Durante um certo período de tempo, fomos designados como uma casa de refúgio para mulheres maltratadas e seus filhos. Eu vinha escrevendo histórias sobre o trabalho que estava sendo feito com vítimas de abuso.
Era um ministério gratificante. Os aconselhamentos eram feitos, em sua maioria, por profissionais treinados, mas meu esposo, que é um ministro, e eu também ouvíamos as histórias trágicas das mulheres e dedicávamos tempo oferecendo conforto e encorajamento. Fornecíamos as refeições e um lugar para dormirem, além de ajudarmos a manter as crianças ocupadas. Os diretores do programa nos disseram que as pessoas que ficaram na nossa casa sempre comentavam sobre a atmosfera tranquila e o amor que encontravam. Contudo, as mulheres eram transferidas da nossa área para acomodações maiores o mais rápido possível, a fim de manter sua localização em sigilo.
Infelizmente, apesar dos esforços de conselheiros treinados e das nossas orações, muitas mulheres voltavam à sua vida de desespero e abuso. Às vezes, a despeito dos muitos serviços e da proteção oferecida a elas, sentiam-se “mais seguras” com a vida que tinham antes do que ir para uma nova cidade e recomeçar do zero.
Certo dia, uma dessas mães, uma jovem, contou-se que estava considerando voltar a viver com o namorado. “Ele não é uma pessoa má”, ela disse, “quando não está bêbado.” Ela tinha voltado a viver com aquele namorado mais de uma vez. Ele sempre era atencioso no começo — por um curto período — antes de abusar dela novamente. Obviamente, ele sempre a culpava por sua raiva. Enquanto conversávamos, fui impressionada a chamar a atenção para o mau exemplo que o filhinho dela estava recebendo.
Ela estava tão acostumada a ser maltratada que não tinha nem percebido o comportamento agressivo do próprio filho. Percebi que as minhas palavras a fizeram refletir bastante sobre o assunto. A jovem saiu da nossa casa logo depois daquela conversa. Nunca deixei de esperar e orar para que ela tivesse a coragem de recomeçar uma nova vida.
Bob Pierce, fundador do ministério Visão Mundial, disse que seu lema é: “Que meu coração fique partido com as coisas que partem o coração de Deus”. Que objetivo inspirador!
Teresa Sales