Entre 2011 e 2014, moramos em Telêmaco Borba, no interior do Paraná. Mas, por questões pessoais, decidimos nos mudar para outra cidade, no mesmo estado. Nós nos desligamos de nossas atividades no Colégio Adventista e fomos em busca da realização de novos projetos.

Ao chegarmos à cidade de nossa nova morada, as portas se fecharam em todos os aspectos. Fomos avisados de que a casa que havíamos alugado não seria entregue no prazo combinado. Tivemos que deixar nossas coisas em uma casa muito pequena até a liberação do imóvel reservado. Meu esposo teve uma grande decepção em seu novo trabalho, pois teria que fazer algumas coisas em desacordo com seus valores éticos, então recusou o emprego. Quanto a mim, também tive problemas com a contratação.

Sabe aquele momento em que nos questionamos sobre nossas decisões e já não temos mais certeza de que fizemos tudo segundo a vontade de Deus? Pois foi assim que meu esposo e eu nos sentimos diante de tudo o que estava acontecendo. Sem contar que nossos filhos adolescentes também nos questionavam.

Entrei em depressão. Adormecia chorando e não conseguia ver uma solução. Não desistimos de procurar outras oportunidades de trabalho, mas nada dava certo.

Foi então que decidimos enviar nossos currículos para os colégios das cidades vizinhas. Recebi uma proposta de apenas sete aulas no ensino médio. Mais uma vez questionei a vontade de Deus. Como iríamos nos mudar para outra cidade, sem nada de trabalho para meu esposo, e eu com uma proposta que financeiramente não daria nem para o aluguel?

A princípio recusei a oferta, mas depois de alguns dias meu esposo comentou que poderia ser falta de fé de nossa parte. Nós já havíamos recebido tantas bênçãos e milagres. Não seria hora de dar o primeiro passo e deixar Deus cuidar dos detalhes?

Combinamos que iríamos orar e em seguida eu ligaria para o colégio. Caso a vaga estivesse aberta, aceitaria o trabalho e deixaria o restante com Deus. Assim fizemos e, para nossa surpresa, a vaga estava à minha disposição. Então partimos para Cascavel. Aceitei as sete aulas e, em pouco tempo, já estava com a carga horária lotada no Colégio Adventista. Dois dias após darmos o passo de fé, meu marido estava trabalhando.

Confiar na direção de Deus e permitir que Ele nos guie nem sempre parece fácil, mas vale muito a pena.

Andréia Cristina Camargo Walter