cultos, não havia pregação. Após sua conversão ao cristianismo, cultuavam um único Deus, não possuíam templos, nem imagens, nem realizavam sacrifícios, mas se dedicavam a estudar um Livro. Na compreensão de muitos pagãos, os cristãos pareciam mais uma associação filosófica ou literária do que um grupo religioso. Por isso, os consideravam ateus.
Os judeus cristãos também tinham suas dificuldades. Anteriormente, eles haviam se habituado a ir ao templo e oferecer sacrifícios. Porém, com a morte de Cristo, essa prática não era mais requerida. Além disso, eles se relacionavam com Deus como sendo um único Ser. Mas Jesus revelou que há um Deus que Se manifesta em três Pessoas. Também suas orações foram alteradas de modo que passaram a ser feitas em nome de Jesus.
Sabendo dessas coisas – para confortar, animar e guiar Seus filhos –, Deus lhes deu revelações por meio de 22 cartas apostólicas. Algumas enfocam mais os gentios conversos, outras foram direcionadas aos que vinham do judaísmo. Elas podem ser classificadas em três grupos: o primeiro é formado por nove epístolas aos cristãos de origem gentílica (Romanos a 2 Tessalonicenses); o segundo, por quatro epístolas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom); e o último, por nove epístolas aos cristãos hebreus (Hebreus a Apocalipse). Note que os dois grupos de nove livros começam com um grande tratado teológico – Romanos e Hebreus – e encerram com um escrito que destaca a segunda vinda de Cristo – 2 Tessalonicenses e Apocalipse.
Atualmente, continua não sendo fácil ser cristão. Em muitos aspectos, não somos compreendidos e vivemos na contramão da sociedade. Por isso, precisamos perseverar. As mesmas epístolas estão à nossa disposição. Elas ainda podem nos abençoar enquanto Deus continua Sua obra de nos aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar na verdade.