O dicionário define a palavra “complexo” como “grupo relacionado de ideias, atitudes e desejos realmente reprimidos que causam uma anormalidade mental ou comportamental”. Trata-se de uma visão distorcida da realidade, uma perspectiva equivocada da vida, como se fosse observada por lentes embaçadas. Eu diria que é uma espécie de “astigmatismo mental”. 

Entre os variados complexos, talvez o mais conhecido seja o de inferioridade, termo criado pelo médico oftalmologista e psicólogo austríaco Alfred Adler no início do século 20. De acordo com Adler, o complexo de inferioridade se desenvolve principalmente durante a infância, a partir de experiências de rejeição, superproteção ou como resultado de um aspecto físico indesejável. 

Em Números 13 e 14, encontramos a história de alguns homens com uma visão parecida, o que atualmente chamamos de “baixa autoestima”. Havia chegado o momento de o povo de Israel conquistar a Terra Prometida. Porém, após espiarem a terra, 10 dos 12 príncipes de Israel voltaram para o acampamento com um relatório desanimador, falando a respeito de cidades fortificadas e dos temíveis gigantes, os descendentes de Anaque. “Éramos aos nossos próprios olhos, como gafanhotos”, disseram. 

Você também já teve esse tipo de comportamento? Viu-se como um gafanhoto diante dos desafios? Algumas pessoas hoje apresentam a mentalidade de gafanhoto na hora de escolher a profissão, em uma prova do vestibular, diante dos amigos na faculdade ou até na hora de assumir os valores da fé. Se esse é o seu caso, peço que em nome de Jesus você mude sua percepção. 

Em contraste com o complexo apresentado pela maioria dos espias, Calebe e Josué demonstraram completa confiança em Deus. Para esses gigantes da fé, os filhos de Anaque é que pareciam gafanhotos diante do Onipotente. Calebe disse: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!” (Nm 13:30). 

Quais são os gigantes que você teme? Medo de falar em público? Medo do futuro? Ore ao Senhor para que implante em seu coração a mesma coragem de Josué e Calebe. Levante a cabeça! Ajuste o foco! “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31). Nunca se esqueça de que, em Cristo, somos mais do que vencedores.