Sexta-feira
27 de julho
Crepúsculos de verão
Naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher ouviram a voz do Senhor Deus, que estava passeando pelo jardim. Gênesis 3:8, NTLH

Eles são maravilhosos e causam deslumbramento quando os contemplamos. São perfeitos para, discretamente, deixar um ramalhete junto à porta da casa da mulher que encontrou e devolveu o seu cachorro, incontáveis vezes, e por ter levado o dito cachorro para uma corrida no campo, apesar de ter coisas mais importantes para fazer.

Eu amo os crepúsculos de verão. Sempre amei.

As lembranças: vaga-lumes dentro de um vidro. Delícias no carrinho do sorveteiro. Brincadeiras inesquecíveis de esconde-esconde com simpáticas crianças muito mais velhas do que aquelas com quem se ousaria conversar numa loja, por exemplo.

E mais lembranças: correr como o vento. O cheiro de fogueiras de carvão. Brigas de cuspir sementes de melancia. Família. Amigos. Deus.

Ultimamente, eu tenho me debatido com uma profunda tristeza existencial. Sou uma melancólica compositora de cânticos, que aprendeu a esperar que os sentimentos caiam pelo chão de tempos em tempos. Eles jazem em uma dolorida bolha em algum ponto da alma, como uma baleia encalhada na praia há uma semana. Então, finalmente, os receptores de serotonina no meu cérebro entram em alta rotação, e a baleia desliza miraculosamente de volta para o oceano.

Sei que essa tristeza terá solução, mas neste momento ela se acomoda pesadamente em mim. E o antídoto, minha terapia, são os crepúsculos de verão.

Acho que Deus está tentando me dizer, por meio do clima perfeito, dos prazeres simples e dos bons vizinhos, que, às vezes, tudo o que tenho que fazer por Ele – e por qualquer pessoa – é apreciar Suas dádivas.

Olhar para o céu e dizer: “Muito obrigada.” Ficar suspensa no tempo, agradecida porque nem tudo é triste, desesperador ou decepcionante.

É isso o que Ele quer para mim neste entardecer, em Sua companhia.

Vou aceitar seu convite.

Jennifer Jill Schwirzer