Uma amiga me procurou, chorando muito. Sem entender, tentei consolá-la. Após alguns instantes, nos sentamos, e ela começou a contar o que lhe trazia tanta tristeza. Ela me disse que sua vida era uma farsa. Embora fosse uma das garotas mais bonitas e populares da escola, aquilo era uma máscara para disfarçar seu sofrimento. Mesmo sendo um de seus amigos mais chegados, eu era incapaz de imaginar o que se passava nos bastidores da vida dela.

Depois de ouvi-la narrar o vazio que sentia após cada momento de diversão mundana, achei que havia chegado a minha vez de falar. Quando suspirei para iniciar meu discurso, ela me interrompeu. Descrevendo tudo o que eu pretendia falar, ela concluiu: “Sei que essa vida não me traz felicidade, sei que sem Deus eu jamais serei feliz de verdade.” Eu a motivei: “Então vamos começar a mudança!” Ela me respondeu com uma frase que nunca vou esquecer: “Sei que não serei feliz, mas não vou abrir mão desta vida, pois é isso o que eu quero.”

É contra essa acomodação à vida de pecado que Ellen G. White nos adverte: “Que poderei dizer a fim de lhes abrir os olhos cegados e iluminar o entendimento espiritual? O pecado deve ser crucificado. Uma transformação moral completa tem de ser operada pelo Espírito Santo. Devemos compenetrar-nos do amor de Deus e ter fé viva e perseverante […]. Todo o que sincera e diligentemente buscar essas coisas se tornará participante da natureza divina. Seu coração se encherá de ardente desejo de conhecer a plenitude do amor que sobrepuja todo entendimento. À proporção que for crescendo na vida espiritual, será mais perfeitamente capaz de compreender as elevadas e enobrecedoras verdades da Palavra de Deus, até que, pela contemplação, seja transformado e se torne apto a refletir a semelhança de seu Salvador” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 90 [105]).

Acredito que o maior problema da vida espiritual não consiste em discernir entre o certo e o errado, entre o caminho que leva à felicidade ou à infelicidade. A questão principal é: Você terá coragem de abandonar o conformismo com o pecado e assumir uma posição decidida ao lado de Cristo? Não há felicidade maior do que esta: ser inteiramente de Jesus.