No casamento em Caná, Jesus não discursou. Não precisava. O cenário todo falava. Havia um ambiente de festa, em que as pessoas se confraternizavam e se alegravam. Quando faltou o vinho, Cristo entendeu que era ocasião para Sua oportuna interferência e iniciou Seu ministério.
O final do ministério e da vida de Jesus na Terra foi dramático e conciso. Não houve discursos. Aprendemos que, onde há cruz, não é necessário haver palavras. Não fossem algumas expressões pontuais, esse acontecimento teria sido silencioso e reflexivo. O cenário era fúnebre, triste e profundamente significativo. No primeiro faltou o vinho da alegria; no segundo, sobrou o vinho do sangue e da dor. Em nenhum dos cenários houve discursos, mas nos dois houve uma profunda demonstração da graça de Deus.
Jesus, o Salvador calado, salvou primeiramente uma festa de casamento, depois salvou toda a humanidade para uma festa celestial. Sem palavras, Ele impactou um mundo que ama ouvir argumentos pelo simples prazer de poder refutá-los.
Esses episódios chamam nossa atenção para as lições de cenários silentes. Neste mundo barulhento, em que cada um procura calar o outro, Cristo nos deixa a mensagem de que o mais importante é agir em vez de argumentar. O importante é deixar as pessoas perceberem a profundidade das ações que carregam significados, nos fazendo refletir e tomar decisões que contam para a eternidade.
O que realmente importa são as atitudes e a disposição em atender ao chamado de renúncia que Jesus nos faz. Isso pode começar como uma festa, com profunda alegria, e pode terminar com um profundo silêncio significativo do senso de dever cumprido. Em qualquer situação, peça a Deus para abrir seu entendimento. Que haja sempre a compreensão de que o mais importante é cada um tomar a sua cruz, negar-se a si mesmo e seguir o exemplo de Cristo.