Quinta-feira
14 de dezembro
Com as mãos sujas
Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Mateus 27:22, ARA

Pilatos tinha certeza da inocência de Jesus. Além disso, sua esposa lhe procurou, dizendo: “Não tenha nada a ver com esse homem inocente porque esta noite, num sonho, eu sofri muito por causa dele” (Mateus 27:19).

Convencido de que Jesus não era culpado, Pilatos pôs em prática sua experiência política para tentar livrar o inocente da pena. Em seu livro, A Cruz de Cristo, John Stott identifica quatro atitudes erradas do governador romano diante de Jesus.

(1) Tentou transferir o caso para Herodes. “Quando soube que Jesus era da região governada por Herodes, Pilatos o mandou para ele, pois Herodes também estava em Jerusalém naquela ocasião” (Lucas 23:7). Por medo de enfrentar os desafios da vida cristã, somos tentados a transferi-los para os outros. Entretanto, como ocorreu com Pilatos, a decisão sempre volta para nós (Lucas 23:11).

(2) Usou medidas parciais. Depois de Herodes devolver Jesus sem proferir nenhuma sentença, Pilatos, pressionado pelos líderes judeus e por sua consciência, acreditou ter achado a solução para o caso de Jesus: “Eu vou mandar que Ele seja chicoteado e depois o soltarei” (Lucas 23:16). Cristo era inocente e devia ser tratado como tal. O evangelho não permite concessões com o erro. Ou Cristo é tudo para nós, ou não será mais nada.

(3) Quis fazer o certo pelo motivo errado. “Na Festa da Páscoa, Pilatos tinha o costume de soltar algum preso, a pedido do povo” (Lucas 23:17). O governador deve ter acreditado que essa ideia fosse incrível, afinal, Barrabás era criminoso, e Jesus, inocente. Pragmático, ele queria soltar Jesus, mesmo que a justiça não fosse feita. Porém, “toda a multidão começou a gritar: – Mate esse homem! Solte Barrabás para nós!” (Lucas 23:18). A politicagem não deu certo. Com Jesus, só funciona o certo pelo motivo certo.

(4) Lavou as mãos. “Então Pilatos […] mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: – Eu não sou responsável pela morte deste homem. Isso é com vocês” (Mateus 27:24). A decisão era de Pilatos, mas ele tentou acalmar a consciência negando a culpa. Porém, naquele dia, suas mãos foram tingidas com o sangue inocente de Jesus.

Pilatos condenou o Salvador à morte na cruz e a si mesmo à morte eterna. Contudo, a pergunta que ele fez à multidão ecoa hoje ainda em nossos ouvidos: “Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?” Você precisa responder. Ficar em cima do muro não é uma opção.