Quinta-feira
19 de dezembro
CORREIOS
A minha boca falará sem cessar da Tua justiça e dos Teus incontáveis atos de salvação. Salmo 71:15

Já fazia quatro meses que ele não tinha trabalho. O fim do ano se aproximava. Não havia quase nada na geladeira, e as contas empilhadas eram o único enfeite da mesa vazia. As crianças começavam a escrever suas listas de Natal, e o coração dele ficava cada vez mais apertado. Depois que tudo falhou, decidiu apelar a Deus. Pegou lápis e papel e escreveu: “Deus, estou há muito tempo desempregado. O Natal está chegando, e eu preciso de um dinheiro para este fim de ano. Queria Te pedir 100 reais. Com 100 reais eu consigo me ajeitar com a minha família.” De um lado do envelope, estava escrito: José, do Brasil. E do outro: Deus, do Céu. 

Em sua rotina, o carteiro chegou aos Correios com a curiosa correspondência. Os colegas de trabalho decidiram fazer uma vaquinha. Cada um deu um pouco. Um deu 10 reais; outro, 5, e assim juntaram 70 reais. Puseram de volta no envelope, e o carteiro deixou na velha caixa de correspondências a “resposta divina”. O gesto foi motivo de alegria para todos, afinal aquele dinheiro faria muita diferença. Puxando daqui, economizando de lá, deu para realizar os pequenos sonhos da família. 

Três meses depois, ainda sem emprego, o homem decidiu escrever outra carta: “Deus, muito obrigado por ter mandado aquele dinheiro no Natal passado. As crianças ficaram felizes. Mas continuo sem trabalho. Então queria pedir que me mandasse mais 100 reais. Só uma observação: Sugiro que o Senhor mande um Pix. Da última vez, o pessoal dos Correios pegou 30 reais.” 

Há pessoas que não desenvolveram o hábito da gratidão. Acho muito bonita a forma como o salmista descreve sua reação diante da vida. Ele diz que sua boca não vai parar de falar das bênçãos que recebeu. Se você tivesse que escrever hoje uma carta para Deus, do que iria se lembrar? Dos calos em que os outros pisaram ou do Deus que ajudou você a caminhar? Dos aplausos que não recebeu ou das oportunidades para crescer? Das muitas vezes em que tentaram atrapalhar ou das outras tantas em que foi livrado? Antes que este ano acabe, escreva sua carta. Relembre o cuidado divino. Não foque tanto no que deu errado, mas sim no cuidado, na providência e no amor que Deus tem por você.