Devido à falta de água, a paisagem ficou marrom e nossas belas áreas de vegetação, agora secas, aumentavam o risco potencial de incêndio. Municípios inteiros foram arrasados por grandes queimadas, com muitas pessoas perecendo tragicamente; desastres vividamente relembrados. No sul da Austrália, nosso principal abastecimento de água vem do rio Murray, com origem a centenas de quilômetros correnteza acima, em outro Estado. O nível do rio caiu dramaticamente, exibindo as margens de terra seca e partida, e expondo em seu leito ilhas nunca vistas antes. As indústrias decítricos que dependiam do rio não sobreviveram. Os pomares foram deixados para morrer. Secaram-se os lagos que mantinham o gado leiteiro, forçando os fazendeiros a vender as vacas. Por aumentarem as dívidas e o desespero, infelizmente subiu o número de suicídios. Foram impostas restrições quanto ao uso da água sobre todos, e a preocupação afetava os moradores, à medida que aprendíamos a respeitar cada gota de água usada. A desembocadura do rio Murray ficou totalmente assoreada e, na prática, estava morrendo.
O campo não podia sustentar os animais, e o gado morreu em grande número. Animais silvestres, como o canguru, dingo, raposa e o camelo selvagem, que normalmente vivem longe da civilização, aventuravam-se perto de áreas urbanas em busca de alimento e água.
Foi uma bênção quando algumas chuvas caíram em meados de 2010; porém, mal sabíamos que chegaria um dilúvio após outro. Enquanto escrevo, em setembro de 2010, as represas estão transbordando, enquanto regatos e rios ultrapassam suas margens. Os temporais deixaram as estradas danificadas. Cidades inteiras foram inundadas e os moradores das casas precisaram ser evacuados. O poderoso lago Eyre, ao norte da região sul da Austrália, é geralmente um panelão seco de sal, mas agora se transformou em um mar, atraindo milhares de pássaros e multidões de turistas intrigados, visitando essa maravilha natural. No entanto, com rios transbordando ao norte, muitas pessoas ficaram isoladas devido à inundação de rodovias e veículos atolados.
A natureza renasce, e a terra está mudando por completo. A secura se tornou umidade, e a renovação começou. Que grandes contrastes a população enfrenta, e nem sempre é o ideal que desejamos. Em um mundo de desastres contínuos, devemos confiar em nosso Pai celestial, pois Ele voltará em breve. “Porque não é do Seu agrado trazer aflição e tristeza aos filhos dos homens” (Lm 3:33). Louvado seja Deus!
Lyn Welk-Sandy