Toda manhã, quando leio meu devocional, sento-me diante de uma janela grande, que revela nosso quintal arborizado. Minha cadeira fica posicionada no lugar perfeito para visualizar uma impressionante variedade de aves que vêm às casinhas com alimento para pássaros.
Certo dia, a natureza me trouxe uma admirável lição objetiva. Observei um minúsculo beija-flor de peito vermelho chegar zunindo para provar o néctar açucarado que eu colocara num dos alimentadores. Justamente quando ele estava a ponto de introduzir seu longo e fino bico no orifício do alimentador, outro beija-flor se apresentou para buscar sua porção. Há quatro locais no frasco onde os colibris podem empoleirar-se e se alimentar, mas aqueles dois tiveram que marcar território e brigar por ele! Esvoaçaram e se atacaram e perseguiram um ao outro durante os trinta minutos seguintes, sem participarem uma única vez do néctar disponível.
Em comparação, observei uma atividade intensa no alimentador de aves canoras. Que variedade de pássaros! Cardeais, quebra-nozes, chapins, tentilhões, pardais e até um grande pica-pau. Ou eles ocupavam o mesmo alimentador ao mesmo tempo, ou se revezavam. Se o pica-pau ocupava espaço demais, os chapins saíam do caminho por alguns instantes e depois retornavam. Os quebra-nozes simplesmente se afastavam e davam espaço para o pica-pau. Todos cooperavam – chegando e saindo ou dando lugar uns para os outros. E todos eles desfrutaram sua porção do banquete. Os colibris, porém, continuaram a exibir uma lição de futilidade, gastando seu tempo e energia desafiando um ao outro – sem participar do néctar que lhes sustenta a vida, bem ali diante deles.
Há muitas lições nessa observação da natureza.
Primeiro, a cooperação tem como resultado o bem. Ninguém vence ao tomar conta do espaço e pensar apenas em si.
Além disso, não pude deixar de pensar que Deus proporcionou o dom da vida para nós por meio de Jesus Cristo. Vamos nós participar da água viva que Ele providenciou ou vamos tentar passar grande parte da vida defendendo nossos caminhos egoístas? Se fizermos esta última escolha, acabaremos como aqueles dois beija-flores. O “néctar” estará disponível diante de nós, mas não aproveitaremos a nutrição.
Bev Owen